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2 de novembro de 2014

Boyhood – Da Infância à Juventude





O cineasta Richard Linklater levou a sério aquele pensamento que diz “a minha vida daria um filme”. E deu mesmo. Mas foi a vida do menino Ellar Coltrane que virou uma obra cinematográfica e se transformou em um dos melhores  filmes do  ano: Boyhood – Da Infância à Juventude (Boyhood, 2014). 


Como já diz o título português da produção, o diretor acompanhou por 12  anos a vida de Ellar Coltrane, que na história vive o garoto introvertido Mason. Acompanhamos Mason dos 5 aos 18 anos, da infância conturbada à adolescência confusa. Linklater usou sempre os mesmos atores na decorrência dos anos, como Patricia Arquette e Ethan Hawke - excelentes -  que interpretam os pais do garoto.


O cineasta, mais conhecido pela trilogia Antes do Amanhecer, Antes do Pôr do Sol e Antes da Meia-Noite e a comédia Escola de Rock, concebeu um projeto arriscado, a princípio, mas como tudo que envolve riscos dá certo, o resultado dessa investida ousada de Linklater é um ensaio simples, comovente e realista sobre a vida, o tempo, o amadurecer. 

Coltrane/Mason - dos 5 aos 18 anos


Boyhood inicia com a música Yellow do Coldplay, nos dando a entender que a história começa no ano de 2002. É assim, com músicas, cortes de cabelo, figurinos, e claro, os aspectos físicos do garoto, que vamos notando o passar do tempo.


A história de Mason é comum. Ele faz parte de uma família comum, filho de pais separados, vive com a irmã insuportável e a mãe solteira, que está sempre arrumando um namorado. O filme trata de coisas banais da vida de Mason, como as brigas com a irmã, aquele corte de cabelo horroroso, a festa  de aniversário, a formatura, a primeira namorada, a primeira bíblia, a preocupação com o futuro que parece tão incerto. 


Mais importante, porém, é que a obra nos faz refletir sobre o verdadeiro sentido da vida, qual o nosso papel no mundo? Por que a vida nos oferece um caminho tão predeterminado? Conseguimos fugir dele e fazer algo diferente? Quando eu ficar adulto, serei mais sábio, ou ainda terei perguntas sem respostas? Devemos nos preocupar com o que os outros pensam? Estão são algumas das perguntas que Mason faz a si mesmo constantemente.  

Mais um rito de passagem na vida de Mason


Boyhood - Da Infância à Juventude é simples mesmo, sem exageros, honesto, e por isso nos sentimos tão próximos das personagens e vimos tanto de nós, ali na tela, relembramos nossas experiências da infância, da adolescência e da juventude cheia de planos, questionamentos e indecisões e percebemos que Mason não é muito diferente da  gente.


Linklater esculpiu uma obra tocante, que nos faz olhar para nós mesmos, notamos que a vida é efêmera, feita de pequenos momentos banais, mas importantes, e que nós vamos crescendo e curando as feridas sem percebermos, assim como o tempo passa e não nos damos conta.


NOTA: 9,0

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