Coherence, um suspense sci-fi independente
lançado em 2013, é um desses filmes que talvez você não conheça, é também uma dessas
obras perturbadoras da mesma categoria de Donnie Darko, O Predestinado e
Amnésia, por exemplo. Se você já viu um deles, já sabe do que estou falando. Aliás,
essa produção se encaixa bem no meu post Os melhores filmes-cabeça de todos os tempos.
Dirigido pelo roteirista da animação
Rango, James Ward Byrkit, Coherence – seu primeiro trabalho como diretor – é uma
obra que desafia a nossa mente, no melhor estilo “blow your mind”, sendo assim,
é categórico que você saiba o mínimo possível sobre a trama de Coherence. O que
você pode saber é apenas isso: oito amigos se reúnem para um jantar na casa de
um deles na noite em que um cometa está passando pela órbita da Terra. A noite
vira um caos quando coisas estranhas começam a acontecer. Isso é tudo!
Esse elogiado sci-fi explora
questões de física como o experimento do Gato de Schrödinger e temas
complexos como realidade alternativa, cuja temática já foi explorada em filmes
como Donnie Darko, Complicações do Amor e na ótima série Fringe. No entanto, Coherence
traz um novo e peculiar olhar sobre a questão dos universos paralelos,
explorando-a ao máximo, de forma realista, engenhosa e brilhante. É esperado
que você fique confuso em alguns momentos, o filme demanda muita atenção do
espectador, portanto é recomendável que você o assista uma segunda vez para
um entendimento mais satisfatório.
A escolha de James Ward pelo estilo “documental”
atribui à fita uma sensação de realidade que incomoda e nos deixa mais próximos
aos personagens. A competente atuação do elenco e a trilha sonora intimista somam
às outras qualidades de Coherence, que já é um cult declarado, e uma das ficções
científicas mais instigantes e impressionantes desse milênio.
Coherence está disponível no YouTube, completo e legendado. CLIQUE AQUI e desafie sua mente!
Coherence está disponível no YouTube, completo e legendado. CLIQUE AQUI e desafie sua mente!
Coherence, segundo eu mesmo. Atenção! SPOILERS a seguir!
O final ambíguo é do tipo que
deixa o seu cérebro fervendo a ponto de um curto-circuito, fiquei atônito da
mesma forma que Donnie Darko e O Predestinado me deixou. Passadas
algumas horas após o fim do filme, você perceberá que sua trama não é tão
complicada assim, embora precise revê-lo duas vezes para pegar todos os
detalhes que surgem durante o seu desenvolvimento.
Segundo o meu entendimento,
Coherence explora o mote dos universos paralelos, e o seu grande trunfo consiste em explorar a fusão de várias realidades alternativas, criando
personagens que estão em tempo e espaço diferentes. A passagem do cometa é o
que possibilita a abertura dessas novas dimensões do Universo, o tal do “lugar
escuro” da rua, que os personagens comentam, deve ser uma espécie de “portal”
para uma nova realidade, pois quando alguém passa por ele, este já não consegue
retornar à sua realidade original. Por isso, quando um personagem sai de casa,
eles provavelmente não voltarão à sua realidade de origem.
Em (Emily Baldoni), a loira,
percebe logo a lógica da situação em que está envolvida e decide usá-la a seu
favor. Para se livrar de sua vida de sonhos frustrados, ela sai da casa na qual
seus amigos estão em conflito e busca a sua melhor realidade. Quando a
encontra, tenta matar a sua versão “mais feliz”, com o objetivo de assumir
o lugar dela. Ou seja, pode-se inferir que o cometa contribuiu para a
personagem encontrar a sua versão mais “obscura”, dando a entender que, cada um
de nós, possui dentro de si um “lado perverso”.
Depois que você esmiuça Coherence, tudo fica
mais coerente e mais simples do que se esperava, e percebe que a obra sci-fi
apenas usa a física, as teorias de relatividade e as dimensões paralelas para
abordar assuntos inerentes ao ser humano, como o medo do desconhecido, os arrependimentos
e a oportunidade de ganhar uma segunda chance para consertar uma vida que foi
deteriorada por decisões equivocadas.
É um filmaço para quem gosta do estilo.
ResponderExcluirAlém dos cults que você listou, eu citaria ainda filmes como "Pi" e "Primer".
Abraço
Tenho que ver Primer ainda, esse Pi também é muito bom, mas lembro pouco dele.
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