Um tornado de tubarões famintos causa horror e destruição na cidade de Los Angeles (!!!). Sim, esta é a absurda trama de Sharknado (2013), filme exibido este mês no canal Syfy e que teve bastante repercussão nas redes sociais na semana de sua estreia. Bom, com a falta de criatividade pairando sobre Hollywood que vem se mantendo praticamente de remakes, adaptações e sequências, dentro desse contexto, Sharknado merece até créditos por apresentar uma premissa original, ainda que imensamente bizarra e cômica.
O trash movie do ano foi produzido pela Asylum, estúdio responsável por produções de baixo orçamento, dessas que geralmente vão direto para as prateleiras das locadoras ou passam apenas na TV. É do estúdio também o sucesso Mega-Shark Vs Giant Octopus, filme B lançado em 2009. Pois é gente, perceberam como eles adoram tubarões.
O que me admira é que os responsáveis por estas produções B na Asylum aceitam qualquer ideia que chegue aos seus ouvidos, seja ela a mais estapafúrdia. A coragem e a ousadia desses produtores de tornar “real” qualquer ideia tosca e ilógica - o próximo “grande” lançamento do estúdio é Ghost Shark, sobre um tubarão fantasma (!!!) - é realmente admirável. Quem ganha com essas loucuras sem limites é o estúdio - que vem faturando muito alto com suas produções duvidosas – e claro, o público-alvo, acredite, longas do gênero possuem um imenso mercado consumidor dentro e fora dos EUA.
Cena mais WTF do filme. Você imagina o que vai acontecer né...
O filme? Ah, é uma tosqueira sem tamanho, uma sequência mal executada de situações absurdas, porém, hilárias e para não se levar muito a sério, não seja muito exigente. Suponho que se você vai alugar Sharknado, considerando a sinopse e a capa visualmente poluída, o intuito é se divertir e dar risadas, caso contrário, tenho muita pena de você se esperou algo hollywoodiano.
Bom, eu vi Sharknado e me diverti com os tubarões saindo de canais de esgoto, caindo do céu, invadindo casas, com a roda gigante assassina, mas fiquei tão chocado com a parte técnica e outros elementos que não posso deixar de falar aqui. Pra começar, duas sub-celebridades, Tara Reid (American Pie) e Ian Ziering (da longínqua série Barrados no Baile) são as protagonistas do filme e junto com todo o elenco, desfilam diálogos sofríveis durante todo o tempo – “Por que construíram uma casa de repouso perto do aeroporto? Porque eles não escutam bem” (!!!). As cenas que mostra a cidade chuvosa e ventos fortes parece que foram cedidas pelo departamento de arquivo de algum canal de TV, evidenciando uma discrepância entre estas cenas e aquelas em que se vê o elenco.
Ian e Tara: Barrados por tubarões voadores.
Quanto aos efeitos especiais, bem, eles são precários (óbvio) e incômodos. Me incomodei mesmo com o mau uso do chroma key e a descontinuidade em alguma cenas. Gente, até Power Rangers tem efeitos melhores, orçamento baixo não é desculpa. Ah, sobre isso, os produtores revelaram ultimamente algo muito engraçado e um tanto inusitado, disseram que há uma versão do filme sem os efeitos especiais (!!!). Uau! Deve ser imperdível!
Ignorando estes detalhes tão irrelevantes, Sharknado diverte e faz jus à categoria de filmes B ao qual faz parte. A aventura fez tanto sucesso que vai ganhar uma sequência já no ano que vem. Vale ressaltar, Sharknado atraiu a atenção não só por sua tosqueira abismal, mas por unir dois elementos da natureza que possuem um grande poder de atração ante as pessoas, tubarões e tornados. E adivinha só, já percorrem na internet cartazes de possíveis sequências do filme unindo tubarões com outras forças da natureza, Sharkalanche (um avalanche de tubarões) e Sharkcano (um vulcão cheio de ... você sabe), ideia interessante essa (rsrs). É criatividade demais né meu povo....
(!!!)