Contém spoilers!
Esquadrão Suicida (Suicide Squad, 2016) é uma tragédia
anunciada. Vendido como “subversivo”, a nova aposta cinematográfica da DC
Comics é convencional demais, tão convencional que chegar a doer. Nunca tive
altas expectativas acerca desse filme, e quando foi divulgado que a sua classificação indicativa seria para maiores de 12 anos, senti que algo estava errado com essa adaptação, que não era uma adaptação comum, mas uma repleta de
anti-heróis “subversivos”. Resultado: todos esperavam um “Deadpool” e se
depararam com um episódio longo de “Power Rangers”. Ou seria "Batman & Robin"?. Bem feito.
Vamos aos problemas, que não são poucos. Os heróis de
Esquadrão Suicida não têm nada de “anti”: são sentimentais, choram por
crianças, carregam bichinho de pelúcia e se autodenominam “família” – alguém aí lembrou
de Velozes e Furiosos?. A personagem
de Viola Davis – responsável por recrutar o grupo de criminosos – é mais
implacável e temida que todos eles juntos.
Arlequina (Margot Robbie) e Deadshot (Will Smith) são os que mais se destacam, todos os outros
foram reduzidos a coadjuvantes sem carisma e limitados a “frases de efeito”. Smith parece repetir um personagem antigo de
sua filmografia – nem a cena com a sua filhinha comove – mas é a insanidade de Arlequina que “salva” o
filme do desastre total, infelizmente, o marketing excessivo e os trezentos mil
trailers evitaram que a anti-heroína brilhasse mais, de inédito pouco sobrou,
apenas risos contidos de piadas já gastas. Aliás, a tentativa de colocar mais
humor no longa falhou plenamente. Os diálogos soam forçados e automáticos.
Ainda sobre o elenco, June Moone (Cara Delevingne), a bruxa,
tem um início interessante, mas quando é possuída por uma entidade maligna,
torna-se a figura mais ridícula do cinema de todos os tempos. Não estou
exagerando. Não tem como levar a sério
uma vilã que esbraveja ameaças enquanto dança “Hips don´t lie” em um cenário
cafonérrimo de dar vergonha. Para piorar, a ideia de esmagar o coração da bruxa
é tão esdrúxula que só faz sentido em Once
Upon a Time. A originalidade mandou lembranças.
Para finalizar, temos Jared Leto, no pior papel de sua
carreira. Sua participação surpreendentemente curtíssima em Esquadrão Suicida
não justifica o barulho feito pelo ator e pela produção do filme - certamente o diretor David Ayer cortou
drasticamente a quantidade de suas cenas na pré-produção. Seu Coringa é
caricato, fajuto e gargalha demais, desnecessariamente. Saí do cinema me
perguntando qual foi a sua verdadeira função na história....procurando respostas
até agora.
Outro “defeito” dessa produção está na escolha de músicas
óbvias, bem como o uso excessivo delas, chegando a um nível de parecer que o
uso da trilha funciona mais como amuleta, para “cativar” o público – já que isso é impossível
por parte dos personagens – e para disfarçar a bagunça do roteiro. Falando em excessos,
os inúmeros flashbacks, muitas vezes, “quebram” o ritmo da história e seu uso
praticamente serve (também) para tentar criar algum tipo de conexão emocional com o
espectador, o que não acontece, ressaltando a inabilidade do diretor em lidar
com múltiplos personagens.
Para não dizer que Esquadrão Suicida não é todo ruim – perto desse,
Batman Vs Superman é uma obra-prima –
, a direção de arte é caprichada, a primeira cena de ação do esquadrão fora da
prisão empolga um pouco, e até nos importamos, em um instante, com a doidinha
da Arlequina. Nesse cenário nada favorável para a DC, O Homem de Aço continua sendo o melhor filme de super-herói lançado recentemente.
Bom postagem! Em 2016 houve estréias cinematográficas excelentes, mas o meu preferido foi "Esquadrão Suicida"! :) Acho que a Programação HBO é muito boa! Na página, também encontrei informações de produção e atores. ❤️ Recomendo!
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