Cap. Nascimento, o nosso anti-herói, está de volta!
E os políticos que se cuidem!
E os políticos que se cuidem!
“Por mim eu trancava eles aí dentro, jogava a chave fora e deixava eles se foder sozinho”. Esta é a voz do nosso anti-herói brasileiro, Capitã. Nascimento - que agora é Tenente-Coronel do BOPE - sobre o conflito entre os bandidos no presídio Bangu 1. São os primeiros minutos de Tropa De Elite 2 (2010) – depois dos créditos iniciais embalados por aquela música horrenda do Tihuana.
Nesta sequência, o alvo do Coronel Nascimento (Wagner Moura arrebenta, em todos os sentidos), que agora ocupa o cargo de subsecretário de segurança do Rio de Janeiro, são os políticos e os corruptos. Quer dizer, os políticos corruptos. Com esse poder nas mãos, Nascimento consegue dar um jeito na bandidagem, no tráfico carioca. Mas ele descobre que aqueles traficantezinhos do morro não são nada comparados a um esquema que envolve políticos e policiais, que se beneficiam da ausência dos traficantes para ganhar poder e mais dinheiro e claro, votos, pois é ano de eleições e todos querem “mostrar serviço” à população e à imprensa.
O personagem de Nascimento está mais maduro, complexo, humano. Sua vida anda complicada também. Além de lidar com esse novo trabalho – ele quer foder com o sistema – tem que lidar com o filho que lhe ignora e com Fraga (Iradhir Santos) um ativista dos direitos humanos, casado com sua ex, e que não gosta nada dos métodos violentos e não convencionais do BOPE.
O diretor José Padilha consegue algo quase impossível: superar o primeiro filme. Nesta segunda parte, ainda tem alguns elementos presentes no original: a violência, o realismo, a crítica social, a polêmica, a tensão quase ininterrupta e a tal sacola de plástico sendo usada para embalar cabeças. Mas é inegável notar o amadurecimento dos personagens principais, a trama bem desenvolvida e mais complexa. Ainda é visível perceber em cada frame, os motivos que levaram Padilha a realizar esta sequência, a vontade de querer ver - e mostrar - o Cap. Nascimento combatendo esses novos inimigos que – a meu ver – são muitos piores que o traficante da esquina.
Deputado corrupto: igual a muitos reeleitos este ano!
Padilha conseguiu fazer de Tropa de Elite 2 um produto de entretenimento com conteúdo, queria também que o espectador saísse do cinema levando consigo uma reflexão sobre a condição política atual do Brasil e seus representantes cada vez mais inaptos e analfabetos. E se Padilha quiser realizar uma trilogia, o Brasil agradece. Teremos o nosso Bourne à brasileira.
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