Drama brasileiro mostra o adolescente e suas crises de
forma realista e divertida!
O filme se chama As Melhores Coisas do mundo (Brasil, 2010), mas poderia ser facilmente chamado de As piores coisas do mundo, porque seu personagem principal Mano (vivido por Francisco Miguez) de 15 anos, não está numa fase muito “legal”. Seus pais estão se separando - seu pai assume sua homossexualidade -, é pressionado pelos amigos a perder a virgindade, e ainda sofre por uma paixão não correspondida.
O drama de Laís Bodanzky é realista, retrata o adolescente atual de uma maneira verdadeira - eles fumam, bebem, se masturbam, pagam para ter sexo - com situações que não são fictícias e que permite perfeitamente nos identificar com elas, ou com seus tantos personagens. Eu ao menos, consegui enxergar no filme vários personagens muitos semelhantes com algumas pessoas que eu já topei nessa minha vida. Por exemplo, tem aquela com quem ninguém fala, considerada a “estranha” da sala, tem o cara que quer "pegar" o maior número de meninas do colégio, tem a apaixonada pelo professor, o tipo romântico-sufocador-extremista, a loira “gostosa” do colégio, a menina que só tem amigos do sexo oposto, enfim, não sei você, mas eu conheço ao menos, uma cópia da maioria desses personagens na vida real.
Se identificar com os personagens ou com as situações apresentadas nesse drama brasileiro é uma das maiores qualidades de As Melhores Coisas do Mundo, não são jovens riquinhos do tipo Gossip Girl, muito menos são parecidos com os jovens “rasos” e tediosos de Malhação. Para esse retrato fiel da realidade, a diretora - que também dirigiu Chega de Saudade e O Bicho de sete cabeças - e sua equipe tiveram que recorrer aos próprios adolescentes para ajudá-los a formar o verdadeiro "teen" dos dias atuais - com gírias e tudo - , e claro, também se basearam nos livros Mano, de Gilberto Dimenstein e Heloísa Prieto.
As Melhores..., é tão bom quanto Antes que o Mundo Acabe, outro excelente filme brasileiro de temática adolescente, é divertido, atual, engraçado, retrata o bullying e o ciberbullying, o preconceito, a tolerância, amores platônico, e centenas de outros assuntos relacionadas ao período adolescente de uma forma não caricata, sem dar explicitamente lições de morais “caretas” aos seus espectadores. Sim, as lições estão lá, mas estão implícitas nas imagens, no comportamento e nas atitudes dos personagens. Ah, e como bônus, ainda tem Mano cantando Something - não tão bem né, afinal não é um musical - dos Beatles com o seu violão.
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