Estreou esses dias a aguardada adaptação de uma das franquias
de terror mais festejadas dos anos 90, Pânico, criada por Wes Craven e estrelada
por Neve Campbell e cuja quadrilogia teve o último capítulo lançado quatro anos
atrás. Pânico (Scream, 2015), a série da MTV, tem 10 episódios na primeira
temporada e a julgar pelo capítulo de estreia, a adaptação é competente, instigante,
cheia de mistérios e com muitas ideias interessantes a serem exploradas.
Se você está habituado com as séries da MTV – Awkward, Teen Wolf – não vai se incomodar com os personagens estereotipados que estampam a
tela, a beleza do elenco jovem, o ambiente “high school” e tal, do contrário, não
tenha muitas expectativas e ignore os clichês. Quando criamos muitas
expectativas sobre algo, geralmente nos decepcionamos.
A série começa com sangue jorrando, com o serial killer mascarado
fazendo duas vítimas, assim como acontece nas aberturas dos filmes da franquia.
A trama é ambientada na cidade de Lakewood, onde vivem os tipos que já
conhecemos, Emma (Willa Fitzgerald) a loira inteligente e bobinha, Noah (John
Karna) o nerd obcecado por serial killers, a patricinha esnobe Brooke (Carlsson Young), a “solitária” e lésbica do colégio, Audrey (Bex Taylor-Klauss) e o misterioso aluno que acaba de chegar na
cidade, Kieran (Amadeus Serafini). Se os personagens são muito rasos, por outro
lado, eles nos instigam com seus segredos e mentiras.
Além disso, ainda há alguns elementos que não é novidade
alguma para os fãs do gênero suspense/terror, como o lago assombrado (Jason, de Sexta-Feira 13 também morreu num
lago né) e outros pontos que lembram o clássico Halloween. Mesmo com essa mistura de referências, Pânico consegue construir
a atmosfera dos filmes originais e prende o espectador no primeiro capítulo, há
sangue de menos, é verdade, mas há muito suspense e mistérios suficientes para
te segurar até o próximo episódio.
Outra característica dos filmes e que também está presente na
série - e que eu adoro - é a metalinguagem. Noah, o nerd, é quem faz essa autorreferência e nos diz como
funcionam os filmes e séries sobre serial killers, fala como a série Pânico terá
que lidar com alguns desafios que se tem ao adaptar um filme para um produto
mais extenso, que é o seriado.
Alguns dos desafios da série estão em não matar todos os
personagens tão rapidamente – será uma morte por episódio? - afinal, teremos que nos apegar aos personagens
primeiro e torcer por eles, “pra quando forem brutalmente assassinados, isso
doa”, diz Noah. São questões como essa que nos atiçam a
curiosidade e faz a gente continuar vendo Pânico, queremos acompanhar como
a série vai desenvolver esses elementos,
ao menos, sabemos que os roteiristas tem ciência das complicações que eles
terão que diluir para tornar Scream uma série atraente e com identidade própria, mas com a
estrutura e a atmosfera dos filmes icônicos.
Se você curte o gênero, vale a pena assistir a série, a versão
atualizada de Pânico tem fôlego para conquistar a geração atual – geração esta
tão insensível e fútil, não por acaso é retratada pelos personagens do seriado.
Espero que a temporada seja tão lúcida
quanto o primeiro episódio, mas claro, irei gostar de ver mais sangue pela
frente e mais criatividade nas sequências das mortes. Ah, a máscara do “Ghostface”
mudou, mas está ainda mais horripilante. CLIQUE AQUI e veja o trailer.
Nenhum comentário:
Postar um comentário