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5 de abril de 2012

The Hour - A série

Conspiração e os bastidores do jornalismo 
são os pontos fortes da série britânica


Dizem por aí que a série inglesa The Hour, é o equivalente ao cultuado seriado Mad Men. Enquanto este concentra-se na rotina dos publicitários dos anos 60, o show britânico mostra os bastidores do jornalismo nos ano 50 e ainda inclui em seu enredo aquela dose bem boa de conspiração que eu particularmente adoro.

Logo, o que se assemelha nas duas produções é só o fato de ambas abordarem o mundo de duas áreas da comunicação em décadas passadas.  Dizer que Mad Men e The Hour são similares é um equívoco.

Hector em sua primeira reportagem de rua.

A narrativa da série inglesa é bem condensada e sem enrolação, sem o clima intimista de Mad Men. Com apenas seis episódios por temporada, com duração de uma hora, a trama de The Hour está sempre avançando,  não corre o risco de entediar e  torna tudo mais envolvente para o espectador.

Com a crise do Canal de Suez como pano de fundo – corre e pega um livro de história – a série é conduzida por três personagens principais, que são a Bel Rowley (Romola Garai,  atriz  ainda desconhecida mas que já fez  muitos trabalhos em produções inglesas, como Desejo e Reparação), vive a produtora loira e atraente, Freddy (Ben Wishaw, que protagonizou o intenso  Perfume: A História de um Assassino) é o jornalista excêntrico,  e Hector (Dominic West, rosto mais conhecido entre os três,  esteve em 300, Chicago, O Sorriso de Monalisa) faz o charmoso apresentador do programa The Hour.

The Hour em 5, 4, 3, 2, 1.

Os três são os principais responsáveis pelo telejornal transmitido pela BBC e cuja missão principal é apresentar as informações sobre os conflitos no Canal de Suez de maneira imparcial, mas acabam esbarrando na censura e no controle feroz de agentes do governo britânico.

Em paralelo aos dramas pessoais e casos amorosos que se criam entre os protagonistas  e ao desenvolvimento do programa,  há uma  trama secundária que envolve conspiração governamental, espionagem e assassinatos com o qual Freddy, o jornalista cínico interpretado por Ben, acaba se envolvendo até o pescoço. É dele, as melhores cenas e diálogos do seriado.

A direção de arte, os figurinos e toda a contextualização histórica não pecam em nada. Para a classe jornalística The Hour é obrigatório, é muito interessante ver como a censura limitava o trabalho dos jornalistas na época, e funcionava mais ou menos assim, ou o programa era conivente com o governo e aceitava tudo sem questionar, ou ele tirava o programa do ar. Simples assim. No fim da temporada, a sequência em que os protagonistas resolvem, pela primeira vez, expor suas próprias opiniões sobre os conflitos e as decisões do governo, é de arrepiar.

Jornalista sofre hein! Nada como um cigarrinho, um suco...


The Hour ganhou uma segunda temporada que deve começar ainda este ano, e ela vai se passar 10 meses após os eventos da primeira, e promete mais intrigas políticas e até a ida do homem à lua deve entrar no meio da história. Uau! Me empolguei.

A série da BBC é uma boa dica para quem busca um programa diferente, sofisticado, com personagens que te cativam desde o primeiro momento, ainda tem um pouquinho de conteúdo histórico, espionagem, suspense, e conta até com uma visitinha aos bastidores nada glamouroso do jornalismo dos anos 50.

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