Meus caros e queridos leitores
deste humilde blog de cinema, faço a vocês, uma pergunta pertinente e difícil,
e fiquem à vontade para me responder lá nos comentários. A pergunta é a
seguinte: Você gostaria de ter ao seu lado, a Scarlett Johansson loira e
sensual, mas com roupas, como vimos em Match Point e Vicki Cristina Barcelona,
ou a versão morena da Scarlett do filme Sob a Pele, completamente nua, sem o
sorriso bonito, ela mal fala e sem qualquer resquício de sensualidade? Bom, eu
fico com a primeira opção, a versão loira e sexy. Mas confiram os filmes e me
digam a preferência de vocês. Fico no aguardo.
Esta foi apenas uma brincadeira
introdutória para falar de um dos filmes mais difíceis do ano, Sob a Pele
(Under The Skin, 2013), estrelado, como já disse, por uma Scarlett Johansson
diferente da que estamos acostumados a ver, com cabelos pretos, mais reservada
e sem o menor sex appeal.
Jonathan Glazer (de Reencarnação)
dirige a moça neste road movie/drama/suspense/ficção bem estranho e abstrato.
Quem busca ou espera um cinema óbvio, vai ficar desapontado, Sob a Pele é
excêntrico demais para a grande massa.
Uma das cenas mais marcantes do filme
Johansson vive uma alienígena,
sem nome, ela sai dirigindo a esmo pelas ruas em seu furgão branco em busca de
homens para assassinar. Não espere explicações acerca da origem alienígena da
moça, apenas acompanhamos a caçada da ET, até ela levar suas vítimas para um
ambiente escuro e assustador. Os homens seguem a mulher, cegos por sua beleza,
hipnotizados por seu olhar e excitados demais, mergulham numa escuridão da
qual nunca escaparão.
Não sei realmente o que o diretor
quis mostrar nessa história, o espectador tem um papel importante aqui, tudo é
muito intuitivo e particular, o filme sugere muita coisa, talvez Glazer esteja
falando da solidão humana, da falta de comunicação ou da incompreensão e medo
da sociedade em relação a indivíduos diferentes do considerado “normal”.
O drama é sobre a jornada de uma alienígena rumo à sua humanização e à sua consequente vulnerabilidade. Assim, penso eu. Scarlett encarou um papel desafiador com
vontade e o fez muito bem, a atriz está muito convincente como uma alien
assassina e sem sentimentos.
Tão fria como a protagonista é a
atmosfera na qual está inserida a trama, repleto de lugares lúgubres, sujos,
desertos e gelados, causando mais ainda a sensação de inquietação no público. Outro
ponto alto da produção é a trilha sonora, tão angustiante quanto o caminhar das
presas humanas na penumbra traiçoeira.
Sob a Pele é o tipo de obra que
você deve curtir mais nas horas seguintes ou dias depois de tê-la visto. É o
tempo necessário para avaliar melhor o filme, relembrar os momentos marcantes,
levantar hipóteses e assim edificar a sua própria interpretação. Se for desses que gosta de tudo explicadinho,
desista. Em todo caso, o longa merece a atenção apenas por colocar Johansson em
um papel esquisito. No entanto, a saga da alienígena torna-se, em certo
ponto, um pouco cansativa e sem sentido, fica a sensação de que o filme tem
menos substância do que aparenta, o que não é verdade.
NOTA: 7,0
Uma das melhores críticas que li no blog! Parabéns! Bruno Pars
ResponderExcluirE aí brother!aqui é o André ( Um Vórtice).
ResponderExcluirCara, gostei muito do seu texto e não imaginava que o filme tinha essa pegada!
Falaram tanto da nudez da Scarlett, que mal vi algo sobre o conteúdo do filme.
Fiquei instigado em assistir!
Grande abraço!
- André Betioli!
Obrigado Bruno pelo carinho. :)
ResponderExcluirOi André. Pois é, usaram a nudez de Scarlett pra atrair o público, já que o filme em si é muito estranho e não muito comercial hahahah. Vale a pena ver hein!! Abraços
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