Contém leves spoilers!
Encerrou recentemente a segunda temporada da série de horror
Penny Dreadful (2014 - ?), produzida pelo canal Showtime e exibida aqui no
Brasil no HBO. Criada por John Logan –
roteirista de sucessos como Gladiador e Operação Skyfall – o drama ambientado em
Londres na era vitoriana reúne personagens famosos da literatura como
Frankenstein, Lobisomem e Dorian Gray em uma trama marcada por elementos
sobrenaturais e góticos.
Com 10 episódios, a segunda temporada do drama ficou aquém do
esperado e é levemente inferior à primeira. O segundo ano de Penny Dreadful
- CLIQUE AQUI e confira a crítica da 1º temporada - teve um início fraco, mas recuperou-se a tempo de nos brindar com um final
inesperado e arrebatador, de modo que nos deixa ansiosos pelo seu retorno em
2016.
Penny Dreadful não é perfeita, tem seus deslizes, mas eles se
tornam irrelevantes e minúsculos quando se tem Eva Green como protagonista,
cuja personagem, Vanessa Ives, é o maior trunfo do seriado e continuou sendo o
destaque nesta segunda temporada. Neste ano, a Srta. Ives – objeto de uma busca
satânica eterna, como ela mesma disse - foi perseguida por bruxas chamadas
Nightcomers, seres assustadores carecas e com horríveis cicatrizes pelo corpo.
Impossível escolher um só momento marcante da Eva Green em
cena, sua entrega ao papel é assustadora, sua
atuação é hipnótica, intensa e às vezes sobre-humana, como a arrepiante sequência em que
ela recita o verbis diablo. O
episódio-flashback que conta como ela conheceu uma bruxa é um dos melhores da
temporada.
Outro personagem que se destacou nessa temporada foi John
Clare (Rory Kinnear), que continua tendo uma vida difícil e desprezando ainda
mais os humanos. A frustração com a sua
“igual” Lilly (Billie Piper) e os eventos dos últimos episódios tornaram Clare
um ser pessimista e marginalizado da sociedade, mas tem um coração imenso e é o mais humano
entre os muitos humanos com os quais convive, por isso, é o personagem mais complexo e
interessante da série. Os diálogos entre ele e Vanessa são poéticos e de uma
sensibilidade ímpar.
Já Lilly - que deveria ser a Noiva do Frankenstein, seu criador, vivido por Harry Treadway - cresceu bastante nesta temporada. Passou de jovem e ingênua criatura à
vingativa e perversa parceira do misterioso Dorian Gray. Quanto ao Victor
Frankenstein, esta temporada ficou claro que ele é um homem fraco e não tem autoridade alguma
sobre as suas criaturas. Por outro lado, sua química com Vanessa Ives rendeu
bons momentos, como na descontraída cena em que eles vão a uma loja comprar
vestidos.
Sobre Dorian Gray (Reeve Carney), bom, continua sendo o
personagem mais “insosso” da série, sua trama nesta temporada foi bem confusa incialmente,
sua relação com um travesti terminou de forma abrupta - que pena, achava
promissora - mas a sua união com Lilly
nos últimos episódios nos deu a belíssima cena da valsa sangrenta, e parece
que, a dupla imortal terá mais destaque
na próxima temporada.
Outro personagem de Penny Dreadful que se destacou este ano
foi Ethan (John Hartnett). A sua difícil
luta contra os próprios demônios e a falha tentativa de se esconder do passado marcado por assassinatos e sangue foi
aplacada pelo relacionamento com Vanessa, que se tornou mais forte durante a
temporada, assim como a sua “fome” de lobo, criatura que apareceu pra valer e teve um impressionante momento
no último episódio.
Penny Dreadful continua sendo um drama de horror imperdível e
sem igual, de qualidade invejável, atuações inspiradas e textos e personagens riquíssimos. O desfecho
da temporada com os personagens tomando rumos distintos me deixou ávido pela próxima aventura satânica. Confira AQUI o trailer da série!
NOTA: 8,0
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