Domingo, dia 26, é dia de Oscar. E
por isso resolvi fazer um post especial, não com os filmes vencedores ou sobre
os injustiçados pela Academia, cuja lista é infinita, mas com algumas "burradas" da premiação mais importante do cinema. O tema aqui é sobre aqueles filmes que ganharam
o maior prêmio da noite, o de Melhor Filme, injustamente. Nas linhas seguintes,
jogarei toda minha frustração e indignação em relação a esses equívocos inesquecíveis.
Crash - No Limite (2005) – Podem me apedrejar à
vontade, mas a credibilidade da premiação desceu ralo abaixo ao dar o Oscar de
Melhor Filme para este drama irregular com cara de thriller que passa no
Supercine. Até Jack Nicholson, que apresentou o prêmio, não acreditou
no que estava lendo e quando abriu o envelope, ele soltou um “Uau”, sua
reação por si só, já diz bastante coisa.
Estranhamente, o Oscar de Melhor Diretor ficou com o Ang Lee, pelo excelente O
Segredo de Brokeback Mountain. Este prêmio nos enganou, pois geralmente quem
ganha o prêmio de Direção, vence na categoria de Melhor Filme também, mas não
foi o que aconteceu. Bom, o maior concorrente de Crash era Brokeback Mountain, um
drama melancólico de temática gls. Não é preciso dizer mais nada.
Shakespeare Apaixonado (1998) –
Outro caso similar. Este longa ganhou na categoria de Melhor Filme, mas perdeu a de Melhor Diretor. Este prêmio foi para Steven Spielberg, merecidamente pelo
O Resgate do Soldado Ryan, que deveria
também ter vencido ao invés dessa
comédia romântica insossa. Shakespeare Apaixonado não é ruim, mas o drama de guerra
é sem dúvida, mais perfeito que este. Nós, brasileiros, temos outra razão para não
gostar desse filme, Gwyneth Paltrow roubou
o Oscar de Melhor Atriz que deveria ser da nossa querida Fernanda Montenegro,
pelo papel em Central do Brasil. Foi um ano péssimo e repleto de
filmes chatos.
Uma Mente Brilhante (2001) – Esta
biografia de John Nash interpretada brilhantemente por Russel Crowe é o típico filme-Oscar,
bem redondinho, baseado numa história real, com um protagonista excêntrico e
tal. O longa levou 4 prêmios, incluindo Melhor Filme, mas ele tinha um
concorrente de peso e bem superior, uma
obra inovadora, psicodélica e colorida que
ressuscitaria um gênero que por um longo tempo permaneceu no limbo, o musical.
Estou falando da obra-prima de Baz Luhrmann,
Moulin Rouge. Após este musical pop estrelado por uma linda Nicole Kidman, o
cinema não foi mais o mesmo, suas
influências perduram até hoje.
Carruagens de Fogo (1981) - Vi este filme há algum tempo, e ao término da
fita não encontrei motivos para ele ter vencido na categoria Melhor Filme.
Penso eu, se este foi o vencedor,
imagina o naipe dos concorrentes. Este
tipo de pensamento não vale muito para o Oscar, como já podemos perceber no
histórico apresentado aqui, mas havia sim um grande filme no páreo naquela época, Os
Caçadores da Arca Perdida, de Steven Spielberg. Então você me pergunta: Um
blockbuster? Sim, e daí? O fato de ser um blockbuster não significa
que ele não possua qualidades. Premiar um filme de aventura, uma grande
produção que não tenha um tom sério, ainda continua sendo o maior preconceito dos vovôzinhos
da Academia. Eles temem que a seriedade da premiação fique comprometida. Oh please!
O filme de Indiana Jones é uma aventura
perfeita, bem dirigida, e muito melhor que esse e todos os outros
indicados.
Guerra ao Terror (2009) - Podem me processar, mas o Oscar deveria ter
ido para Avatar. Este drama sobre homens anti-bombas – que ninguém viu – funcionou mais como um
pretexto para laurear a diretora Katryn Bigelow, pois ela se tornou a primeira mulher a ganhar o prêmio de Direção. Ok, Katryn mereceu o
“careca dourado”, mas o troféu de Melhor Filme tinha que ir para Avatar. O
longa de James Cameron merecia não só porque faturou alto e encheu o cofre dos
executivos de Hollywood, e que por causa de seu sucesso absurdo, milhares de
filmes pequenos devem estar recebendo financiamento até hoje. Outra coisa, a inegável contribuição que a película representou para o cinema, não falo
apenas do 3D mas de toda a tecnologia desenvolvida para a aventura dos povo
azulado. Ah, e ainda tem todo aquele discurso ambiental tão em voga atualmente. Mas
esbarramos naquela questão novamente. O preconceito contra os filmes de grande orçamento. Os votantes da
Academia ainda possuem uma visão conservadora, limitada e acanhada do mundo
cinematográfico, e isso deve mudar o mais rápido possível. Nesse mesmo ano, até a vitória de Bastardos Inglórios, de
Tarantino, seria mais justa, mas acho que tinha sangue demais para os
engravatados. Mas agora me digam, passaram-se já 3 anos, alguém ainda se
lembra, ou assistiu Guerra ao Terror?
Minha aposta para o Oscar de
Melhor Filme deste ano vai para Os Descendentes, Meia-Noite em Paris e A Invenção de Hugo Cabret.
Mas se O Artista levar o troféu, não será tão ruim assim.