O reboot do filme do “amigo da
vizinhança” surpreende, diverte, mas eu continuo achando que recontar a
história de origem do homem-aranha ainda é desnecessário, um indício de
preguicite aguda em Hollywood. Por que não continuar a saga do aracnídeo com novas
aventuras, já que faz apenas cinco anos que a trilogia interpretada pelo Tobey
Maguire chegou ao fim? Falta de imaginação à parte, o que vale é que este “novo
começo” comandada pelo diretor de 500 Dias Com Ela, Marc Webb, apesar de
previsível e um roteiro bem redondinho, é bem agradável. O Espetacular Homem-Aranha (The Amazing
Spider-Man, 2012) traz um novo fôlego à franquia, e isso se deve em grande
parte ao carisma dos atores principais, Andrew Garfield e Emma Stone.
Se você não curtiu a escolha de
Garfield (A Rede Social) para o papel de Homem-Aranha na época em que ele foi
selecionado, é porque obviamente você é daquelas pessoas que adoram julgar as coisas antes de vê-las. O jovem ator conseguiu
atribuir outra personalidade ao herói, esqueça o jeito bobalhão de Maguire, o ‘novo’
Spider-Man, ainda um pouco bobo, é bem
mais malandro, debochado, destemido, e
tem uma doçura genuína no rosto do rapaz que cria uma empatia imediata com
o personagem, e compensa até o roteiro ligado no “piloto automático".
A nova queridinha do cinema, Emma
Stone, está radiante como sempre, ela interpreta Gwen Stacy, está loira e bem
diferente de sua personagem bitch de A Mentira, e sua relação com o Peter Parker se mostra bem
mais aprazível e menos complexa (isso é bom) que a do casal da franquia dirigida por Sam
Raimi.
O roteiro foi feliz ao criar
novas (e boas) situações para momentos que o público já conhecia, como a cena em que Parker é mordido pela aranha,
ou a cena em que Peter começa a treinar suas habilidades pela primeira vez,
nesta segunda versão, o momento de descoberta de poderes tem a linda música Til Kingdom Come do Coldplay ao fundo, uma sequência bem montada e engraçada, e bem
superior à do primeiro longa.
Se Marc Webb acerta na trilha
sonora pop/rock/indie, nos diálogos afiados, e na construção do relacionamento
entre Stacy e Parker, o diretor se
mostra bem limitado nas cenas de ação, não há nada bem elaborado aqui, porém é compreensível,
é um diretor de comédia né gente, mas não se preocupem, as cenas de ação são
divertidas e empolgam, principalmente a do metrô, impagável.
O Espetacular Homem-Aranha não é
assim, espetacular, nem superior ao filme de Sam Raimi, mas consegue retomar a
franquia de forma positiva e promissora, e Andrew Garfield nos apresenta uma
performance digna de calar a boca de muita gente que torcia o rosto para ele e
para o filme, seu Homem-Aranha se mostra bem mais simpático que o de Tobey
Maguire, embora eu ainda goste bastante da versão deste.
Nenhum comentário:
Postar um comentário