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12 de outubro de 2015

A Travessia - uma experiência vertiginosa




A façanha de Philippe Petit, ao atravessar as Torres Gêmeas equilibrando-se apenas em um cabo, se tornou inegavelmente um dos momentos mais desesperadores do cinema, de um jeito que ficamos rezando para que tudo acabe logo. Essa proeza é contada em A Travessia (The Walk, 2015), dirigido por Robert Zemeckis.

Esta história verídica já rendeu o documentário O Equilibrista e agora se torna um longa-metragem pelas mãos de Zemeckis, um contador de histórias especialista em dramas de superação e que a gente conhece muito bem como Forrest Gump, Náufrago, O Voo.

Em A Travessia, Joseph Gordon-Levitt vive o equilibrista que tem um sonho insano e a princípio impossível: atravessar as Torres Gêmeas andando em um cabo, sem nenhuma forma de segurança, fato realizado no ano de 1974, quando os edifícios ainda não estavam totalmente prontos.


Com um cabelo esquisito, lentes de contato e um sotaque francês que convence, Gordon-Levitt – de grandes obras como A Origem e de outras pérolas menos conhecidas que merecem a sua atenção como 50%,  Hesher – Juventude em Fúria e Perigo por Encomenda) mostra mais uma vez que é um excelente e dedicado ator. 

O filme mostra de forma breve a juventude de Petit, suas apresentações nas ruas e em parques de Paris e os seus treinos no circo com o mentor Papa Rudy (Ben Kingsley). Junto com alguns “cúmplices” que vão entrando na vida do Petit ao longo de sua jornada, como a Annie (Charlotte Le Bon), seu interesse amoroso e o amigo fotógrafo Jean-Louis (Clèment Sibony), Petit chega à Nova York e aí tem início todo o árduo processo de concretização de seu sonho, que inclui o entra e sai das torres, a colocação dos cabos e os muitos problemas que surgem e ameaçam o plano do artista.


Com muito bom humor, Zemeckis conta menos sobre o personagem em si e foca mais na elaboração do plano,  mas não deixa a história menos “humana” e só faz aumentar a nossa expectativa em relação ao clímax, aquele grande momento que todos esperam. E quando chega a hora e Petit põe o primeiro pé no cabo, a aflição começa, a sequência é agonizante e vertiginosa – principalmente se você ver o filme numa tela IMAX e em 3D.

 A Travessia não é a melhor obra de Zemeckis, tem suas imperfeições, como o detectável chroma-key em alguns momentos e que tiram todo o brilho e a beleza das cenas, mas a recriação das Torres Gêmeas é impressionante. 


Para resumir, o filme de Zemeckis funciona tanto para retratar a proeza de Philippe Petit quanto para homenagear a cidade de Nova York e as Torres Gêmeas e mostrar que ali, também foi palco de boas histórias, em vez de aparecerem como “vítimas”, as torres foram “cúmplices” de um dos momentos mais fantásticos e ousados já feitos pelo homem.

NOTA: 7,5

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