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22 de janeiro de 2011

Conheça Temple Grandin, o filme e a mulher

Uma fascinante e real história contada em um telefilme
 premiado e imperdível




Na semana passada, Claire Danes ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz pelo telefilme Temple Grandin, longa da HBO feito especialmente para o canal. Fiquei curioso e resolvi assistir ao filme e fiquei surpreendido com essa pequena obra-prima da TV.


Temple Grandin, que dá nome ao filme, é a protagonista desta real e impressionante história que tem início lá nos anos 50. Temple é autista, seu comportamento é antissocial, um pouco agressiva, sua maneira de pensar é diferente, pensa através de imagens e ela não gosta de ser abraçada. Ou seja, tem um jeito peculiar de ser. Um exemplo de sua peculiaridade mostrado no longa é quando ela vê uma vaca sendo “tranquilizada” ou “abraçada” por uma máquina desenvolvida para o manejo de gado chamado brete, no qual faz o animal ficar calmo antes do abate, então quando Temple entra na faculdade, decide construir um brete adaptado a ela, para lhe aliviar nos momentos mais tensos.



As duas Temples: a verdadeira e a da TV



O filme percorre a vida de Temple, da infância até a vida adulta, mostra o esforço de sua mãe em oferecer a ela uma vida “normal”, incentivando-a a frequentar escolas e uma faculdade, mesmo sendo autista, pois na época pouco se sabia sobre a condição. 

Acompanhamos a protagonista com seu jeito incomum de andar, falar e pensar - sim, até a maneira de como ela pensa é mostrado aqui – a vencer os seus medos pessoais – ela tem o maior medo de portas automáticas - e o preconceito, não apenas por ela ser uma garota “diferente”, mas por se infiltrar num mundo geralmente dominado por homens, a pecuária. Também vemos Grandin lutar com muita persistência para tornar seus projetos de engenharia pecuária em realidade, escrevendo diversos artigos sobre o gado e seu comportamento no pré-abate e desenvolvendo projetos de engenharia mais “humanos” para o gado, a fim de que o animal não sofra nos momentos antes da morte. 

Como ela mesmo disse: “a natureza é cruel, mas não tem que ser. É o mínimo que devemos fazer por eles – o gado – já que vamos comê-lo, devemos o mínimo de respeito”, conta a mulher que se tornou defensora dos direitos animais, especialista em projetos na área e ainda um modelo para mães de filhos autistas.



A mulher que idealizou o abate humanitário


Claire Danes está impecável e bem à vontade vivendo a protagonista, nada lembra o seu papel em Romeu e Julieta. A transformação é radical, cabelo, vestimentas, jeito de andar e falar, ela simplesmente assume assustadoramente a personagem. Ver Danes "sumir"  na personagem já é razão suficiente para conferir o filme. 

Antes de subir ao palco para receber o prêmio no Globo de Ouro, Claire deu um emocionante abraço na verdadeira Temple Grandin – sim, ela já pode abraçar - que estava ao seu lado toda contente, certamente por ter inspirado a atriz a interpretar uma das personagens mais fascinantes da TV e por conhecer uma das mulheres mais extraordinárias do mundo.


A produção ainda ganhou cinco Emmys no ano passado, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor para Mick Jackson, que conseguiu fazer um drama biográfico, sem cair na armadilha do dramalhão cheio de clichês e apelativo emocionalmente, realizou uma obra divertida, leve e envolvente desde o primeiro minuto para contar uma história incomum, encantadora e que nos faz pensar bastante sobre nossas atitudes, deficiências e potencialidades. 
Veja aí o trailer!


9 de janeiro de 2011

Misfits: Delinquentes com superpoderes

Conheça Misfits, seriado britânico que mistura ficção, drama
e muito humor negro





Há um ano eu postava aqui no blog sobre Skins, seriado britânico exibido pelo Canal E4 e de enorme sucesso por lá. E eis que meu primeiro post no blog neste ano de 2011 é de novo sobre outra produção britânica, exibida no mesmo canal e tão fantástica quanto o seriado citado acima. Misfits, esse é o nome da série. Ela teve início em 2009, recentemente terminou a sua segunda temporada e já foi dado sinal verde para a terceira, a ser exibida no fim do ano.

Resumidamente, a trama de Misfits é sobre cinco jovens delinquentes que após uma tempestade recebem poderes extraordinários. Como diz a crítica especializada, é uma mistura de Heroes com Skins.


A história de pessoas normais que ganham poderes especiais alterando assim toda a sua vida já foi contada na TV e no cinema inúmeras vezes. As semelhanças com Skins, portanto, são o que atribuem ao programa um tom de originalidade, pois a única relação que há entre Misfits e Heroes é o fato de os protagonistas terem superpoderes.


Os personagens principais são jovens infratores que se conhecem num local onde realizam serviço comunitário. Então, espere diálogos repletos de palavrões e humor negro em um sotaque britânico bem carregado. Apesar da história com teor fantástico, Misfits mostra uma realidade bem crua, uma cidade aparentemente suja, famílias disfuncionais, sem falar nas drogas e no sexo, elementos que possuem um papel fundamental na história dos personagens principais, resultando em cenas impróprias para menores de 18 anos.


Conheça agora os cinco distintos personagens e seus respectivos poderes:



Nathan (Robert Sheehan) – É o personagem mais irritante e ao mesmo tempo o mais carismático e divertido. Irreverente, debochado, tem o poder da....bom, seu poder só é revelado no fim da primeira temporada, não vou estragar a surpresa.









Simon (Iwan Rheon, antes de ser aquele vilão maravilhoso em Game of Thrones) – Introspectivo, fala pouco, tem a cara pálida e se comporta –  e se veste – como um psicopata. Tem o poder da invisibilidade.










Curtis (Nathan Stewart-Jarrett) – Tem o dom de voltar o tempo. É o mais “normal” de todos e logo inicia um namoro com a companheira Alisha.










Alisha (Antonia Thomas) – A sexy do grupo. Seu poder é bizarro: ela dá tesão a quem a toca, vulgarmente falando. A pessoa que toca na jovem sofre uma intensa excitação e geralmente começam a agarrá-la fortemente a fim de sexo.





Kelly (Lauren Socha) – Dona de um sotaque estranho, é a briguenta e desbocada do quinteto. Tem o poder de ler a mente alheia e geralmente não consegue segurar os pensamentos dos amigos, garantindo situações divertidíssimas.






Misfits – que já ganhou o Bafta de melhor série dramática – possui apenas seis episódios por temporada, pouco para quem está acostumado com o padrão americano geralmente composto por 12 ou 22 episódios por ano, mas a vantagem é que você pode ver uma temporada inteira em apenas um dia, garanto que irá se divertir muito. 

O seriado é bizarro, inovador, divertido, insano, politicamente incorreto, com personagens bem delineados, uma trama cheio de surpresas – até zumbis aparecem aqui –, uma trilha sonora com o melhor do cenário musical britânico e um estilo muito particular que a difere das produções televisivas americanas. Vale a espiada!

Veja o trailer:


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