Talvez você não saiba, mas o cinema
espanhol tem uma contribuição bastante significativa ao gênero suspense/mistério
e que deveria ser mais prestigiada pelo público em geral, posso citar alguns
exemplares de língua espanhola que compensa qualquer possível trabalho de ter
que procurar tais obras na web, por exemplo, as obras-primas de Guillermo Del
Toro A Espinha do Diabo e O Labirinto do Fauno, A Pele que Habito de Pedro Almodóvar,
do diretor Alejandro Amenábar tem os ótimos Tesis – Morte ao Vivo e Preso na
Escuridão (Abra Los Ojos, que ganhou versão péssima com Tom Cruise chamada
Vanilla Sky), o tenso REC e o elogiado El Cuerpo, este último, do promissor Oriol
Paulo, que também é o responsável pelo thriller mais surpreendente que você
verá neste ano, Um Contratempo
(Contratiempo, 2016), disponível na Netflix e objeto principal dessa
crítica.
Graças à sua disponibilidade na famosa
plataforma on-line, Um Contratempo tem ganhado aos poucos reconhecimento e um
público cativo. Não me espanta se o filme espanhol brevemente ganhar um remake “meia
boca” de Hollywood e o diretor Paulo for convidado para assumir outra
refilmagem desnecessária, impedindo o cineasta de trabalhar em projetos
originais e possivelmente mais interessantes.