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9 de dezembro de 2017

Dark - A série profundamente sombria que você não pode perder


O homem cujas habilidades excepcionais é capaz de criar artifícios para transitar entre épocas diferentes, ou seja, viajar no tempo, é o mesmo que sucumbe à própria desgraça quando sua vida sofre uma reviravolta infeliz e qualquer noção de racionalidade lhe é tirada. Que ser complexo é o ser humano, não é mesmo? Essa dicotomia pode ser observada na série alemã Dark (2017), que estreou no Netflix este mês e já considero uma das melhores do ano, quiçá da década. 

Na lúgubre cidadezinha alemã de Winden, um pai de família tem sua vida virada do avesso quando seu filho menor desaparece misteriosamente, esta é uma das tramas de Dark, série que tem sido comparada equivocadamente a Stranger Things, felizmente, as semelhanças são mínimas e se esvaem já no primeiro episódio, quando notamos a atmosfera sombria, a densidade e a complexidade da trama, na qual iremos ficar absortos durante os próximos nove capítulos.


Criada por Baran bo Odar, Dark explora elementos comuns em produções de ficção científica como buraco de minhoca, viagem no tempo e conceitos de física quântica – se você já viu a série Fringe e os filmes Coherence, Interestelar e O Predestinado irá se deleitar com a história, no entanto, a parte complicada e também o maior trunfo de Dark são as três linhas temporais que envolvem membros de quatro famílias, é bem fácil você se perder e não saber quem é quem e não conseguir enxergar a ligação entre os tantos personagens, uma árvore genealógica das famílias – como essa que a Mundo Estranho elaborou – seria ótimo para consultar enquanto ver os episódios.


Os protagonistas não nos cativam de imediato, são frios, estranhos e misteriosos, fato este que eu não dei muita importância, pois a trama intrincada por si só já prendia a minha atenção, porém, à medida que os dramas dos personagens vão se desenvolvendo, vamos criando empatia com alguns deles, começamos a torcer pelo bem do menino Mikkel (Daan Lennard Liebrenz) e a odiar Ulrich Nielsen (Oliver Masucci), um dos personagens mais intrigantes e complexos da série.


Dark não deve atingir o hype de Stranger Things, pois é complexa, estranha, adulta, sombria demais, há muitos personagens e possui um ritmo lento (se comparado com o ritmo videoclíptico dos seriados americanos), mas são todas essas peculiaridades que fazem dessa produção alemã uma das séries mais originais dos últimos anos, um exemplar perfeito para amantes do gênero sci-fi e de uma história "mindfuck".

O título não se chama Dark por acaso, o “sinistro”, o “tenebroso”, o “escuro” é representado na série de várias formas, o “dark” está presente na atmosfera, na composição da fotografia e do cenário – a caverna, por exemplo – na trilha sonora arrepiante e, principalmente, na essência dos personagens, que ao longo da temporada, vão revelando um lado obscuro que estava adormecido ou que eles mesmos desconheciam.


A primeira temporada tem um desfecho satisfatório e surpreendente, apesar de não responder a todas as perguntas, mas quando finalizei os 10 episódios de Dark eu só tinha um pensamento: “preciso ver novamente o mais breve possível!”.  Que grata surpresa 2017 nos reservou bem no finalzinho hein!

Um comentário:

  1. Está na minha lista, será uma dos próximas séries que assistirei.

    Abraço

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