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5 de setembro de 2011

Trilogia Millennium: A saga da garota tatuada


Contém leves spoilers!
Maquiagem carregada e sombria, piercings e tatuagem de dragão nas costas, essa é a heroína da trilogia Millennium, baseado nas obras literárias do sueco Stieg Larsson: Os Homens que não Amavam as Mulheres, A Menina que Brincava com Fogo e A Rainha do Castelo de Ar. Lisbeth Salander é a protagonista dos três filmes e a melhor coisa da saga, graças à atuação intensa de Noomi Rapace.



Os atores Michael e Noomi: atuações marcantes

Os livros da trilogia já chegaram há algum tempo nas livrarias brasileiras e assim como na Europa e nos Estados Unidos, tornou-se fenômeno de vendas. As obras fizeram tanto sucesso lá na Suécia, que elas já ganharam adaptações cinematográficas bem-sucedidas por lá. Aqui no Brasil, apenas o primeiro capítulo, Os Homens que não Amavam as Mulheres, foi lançado nos cinemas no ano passado e já se encontra também em formato DVD. As outras duas partes não têm previsão de estreia por aqui, mas graças a nossa querida web, você pode conferir o restante da trilogia.



Os Homens que não Amavam as Mulheres 
(Diretor:Niels Arden Oplev, 2009)




Antes da minha breve análise dos filmes, saibam que não li os livros, ainda.


O primeiro longa foi lançado em 2009 e realizado entre a Dinamarca, Suécia e Alemanha. Aqui conhecemos o jornalista Mikael Blomkvist (Michael Nyqvist) e a tatuada Lisbeth Salander. Mikael é chamado por um homem poderoso para investigar um desaparecimento de quase 40 anos de uma jovem garota. Com o auxílio de Lisbeth, uma incrível hacker e que luta como ninguém, logo a dupla começa a descobrir os “podres” da própria família da moça desaparecida. Somado a essa trama, é mostrado alguns lapsos do passado nebuloso de Lisbeth e a sua relação tempestuosa e violenta com o seu tutor. 

O filme é longo demais e o ritmo é lento, isso pode desagradar a muitos que estão acostumados aos thrillers frenéticos moldados em Hollywood. Para mim, o ritmo arrastado não é um ponto negativo, é algo que o diferencia das obras americanas. Os homens é um thriller comum, com presença de cenas de violência sexual, mas sem inovação alguma, um bom filme de suspense de investigação e com um desfecho surpreendente, bem ao estilo novela das oito – isso é bom. A relação dos dois protagonistas e a interpretação de Noomi são os grandes trunfos do primeiro capítulo. Ainda assim, é a melhor parte da trilogia.



A Menina que Brincava com Fogo (Dir: Daniel Alfredson, 2009)




A segunda parte é mais focada na personalidade complexa de Lisbeth, seu passado sombrio e na conspiração que estão tramando contra ela. Escondida de todos, seu sossego - se é que ela alguma vez teve algum - acaba quando ela é acusada de três assassinatos. Mikael, jornalista obstinado, tenta de tudo para ajudá-la, é o único que acredita que a moça não é uma assassina. Neste capítulo também conhecemos o homem em quem ela “tacou” fogo e suas razões para tal.

É o filme mais curto da trilogia (2 horas de duração), não é cansativo como o primeiro, a trama é mais “enxuta” e repleto de revelações bombásticas. O final sangrento com Lisbeth sendo levada ensanguentada ao hospital serve para deixar o espectador aflito até o próximo e último capítulo. O melhor dessa parte é que começamos a conhecer realmente a personagem principal e o seu terrível passado.

A Rainha do Castelo de Ar (Dir: Daniel Alfredson, 2009)



No último capítulo, a trama trata da recuperação de Lisbeth - que quase morreu no capítulo anterior - e sobre o seu julgamento. Todos os segredos são revelados, conhecemos os motivos dos “velhinhos” que querem colocar novamente a garota tatuada numa ala psiquiátrica e sobre o período que Lisbeth passou no hospício. O filme começa tenso, os “conspiradores” estão desesperados com a possibilidade de os segredos serem revelados pela garota ou pelo jornalista. Mas depois do assassinato de um personagem importante para a trama, aquele ritmo arrastado “dá as caras” novamente. Enquanto Lisbeth está “inativa” se recuperando no hospital, o longa se concentra na investigação de Mikael e na história que será publicada em sua revista Millennium e nas ameaças que sua equipe está sofrendo por causa do caso. 

O filme tem poucos momentos de ação, é o mais sonolento de todos, até começar o julgamento da hacker. Aí sim, o circo pega fogo e ficamos na expectativa de que toda aquela história tenha um final feliz, que Lisbeth seja libertada, que as pessoas que lhe fizeram mal sejam punidas e consequentemente todos os crimes cometidos contra a mulher sejam revelados e interrompidos.


Lisbeth sendo agredida por seu tutor!



É com maquiagem escura, inúmeros piercings na orelha e um visual bem “clubber” - incluindo roupas pretas de couro - que Lisbeth vai ao julgamento, a sequência toda é memorável. Ela age assim para mostrar a todos que é vítima, mas também é destemida, determinada, forte, dona de uma personalidade ímpar e que não esconde o seu verdadeiro eu. 

Após ver toda a trilogia, apenas uma coisa fica na cabeça: a personagem principal. Lisbeth Salander é tão marcante e vivaz, que torna quase impossível ver a atriz Noomi Rapace interpretando uma outra personagem. Como já dito, ela é o maior trunfo da trilogia, contanto, não se deve menosprezar outros elementos dos filmes, por exemplo, a química existente entre os protagonistas, as boas atuações do elenco e a bela fotografia que dá o tom “sombrio” à trama.


Lisbeth vestida "adequadamente" para ir ao tribunal!



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