Um dos melhores filmes da década
de 90, Fargo, criação inspirada dos irmãos Coen, agora se tornou uma série de
TV. Independente se você viu o longa-metragem ou não, só tenho uma coisa a dizer:
a adaptação de TV do filme sangrento e cínico é, no mínimo, sensacional. Toda esta exaltação levando em consideração
apenas o primeiro episódio.
Assinado por Noah Hawley, de
Bones, e com os Coen na produção executiva, Fargo terá 10 episódios na primeira
temporada. O ótimo Martin Freeman (o Dr. Watson de Sherlock e Bilbo de O Hobbit) e o experiente Billy Bob
Thornton estrelam esta série que chegou
com um piloto arrasador e causando um alvoroço na mídia especializada.
Denominado The Crocodile´s Dilemma, o episódio inicial é quase um filme, tem
mais de 1 hora de duração. De início somos apresentados ao protagonista, Lester
Nygaard (Freeman, no papel que foi de William H. Macy na obra original), um
homem deprimido, sem ambições, que vem sendo diminuído por todos que topam com
ele, da mulher que não perde uma oportunidade em compará-lo ao irmão,
salientando sempre a sua decepção com o marido, até o colega valentão da escola
que ressurge em sua vida apenas para agredi-lo moral e fisicamente.
Martin e Billy: dupla improvável!
Depois de uma “leve” discussão
com o colega grandalhão, Lester vai parar no hospital com o nariz quebrado. Lá,
ele encontra com Lorne (Thornton), um homem tão frio quanto as paisagens
geladas de Minnesota. Um breve conversa
entre os dois homens é o bastante para transformar a rotina da pequena cidade
gelada de Bemidji e dos homens envolvidos, então segue-se após o encontro, uma sequência de
mortes intermináveis e inesperadas - para um primeiro episódio - deflagradas por Lester e Lorne.
Algo que você precisa saber antes
de ver Fargo: não se apegue a nenhum personagem - exceto o protagonista - pois
provavelmente ele estará morto até o final do episódio. A trama intrincada e
repleta de surpresas avança tão rapidamente, acontecem tantas coisas, que dá a
impressão que não sobrará mais nada a ser contado nos próximos capítulos. Embora
a inspiração da minissérie seja o longa de 1996, o seriado do FX toma emprestado da
obra original a ambientação gelada da pacata cidade, o estilo dos personagens
do interior, o humor negro e a violência não gratuita. Os protagonistas e as
situações envolvendo os mesmos, e por fim o desenrolar da história, são
totalmente diferentes, mas não muito menos envolventes que no filme.
Martin Freeman e Billy Bob Thornton
já são motivos suficientes para conferir o drama, ambos estão soberbos em seus
papéis. Frio, monossilábico e misterioso, Lorne (Billy) é do tipo que quer
mesmo ver o circo pegar fogo, ainda assim, nos faz rir muito em alguns
momentos. Já Lester (o Martin), é o introspectivo, tem medo de tudo e todos, é
um personagem incômodo, cômico, e mesmo escolhendo seguir um
caminho mais perverso, ainda vamos torcer
muito por ele.
Com apenas um episódio exibido,
Fargo já é uma baita surpresa da televisão, e ainda que os próximos episódios
não sejam excelentes e tão inteligentes como este primeiro, a série vai passar
longe, mas bem longe, da mediocridade e do convencional.
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