É muito raro um filme de terror
- gênero tão combalido atualmente - fugir das armadilhas do clichê e ainda se sobressair criativamente, Invocação do Mal conseguiu tal feito, mas
é muito mais raro uma sequência de uma produção do gênero ser tão boa ou
superior à primeira parte, nesse caso, Invocação do Mal 2 (The Conjuring 2,
2016) é o exemplo perfeito. E o culpado por essa revitalização dos filmes de
suspense/terror tem um nome: James Wan. Algumas das melhores fitas do gênero dos
últimos anos são dele: Jogos Mortais, Sobrenatural 1 e 2, além dos dois
Invocação do Mal. O cineasta também se deu bem quando se aventurou em outro
gênero e realizou o ótimo Velozes e Furiosos 7, mas é inegável que Wan já
se consagrou como a nova cara dos filmes de terror.
Se você não assistiu ao primeiro
Invocação do Mal – que vacilo – mas gostaria de conferir a parte 2, não se
preocupe, a trama da sequência é totalmente independente do primeiro
longa, mas o demônio da vez - a freira -
é muito mais assustador. Em IM2, Vera Farmiga e Patrick Wilson – brilhantes em
seus papéis – revivem o casal de demonologistas Lorraine e Ed Warren, agora
famosos pelos seus casos paranormais, a dupla precisa ajudar uma família em um
bairro pobre de Londres, que está sofrendo ataques de um demônio, além disso,
Lorraine tem que lidar com um outro demônio que a persegue.
A maior qualidade dessa sequência
é que Wan não se repete, a engenhosidade nas cenas de suspense continua, o passeio
da câmera pelos cômodos da casa nos coloca dentro da história, nos enche de
pavor e de uma sensação opressora que, provavelmente, vai terminar em um baita
susto. Wan sabe construir um cenário de filme de terror como ninguém, a cabana
de pano no fundo do corredor da casa assombrada, nos dá calafrios só de olhar para
ela. Invocação do Mal 2 tem muitos momentos memoráveis, como o início chocante –
e muito bem arquitetado tecnicamente – que mostra Lorraine “na pele” de um assassino
possuído e aquela que já é clássica e a melhor cena do ano: a sequência que envolve Lorraine e um
certo quadro. Simplesmente arrepiante.
Não só de momentos de terror se
faz um filme do gênero, é importante também algum alívio entre a gritaria e
os sustos, além de breves e gostosos momentos de humor, Invocação do Mal 2 tem uma cena
emocionante, quando Ed pega o violão e canta Elvis Presley, um momento de conforto
– para a família e para nós também – em meio a tanto sofrimento e possessões
demoníacas.
Invocação do Mal 2 é um presente
e tanto para os fãs do gênero, sem clichês ou exageros, boas atuações, personagens
de fácil apego, uma trama bem desenvolvida que não subestima a inteligência do
espectador e o melhor, um clima de horror crescente e apavorante.
Outros bons filmes de suspense/terror de 2016:
Hush - A morte ouve
Boa Noite, Mamãe
A Bruxa
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