Páginas

23 de outubro de 2011

Hanna

A máquina mortífera aqui tem 16 anos
e um rostinho angelical






Logo nos primeiros minutos do longa conhecemos a linda jovem Hanna e a sua capacidade de transformar-se rapidamente, de uma menina inocente com carinha de anjo para uma assassina treinada e super eficiente. É ela, a personagem que dá nome ao filme, o principal destaque do novo trabalho de Joe Wright, diretor de dramas como Orgulho e Preconceito e Desejo e Reparação, que resolveu se aventurar no gênero thriller de ação, e cá entre nós, se saiu surpreendentemente bem, já que esse filme é muito diferente dos anteriores.



Hanna (2011) tem como protagonista a linda e
talentosa Saoirse Ronan (Um Olhar do Paraíso) que como já disse, é a melhor coisa da fita, ela sabe ser uma garota doce e forte, ás vezes, e em outros momentos, é um “soldado” treinado dissimulado, tudo na medida certa.




Com 16 anos, Hanna leva uma vida diferente d
as outras garotas de sua idade (ela se dá conta disso quando se depara com uma adolescente na sua fuga), desde pequena vive na floresta com seu pai Erik (Eric Bana), um ex agente da CIA que a treina para ser a “assassina perfeita” . Bom, ela não é assim tão fria e robótica, também é educada, aprende vários idiomas, sabe quantos músculos o beijo pode envolver por exemplo, porém, seu conhecimento sobre música é limitado e nunca tinha visto uma lâmpada antes, apesar de saber quem foi o pai da eletricidade. Depois que Hanna e seu pai saem da floresta, eles são perseguidos pela temível agente da CIA Marissa Wiegler, interpretada por Cate Blanchett, e nem é preciso dizer o quanto maravilhosa ela está.

Após a impressionante cena de fuga de uma agência da CIA, Hanna - tanto a garota quanto o filme - dá um tempo na ação para focar nas descobertas da protagonista sobre o mundo exterior. Ela conhece pessoas, lugares, e começa a si conhecer melhor, ela percebe também que as suas habilidades mortais não são algo tão comum assim. 


O longa fica um pouco monótono em sua metade, mas não compromete o resultado final. Wright mostra que sabe conduzir um filme de ação, fato este que pode ser exemplificado pelas ótimas cenas de lutas, muito bem coreografadas – a menina é um Jason Statham de saias, impressiona mesmo – e que com a ajuda da ótima trilha do The Chemical Brothers, deixa as cenas ainda mais intensas e empolgantes.



Hanna é uma película interessante, apesar de um roteiro nada original, mas devido ao talento do diretor e uma protagonista forte, o longa consegue se esquivar dos “lugares-comuns” dos filmes do gênero e se sobressair graças também ao elenco, à trilha sonora e aos cenários peculiares, transformando Hanna em um filme imperfeito, mas que merece ser visto. Joe Wright deveria ser aventurar mais nesse gênero...

16 de outubro de 2011

HUNGER

  • Hunger está na lista dos 100 melhores filmes britânicos de todos os tempos da revista Empire. Ocupa a posição 65.

Perturbador e violento, filme conta a história de um ativista do IRA que fez greve de fome


Há 30 anos, Bobby Sands, integrante do IRA, um exército paralelo que lutava pela separação da Irlanda e do Reino Unido, transformaria-se num símbolo da luta pela independência da nação irlandesa. Como uma forma de protesto, Bobby fez greve de fome, e após 66 dias em jejum, morreu aos 27 anos na prisão onde se encontrava.

Há 3 anos, os últimos momentos de vida de
Bobby Sands foram retratados em Hunger (2008), uma chocante película dirigida por Steve McQueen com uma interpretação marcante e intensa de Michael Fassbender, que dava vida ao ativista-mártir.

Hunger, primeiro filme de McQueen, um artista plástico, angariou dezenas de prêmios em festivais mundo afora, colocou Fassbender no radar de Hollywood, que nesse ano também recebeu elogios calorosos da
imprensa pelo seu “Magneto”, em X-Men: Primeira Cla
sse.




Mas focando no polêmico Hunger, pode-se dizer que é um filme-arte perturbador, cuja imagens são feitas para chocar e os diálogos são q
uase inexistentes. O longa é dividido em três partes. 


A primeira concentra-se em alguns ativistas presos numa cela escura, suja - e repugnante – e sendo violentados pelos soldados. 

A segunda é uma longa conversa entre Bobby Sands (Fassbender) e o padre, no qual conta sobre a ideia da greve de fome. Praticamente, é nessa cena de mais de 20 minutos sem cortes, com a câmera estática, que os diálogos estão concentrados. O mais impressionante é que esse bate-papo extenso em nenhum momento fica chato.

No terceiro ato, estão as cenas mais fortes e agonizantes do filme, vemos a degradação física e o sofrimento de Bobby, até o seu último suspiro. Fassbender está incrível e magricela de verdade, é notável a sua total “entrega” ao personagem.




Como artista plástico, o diretor McQueen fez algo
parecido com suas obras, destacou a parte visual na fita – a cela suja, a magreza dos presos, o nu frontal - utilizando-se da câmera parada em alguns momentos. O diretor optou também por focar no físico, na dor, na violência realista, não no teor político da história. Enfim, Hunger é pesado, realista demais, brutal, com uma quase ausência de trilha sonora, mas encaro isso como algo “positivo”, é um filme incomum que conta uma história real, de um homem cuja luta merece ser conhecida e lembrada.




Em time que está ganhando....conhece
essa expressão né? Esse ano a dupla Fassbender/McQueen voltaram com o filme Shame, e como era de se esperar, o longa está arrancando elogios por onde passa. Já até cogita-se uma indicação ao Oscar para o Fassbender. Fique alerta, você ainda vai ouvir muito falar desse cara aí.


Falando de magricelas do cinema,
Christian Bale já ficou assustadoramente magro em O Operário.



11 de outubro de 2011

Jake Gyllenhaal - O cara que veio do drama


Antes de tornar-se astro de primeira linha em Hollywood, protagonizar megaproduções como O Dia Depois de Amanhã e se consagrar com O Segredo de Brokeback Mountain, Jake Gyllenhaal já chamava a (minha) atenção por sua atuação hipnotizante e seus personagens incomuns em pequenos filmes dramáticos e independentes.

Algum tempo atrás, coincidentemente num mesmo período, assisti a quatro filmes protagonizados por ele: O Céu de Outubro, Vida que Segue, Por um Sentido na Vida e o cult Donnie Darko. Após ver este último, tornei-me fã número 1 do rapaz. Primeiro por seu talento irrefutável, segundo porque era um ator que decorria do “drama”, ao contrário de outros astros que estavam surgindo na época,  fazendo sucesso com comédias-pastelão e descartáveis.

A intenção neste post é mostrar os trabalhos menos conhecidos de Jake Gyllenhaal,  aqueles menos comerciais e os dramas que provam o seu talento e sua versatilidade como ator e que facilitaram o seu ingresso no grupo de estrelas de primeiro escalão do cinema no qual figura nos dias atuais.


O Céu de Outubro (October Sky, 1999)Seu primeiro papel como protagonista e o menino já estava ao lado de um diretor respeitável, Joe Johnston, o cara responsável por Jumanji, Jurassic Park 3 e o mais recente Capitão América: O primeiro Vingador. O filme conta a história de Homer, um garoto que tem um sonho incomum: construir um foguete. Indo em direção contrária aos anseios dos amigos da escola - que só querem jogar futebol - e de seu pai, Homer segue com o seu sonho, enfrentando todas as adversidades e as explosões dos foguetes–testes. É uma delícia de filme a la “Sessão da Tarde”, uma típica história de superação, bem dirigida e baseada em fatos verídicos. Confira aqui o trailer.


Donnie Darko (2001) Um dos filmes cult mais idolatrados da sétima arte. Um dos meus preferidos. Aquele que é obrigatório ter na sua estante. Com uma trilha anos 80, o thriller/suspense conta o drama do adolescente Donnie, um garoto “problemático” que começa a ter visões de um coelho macabro, que lhe diz que o mundo vai acabar em 30 dias. Mas antes disso, uma turbina de avião cai no seu quarto. Pois é, só vendo mesmo. Donnie Darko é o tipo de filme que precisa ser visto várias vezes, pois permite várias interpretações. A obra-prima é do Richard Kelly, diretor que tentou – com A Caixa (The Box) - fazer algo tão perturbador quanto esse, mas infelizmente não conseguiu e dificilmente o fará. Veja o trailer!



Vida que Segue (Moonlight Mile, 2002)O papel de "garoto depressivo" em Donnie Darko certamente o ajudou a ser escalado para esse drama - na verdade, JG se sai muitíssimo bem nesse tipo de personagem. Aqui ele atua ao lado de Dustin Hoffman e Susan Sarandon. Jake é Joe, ele tem que aprender novamente a conviver com os sogros após a morte da noiva. Com a amargura e o luto dos três, a relação fica instável e isso piora quando surge uma nova mulher na sua vida, pois Joe tem medo de magoar os pais de sua falecida amada. Dirigido por Brad Silberling (Cidade dos Anjos), a fita conta com grandes atuações, apesar de um roteiro um pouco previsível. Vale a pena conferir, pelo elenco e pela performance de Gyllenhaal, que comprova o quanto é bom com personagens dramáticos. Confira o trailer.



Por um Sentido na Vida (The Good Girl, 2002)Esse foi o filme que Jennifer Aniston fez para mostrar a todos - inclusive a si mesma - que ela também é capaz de interpretar papéis dramáticos. A crítica elogiou incansavelmente a sua performance, ofuscando completamente o seu parceiro de cena, Jake Gyllenhaal. O longa independente é sobre Justine (Aniston), uma mulher frustrada com o casamento, o trabalho, a vida. Sua rotina triste começa a ser alterada quando ela conhece Holden (Jake), um cara excêntrico e um pouco desequilibrado. O filme é lento e melancólico, mas tem um original roteiro, e claro, boas atuações da dupla principal, principalmente Aniston, em uma personagem completamente diferente da Rachel de Friends. Espia aqui o trailer.

Bom, a fase pós-Donnie Darko de Jake todos conhecem, daí veio o cowboy gay, o soldado que vai à "guerra", O Príncipe da Pérsia, entre outros.

3 de outubro de 2011

CONTRA O TEMPO (Source Code)

O eterno Donnie Darko corre contra o tempo para salvar o futuro e mudar o passado







Depois de tantos adiamentos, finalmente o mais novo filme de Jake Gyllenhaal, Contra o Tempo (Source Code, 2011), chega aos cinemas brasileiros. Este é o segundo trabalho do diretor Duncan Jones, filho de David Bowie – isso é relevante? - que ganhou notoriedade dois anos atrás com a aclamada ficção Lunar


E cá está ele novamente com outro longa de ficção científica de baixo orçamento, um pouco irregular e inferior ao seu primeiro filme. Contra o Tempo - título nada criativo e já usado, há um filme com o Jet Li com o mesmo nome - não é ruim, é um bom filme de ação, mas que peca pelo roteiro ás vezes inverossímil e por forçar um final feliz. A história, bem resumida, narra as idas e vindas no tempo do Capitão Colter Stevens (Jake), que acorda num trem que vai explodir em 8 minutos. Esse é o tempo que ele tem para descobrir quem plantou a bomba no local.






A seguir os prós e contras da fita:


Não se preocupe, sua atuação está melhor que em Príncipe da Pérsia!





Pontos Positivos: A tensão constante e as boas cenas de ação são os principais trunfos do filme. Os momentos ocorridos dentro do trem, enquanto o personagem de Jake, paranóico, corre contra o tempo - será que foi daí que surgiu o título? rsrs – para encontrar o tal terrorista prendem o espectador, nos deixam angustiados e ávidos por respostas. Outro ponto forte é Duncan Jones, é por causa de sua habilidade em contar histórias com poucos personagens e poucos ambientes sem entediar o público que Contra o Tempo não pode ser considerado dispensável, tem suas qualidades e um diretor que mostra ter muito potencial ainda a mostrar.



Temos alguns segundos....que faremos? Huuummm.


Pontos Negativos: Não, não é o Gyllenhaal. Sei que o cara é um ator de drama e que ele não se saiu bem em Príncipe da Pérsia, mas aqui ele convence, afinal, ele tem seus momentos dramáticos. O romance entre o personagem principal e a linda moça do trem vivida por Michelle Monaghan não é tão ruim assim, até os 10 ou 15 minutos finais, quando surgem situações cujo intuito é para que o casal acabe num belíssimo “happy end”. Outro fator contra, é quando o roteiro dá umas reviravoltas um pouco forçadas – algo sobre universo paralelo, Fringe? - incoerente com a trama principal. Aliás, se a ficção terminasse na tal cena congelada (cerca de 10 minutos antes dos créditos), e eliminasse algumas “passagens” desnecessárias do roteiro, incluso uma envolvendo a personagem de Vera Farmiga, o resultado seria uma ficção mais coerente, com a própria história e para o seu público.

Esse filme pode não ser o melhor de Jake Gyllenhaal, mas no próximo post mostrarei quais são os melhores trabalhos do ator, esse menino que vi crescer, e que me tornei fã bem antes de Hollywood o descobrir. Aguarde.
Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...