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16 de julho de 2016

Stranger Things – a incrível série de mistério da Netflix


Há cinco anos, J. J. Abrams homenageou Steven Spielberg e os clássicos juvenis dos anos 80 com o suspense Super 8,  cuja trama era propositalmente semelhante a E.T., O Extraterrestre. Ontem, estreou a excelente série de ficção e suspense Stranger Things, produção original da Netflix, que também é uma ode à cultura pop oitentista.

Stranger Things “respira” anos 80 até nos mínimos detalhes (pôsteres de Tom Cruise e de filmes clássicos como A Coisa e Evil Dead enfeitam os cenários); a “viajante” trilha repleta de sintetizadores da abertura lembra a ficção Tron, clássico lançado em 1982; o hit Shoul I stay or should I go, do The Clash, é presença constante na série; sem falar nos elementos spielberguianos inspirados – descaradamente – por filmes como E.T., Os Goonies e Contatos Imediatos de Terceiro Grau, como por exemplo, a turma de garotos caminhando em uma linha do trem ou andando de bicicleta, que se envolve em uma trama de mistério e tenta resolvê-lo por conta própria.


Criada pelos irmãos Matt e Ross Duffer, que também dirigem 6 dos 8 episódios, Stranger Things não esconde as referências, e não tem o porquê, mas possui seus próprios elementos originais. O universo criado pelos irmãos – com a ajuda de Shawn Levy (Gigantes de Aço), que dirige dois episódios –, refiro-me aquele que é a maior revelação da série, tem um grande potencial e pode sustentar a série por mais temporadas.

Sem revelar muito da trama, a série inicia com o misterioso desaparecimento de um garoto, após se deparar com uma criatura sinistra em sua casa. Winona Ryder, musa do Tim Burton naquela década e protagonista de Os Fantasmas se divertem e Edward – Mãos de Tesoura, encarna com unhas e dentes a mãe do garoto desaparecido, que vive, em grande parte da temporada, perturbada e dividida entre a esperança e a insanidade.


Há muitas tramas paralelas, mas vale destacar a dos três amigos: Mike (Finn Wolhard), Lucas (Caleb McLaughlin) e o engraçadinho Dustin (Gaten Matarazzo), que se juntam à misteriosa Eleven (Millie Bobby Brown), garota que fugiu de um laboratório estranho presente na cidade, e vão procurar o amigo Will (Noah Schnapp), desaparecido estranhamente.

Um dos principais pontos altos de Stranger Things é que todo o mistério é resolvido até o fim da temporada, embora no último episódio tenham cliffhangers que nos deixem afoitos por uma segunda temporada, a série não brinca com o espectador e nos presenteia com uma trama redondinha, dinâmica, bem conduzida e repleta de personagens cativantes e de momentos de tensão, suspense e horror.

Os irmãos Duffer podem até serem desconhecidos – por enquanto –, no currículo, eles têm o filme de terror Hidden e alguns roteiros da fraca série Wayward Pines, mas conheciam muito bem o material que tinham nas mãos, e realizaram para a Netflix uma obra riquíssima, nostálgica para os maiores de 30 anos, empolgante para quem não conviveu com as pedaladas dos quatro amigos de Conta Comigo ou se maravilhou com as “luzes que falam” de Contatos Imediatos...ah, obrigado irmãos pela deliciosa "viagem no tempo".

NOTA: 9,0



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