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5 de julho de 2015

Pânico - a promissora série da MTV




 
Estreou esses dias a aguardada adaptação de uma das franquias de terror mais festejadas dos anos 90, Pânico, criada por Wes Craven e estrelada por Neve Campbell e cuja quadrilogia teve o último capítulo lançado quatro anos atrás. Pânico (Scream, 2015), a série da MTV, tem 10 episódios na primeira temporada e a julgar pelo capítulo de estreia, a adaptação é competente, instigante, cheia de mistérios e com muitas ideias interessantes a serem exploradas. 


Se você está habituado com as séries da MTV – Awkward, Teen Wolf – não vai se incomodar com os personagens estereotipados que estampam a tela, a beleza do elenco jovem, o ambiente “high school” e tal, do contrário, não tenha muitas expectativas e ignore os clichês. Quando criamos muitas expectativas sobre algo, geralmente nos decepcionamos.



A série começa com sangue jorrando, com o serial killer mascarado fazendo duas vítimas, assim como acontece nas aberturas dos filmes da franquia. A trama é ambientada na cidade de Lakewood, onde vivem os tipos que já conhecemos, Emma (Willa Fitzgerald) a loira inteligente e bobinha, Noah (John Karna) o nerd obcecado por serial killers, a patricinha esnobe Brooke (Carlsson Young), a “solitária” e lésbica do colégio, Audrey (Bex Taylor-Klauss) e o misterioso aluno que acaba de chegar na cidade, Kieran (Amadeus Serafini). Se os personagens são muito rasos, por outro lado, eles nos instigam com seus segredos e mentiras. 


Além disso, ainda há alguns elementos que não é novidade alguma para os fãs do gênero suspense/terror, como o lago assombrado  (Jason, de Sexta-Feira 13 também morreu num lago né) e outros pontos que lembram o clássico Halloween. Mesmo com essa mistura de referências, Pânico consegue construir a atmosfera dos filmes originais e prende o espectador no primeiro capítulo, há sangue de menos, é verdade, mas há muito suspense e mistérios suficientes para te segurar até o próximo episódio. 



Outra característica dos filmes e que também está presente na série - e que eu adoro - é a metalinguagem. Noah, o nerd, é quem faz essa autorreferência e nos diz como funcionam os filmes e séries sobre serial killers, fala como a série Pânico terá que lidar com alguns desafios que se tem ao adaptar um filme para um produto mais extenso, que é o seriado. 


Alguns dos desafios da série estão em não matar todos os personagens tão rapidamente – será uma morte por episódio? -  afinal, teremos que nos apegar aos personagens primeiro e torcer por eles, “pra quando forem brutalmente assassinados, isso doa”, diz Noah. São questões como essa que nos atiçam a curiosidade e faz a gente continuar vendo Pânico, queremos acompanhar como a  série vai desenvolver esses elementos, ao menos, sabemos que os roteiristas tem ciência das complicações que eles terão que diluir para tornar Scream uma série atraente e com identidade própria, mas com a estrutura e a atmosfera dos filmes icônicos.



Se você curte o gênero, vale a pena assistir a série, a versão atualizada de Pânico tem fôlego para conquistar a geração atual – geração esta tão insensível e fútil, não por acaso é retratada pelos personagens do seriado.  Espero que a temporada seja tão lúcida quanto o primeiro episódio, mas claro, irei gostar de ver mais sangue pela frente e mais criatividade nas sequências das mortes. Ah, a máscara do “Ghostface” mudou, mas está ainda mais horripilante. CLIQUE AQUI e veja o trailer.

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