O novo trabalho do cineasta Ridley Scott, o épico bíblico
Êxodo: Deuses e Reis (Exodus: Gods and Kings, 2014), infelizmente ainda não é a
obra que vai tirar o diretor da “má fase” que está passando. Scott já concebeu
obras magníficas como Gladiador e Blade Runner, nos últimos anos, porém, está
envolto em um ciclo interminável de filmes razoáveis, como os últimos O
Conselheiro do Crime e Prometheus. Apesar de sua grandiosidade e do espetáculo
visual, Êxodo: Deuses e Reis decepciona.
O épico é protagonizado por Christian Bale, que ao contrário
de Scott, está em um ótimo momento na carreira, sendo este filme, apenas um
pequeno “arranhão” na sua filmografia. Eu digo pequeno porque, a atuação de
Bale é indiscutivelmente um dos pontos fortes da produção. É notável o esforço
de Bale na composição do seu Moisés, os gestos, o modo de falar, tudo isso é incorporado
cuidadosamente para que o público veja ali na telona o icônico personagem
bíblico, e não Bruce Wayne.
Ramsés e Moisés: irmãos e inimigos
Êxodo: Deuses e Reis acompanha a famosa trajetória de Moisés, que
libertou o povo Hebreu da escravidão, guiou o povo pelo deserto, atravessou o
Mar Vermelho e com o auxílio de Deus, esculpiu a tábua com os 10 mandamentos.
Então, você pensa, “quem diria que o Batman algum dia iria escrever as leis de
Deus em uma pedra”. Pois é...
Além de Bale, os cenários grandiosos e detalhistas e os
efeitos visuais arrebatadores merecem destaque, Ridley Scott é mestre em produzir
épicos, todo mundo sabe. A cena da abertura do Mar Vermelho e as sequências das pragas,
por exemplo, são fantásticas.
Bale: um dos poucos motivos para ver o filme
Êxodo tem seus bons momentos, mas os defeitos são tantos que
eles acabam prevalecendo e amontoando-se sobre as qualidades. A história, que
começa de maneira apressada demais, torna-se arrastada e cansativa no segundo
ato do filme. O ritmo melhora apenas quando o clímax está se aproximando, até
lá o público ficou impaciente. Quanto ao antagonista, Ramsés, é insosso e impotente, graças à equivocada interpretação do Joel Edgerton (Guerreiro). Para piorar
o quadro, vale destacar o mau uso de Sigourney Weaver, cuja personagem aparece
duas vezes de forma relâmpago, sem motivo algum.
Apontando estas falhas e atributos de Êxodo: Deuses e Reis, a
impressão que ficou após o término da sessão, é que o filme foi idealizado às pressas, preocuparam-se
muito com o visual e menos com o ser humano à frente das câmeras e o
desenvolvimento da história. Mas se você
é fã de Christian Bale ou gosta - muito - de obras bíblicas, vale a pena
conferir. Mas ressalto que Noé, lançado no primeiro semestre e de temática semelhante, é muito
superior. Ah, o 3D é horrível e quase imperceptível.
NOTA: 6,5
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