Atenção! Este texto contém leves spoilers, caso você ainda não viu a segunda temporada.
Com a última cena fazendo uma
referência explícita à fonte original, o filme Psicose, Bates Motel chega ao
final de sua segunda temporada, cujo maior trunfo foi incrementar profundamente
a relação doentia e destrutiva entre Norman e Norma Bates. Este é exatamente o
foco que a série deve ter e a principal razão pelo qual eu, e muitos por aí,
assistem ao programa, e isto faz desta segunda temporada, levemente superior ao
primeiro ano do seriado.
O início da temporada foi um pouco
confuso, é verdade, subtramas rápidas e um entra e sai de personagens que,
embora pudessem ser bastante ricos na trama, saíram logo de cena e serviram
apenas para preparar o terreno para o caos que estava por vir na família Bates.
Neste ano, o motel ficou lotado, Norman (Freddie Highmore) teve uma namorada, sua
paixão pela taxidermia ganhou mais destaque, Norma (Vera Farmiga) fez péssimas
amizades e Dylan (Max Thieriot) se envolveu até o pescoço com os mafiosos
locais.
Um relacionamento doentio e carregado de mentiras
Mas o drama ganhou mais força
quando focou no relacionamento entre mãe e filho. “Eu morrerei se você morrer,
somos a mesma pessoa”, essa frase dita por Norma resume bem o que esta
temporada nos preparou, a dependência de Norma e o controle exagerado que tem
sobre o filho é tão forte que, ela não consegue separa as suas necessidades, das
dele, e vice-versa. É um amor de mãe doentio, psicótico, destrutivo, e
evidenciados em vários momentos na temporada, como na impressionante cena em
que ela faz de tudo para que o filho tenha ciúmes dela contando sobre o seu “namorado”
ou na chocante cena do beijo, no último episódio. Realmente, Norma não tem
limites, é altamente instável, passional e carente demais.
Já que estamos
falando da personagem, vou parabenizar a interpretação esplêndida de Vera Farmiga,
ela “desaparece” na pele de Norma, tem feito um trabalho incrível e ímpar,
daqueles que certamente vai marcar a sua carreira para sempre, assim como Harry
Potter foi para Daniel Radcliffe.
O jovem Highmore não se deixa
ofuscar pela companheira de cena, e nesta temporada ele demonstrou ser um ator
ainda mais fascinante, Norman é um personagem muito complexo e com dupla identidade,
e nem as covinhas do sorriso do garoto torna-o menos assustador, quando ele
realmente precisa ser. E nesse ano, ele teve muitas chances de mostrar o seu
lado obscuro. A cena em que ele enfrenta o seu tio, incorporando a mãe, é um dos
melhores momentos da série.
Norman enclausurado
Agora que ele sabe de seu “probleminha
psicológico” causador de seus apagões e que ele tem um instinto assassino
dentro dele, a vida do rapaz daqui pra frente promete ficar cada vez mais
complicada. Como ele vai lidar com os apagões? Como ele vai esconder das
pessoas queridas o seu lado obscuro? Como Norma vai proteger seu filho e lidar
com a psicopatia do rapaz? Qual será o seu papel dela na criação do
assassino que Norman se tornará? Pois como sabemos, o destino de Norman está
traçado e nele muito sangue escorrerá.
Bates Motel teve uma segunda temporada
reveladora e muito perturbadora e segue sendo uma série imperdível e de
qualidade incontestável, e isto se deve em grande parte à dupla de
protagonistas. Já ansioso pela próxima temporada.
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