Conspiração e os bastidores do jornalismo
são os pontos fortes da série britânica
são os pontos fortes da série britânica
Dizem por aí que a série inglesa
The Hour, é o equivalente ao cultuado seriado Mad Men. Enquanto este
concentra-se na rotina dos publicitários dos anos 60, o show britânico mostra
os bastidores do jornalismo nos ano 50 e ainda inclui em seu enredo aquela dose bem boa de conspiração que eu particularmente adoro.
Logo, o que se assemelha nas duas produções é só o fato de ambas abordarem
o mundo de duas áreas da comunicação em décadas passadas. Dizer que Mad Men e The Hour são similares é
um equívoco.
Hector em sua primeira reportagem de rua.
A narrativa da série inglesa é
bem condensada e sem enrolação, sem o clima intimista de Mad Men. Com apenas
seis episódios por temporada, com duração de uma hora, a trama de The Hour está sempre avançando, não corre o risco de entediar e torna tudo
mais envolvente para o espectador.
Com a crise do Canal de Suez como
pano de fundo – corre e pega um livro de história – a série é conduzida por três personagens principais, que são a Bel Rowley (Romola Garai, atriz ainda desconhecida mas que já fez muitos trabalhos em produções inglesas, como
Desejo e Reparação), vive a produtora loira e atraente, Freddy (Ben Wishaw, que
protagonizou o intenso Perfume: A
História de um Assassino) é o jornalista excêntrico, e Hector (Dominic West, rosto mais conhecido
entre os três, esteve em 300, Chicago, O
Sorriso de Monalisa) faz o charmoso apresentador do programa The Hour.
The Hour em 5, 4, 3, 2, 1.
Os três são os principais responsáveis
pelo telejornal transmitido pela BBC e cuja missão principal é apresentar as
informações sobre os conflitos no Canal de Suez de maneira imparcial, mas acabam
esbarrando na censura e no controle feroz de agentes do governo britânico.
Em paralelo aos dramas pessoais e
casos amorosos que se criam entre os protagonistas e ao desenvolvimento do programa, há uma
trama secundária que envolve conspiração governamental, espionagem e
assassinatos com o qual Freddy, o jornalista cínico interpretado por Ben, acaba se
envolvendo até o pescoço. É dele, as melhores cenas e diálogos do seriado.
A direção de arte, os figurinos e
toda a contextualização histórica não pecam em nada. Para a classe jornalística
The Hour é obrigatório, é muito interessante ver como a censura limitava o
trabalho dos jornalistas na época, e funcionava mais ou menos assim, ou o
programa era conivente com o governo e aceitava tudo sem questionar, ou ele tirava o
programa do ar. Simples assim. No fim da temporada, a sequência em que os protagonistas resolvem,
pela primeira vez, expor suas próprias opiniões sobre os conflitos e as decisões
do governo, é de arrepiar.
Jornalista sofre hein! Nada como um cigarrinho, um suco...
The Hour ganhou uma segunda
temporada que deve começar ainda este ano, e ela vai se passar 10 meses após os
eventos da primeira, e promete mais intrigas políticas e até a ida do homem à
lua deve entrar no meio da história. Uau! Me empolguei.
A série da BBC é uma boa dica para quem busca
um programa diferente, sofisticado, com personagens que te cativam desde o primeiro momento, ainda tem um pouquinho de conteúdo histórico,
espionagem, suspense, e conta até com uma visitinha aos bastidores nada glamouroso do jornalismo dos anos 50.
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