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15 de dezembro de 2013

Somos o que Somos



Sem causar sustos, aberrações ou banho de sangue, Somos o que Somos (We Are What We Are, 2013) é um suspense bizarro, mas bem mais importante que isto, é dizer que o filme é um bom exemplo de uma história muito original e promissora, mas que não foi bem sucedida na sua execução. 

Refilmagem do longa mexicano Somos lo que Hay, Jim Mickle (Stake Land) dirige o suspense sobre uma família reclusa e apática que vive como se estivesse ainda no século 19. Após a morte da matriarca da família, o pai, Frank (Bill Sage, numa performance limitada e irritante), incumbe as suas duas filhas de ser responsáveis em manter uma tradição antiga e mórbida. Costumes cujas provas estão prestes a ser descobertas pelos moradores da cidade em razão de uma forte e constante chuva, deixando Frank no limite da racionalidade e gritando aos ventos citações bíblicas sempre que possível.

Iris tem uma refeição indigesta.

O início do filme é instigante, há o clima de mistério, uma atmosfera assustadora se edifica nos primeiros minutos, o final surpreendente e indigesto (adorei o desfecho) também funciona, no entanto, o seu miolo é decepcionante, sonolento. Somos o que Somos não prende a atenção, mesmo com aquela expectativa para saber o verdadeiro segredo da família Parker, e quando nossas suspeitas se confirmam, não sentimos nada, culpa do diretor que não soube construir aqui um momento de impacto.

A fotografia sérpia, o ambiente opressor da casa da família e as boas atuações de Julia Garner e Ambyr Childers, que interpretam as irmãs Rose e Iris respectivamente, são os acertos deste suspense macabro. Somos o que Somos pode não ser perfeito e nem deve agradar a muitos, mas ainda tem a seu favor, a abordagem de um tema pouco explorado no gênero, o canibalismo, e isso é algo positivo, considerando as tantas produções de terror com temas pra lá de batidos que infestam os cinemas. 

NOTA: 6,0

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