A Era dos Excessos. Assim deveria
se chamar o quarto filme da franquia bilionária dos robozinhos coloridos comandada
pelo exagerado Michael Bay. Transformers: A Era da Extinção (2014) é o primeiro
capítulo de uma nova trilogia (WHAT?!!!), segundo o anúncio do próprio diretor.
Daí você me pergunta: E quem vai aguentar
mais dois filmes de três horas sobre robôs gigantes lutando incansavelmente até
a cidade estar completamente destruída? A resposta é simples: Muita gente.
Queira você ou não, a franquia é um sucesso de bilheteria irrefutável, e isso significa
que o público adora um “mais do mesmo”, um “arroz com feijão requentado
trezentas vezes”, afinal, por que arriscar ir ao cinema assistir a um filme desconhecido
se Transformers oferece e garante ao espectador, um espetáculo visual de encher
os olhos e cenas de ação ininterruptas.
Muitos podem criticar Michael Bay
pelos seus trabalhos, mas ele realmente conhece muito bem o seu
público-alvo e lhe dar exatamente o que quer. Não digo que Bay é um péssimo diretor, ele é
mestre no gênero no qual se consagrou e fez alguns dos melhores filmes de ação dos
anos 90, A Rocha e Armageddon, e antes de entrar na saga robótica, realizou
o seu melhor trabalho até agora segundo eu mesmo, o excelente A Ilha, de 2005. O que quero dizer é que o cineasta pode sim fazer
filmes bons, mas infelizmente ele sucumbiu ao comodismo e ficou preso à fórmula pra
lá de gasta da saga Transformers. E ele sabe da sua condição, a prova disso é um comentário de um personagem no filme que diz, "os filmes de hoje são um problema, só fazem sequências e refilmagens de mau gosto".
Bay e Walhberg no set
Se você viu os filmes anteriores,
então já sabe tudo o que vai acontecer, nem preciso falar muito do roteiro, que
é um fiapo né! Humanos e robôs/carros se unem contra humanos maus e robôs maus para
salvar a Terra da aniquilação, mas não sem antes destruir uma cidade inteira. O
que muda nesta nova “fase” são as personagens. Sai o engraçadíssimo Sam
Witwicky (Shia Labeouf) e entra o brucutu Cade Yeager, interpretado por Mark Wahlberg.
Nicola Peltz (de Bates Motel) vive a filha de Wahlberg e o galã Jack Reynor, o namorado
dela. Nenhum deles tem carisma e nem nos fazem rir como o atrapalhado do Sam
e a sua família doida.
A Era da Extinção além de pecar
pelos excessos, seja nas batalhas intermináveis e cansativas, na fixação do diretor em filmar no pôr do sol ou na própria
duração do filme, são quase três horas de barulho e caos, este quarto capítulo
falha também em tentar ser engraçado, a personagem de Stanley Tucci é o que
mais tenta, consegue algumas vezes, mas soa forçado na maior parte do tempo, a culpa
nem é do ator, mas do roteiro fraco.
Novos personagens, a mesma história
Transformers 4, no entanto, além de tecnicamente impecável, tem seus bons
momentos, como quando Wahlberg sai no braço com um dos vilões enquanto vai
descendo os prédios singulares da China e a sequência impressionante em que automóveis e navios são sugados pela nave alienígena, levados às alturas e largados
novamente no solo. Em resumo, o novo Transformers diverte as crianças e a quem
nunca viu nenhum filme da saga, mas cansa a mente e os ouvidos daqueles
corajosos que já assistiram a todos os outros anteriores e que foram ver este
capítulo com uma centelha de esperança de que Michael Bay faria algo diferente e mais divertido, assim como foi o
primeiro filme.
NOTA: 4,0
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