O que seria dos cinéfilos sem a originalidade e a lucidez do
cinema de baixo orçamento, ainda bem que nem todos possuem o cacife dos chefões
dos estúdios para produzir obras cinematográficas grandiosas, mas “vazias” e
previsíveis. Elogiado no Festival de Sundance, em 2014, a ficção científica O
Sinal – Frequência do Medo (The Signal, 2014), é uma dessas obras
fílmicas que nos surpreende e nos tranquiliza porque é a confirmação de que
ainda há seres inteligentes fazendo cinema autoral e não adaptações de alguma coisa.
William Eubank, diretor desconhecido, por enquanto, comanda o
suspense sci-fi sobre três jovens que perseguem um sinal vindo de um hacker
poderoso. Nic (Brenton Thwaites, de O
Doador de Memórias), Haley (Olivia Cooke, de Bates Motel) e Jonah (Beau
Knapp) chegam numa cabana isolada no meio do deserto e ali o pesadelo tem início
e todos terão suas vidas transformadas de forma inimaginável. Ah, o elenco também
conta com o Laurence Fishburne, que me faz lembrar muito aqui o seu papel icônico
em Matrix.
O Sinal é um daqueles filmes que não se pode
falar muito, quanto menos você souber, melhor. No entanto, a produção explora
por um ângulo distinto, questões muito conhecidas dos fãs de ficção científica,
como os mistérios da área 51, conspiração governamental, alienígenas, realidade
versus alucinação e possui elementos
que lembra até o cultuado filme Distrito
9.
Apesar de ter cenas de ação impressionantes e efeitos
espetaculares – para uma obra de baixo orçamento – O Sinal tem um tom levemente intimista e emocional, não tem
correria, tudo acontece de forma natural, sem pressa, é um filme para assistir
com atenção, sem esperar por explosões intermináveis.
Outro ponto forte do filme é o roteiro bem amarrado, que nos
deixa desorientados e sem respostas até os últimos momentos do longa, que
culmina numa sequência de revelações bombásticas e ousadas. Destaca-se também o
ator Brenton Thwaites, que vive o protagonista, além da notável atuação, carrega o filme sozinho com garra e pose de herói
superior a muitos garotinhos de franquias milionárias.
O Sinal - Frequência
do Medo - que título horrendo, não? - é uma
dessas pérolas da ficção científica que ninguém ver de imediato, mas que provavelmente se tornará uma obra cult ao
passar do tempo como aconteceu com Blade Runner e Donnie Darko e é tão surpreendente, instigante e original quanto outras pérolas fílmicas
recentes do gênero como O Predestinado, Lunar, Cidade das Sombras (1998), entre outros.
O diretor
William Eubank revelou recentemente que há planos para uma sequência. Espero
mesmo que aconteça, pois é um filme com um universo muito rico. Confira abaixo o trailer.
NOTA: 8,0
NOTA: 8,0
Concordo com a avaliação...
ResponderExcluirFilme bem feito,sem estrelas mais com bom enredo e um nível de suspense acima da média.
Realmente um sci-fi com potencial de cult.
Marcos Fernandes