O retorno triunfante e arrasador
do maior monstro do cinema é um fato, Godzilla (2014), de Gareth Edwards, deixa
a versão de Roland Emmerich no chão, perto deste, o longa de 1998 é um
playground cinematográfico protagonizado por um lagarto feito de plástico.
O obra é dividida em duas partes,
antes de Godzilla ser um filme de monstros típico, é um drama emocionante e
humano, representado pelos personagens de Bryan Cranston (sempre ótimo né!) e
Aaron Taylor-Johnson (nosso eterno Kick-Ass). A paranoia de Joe (Cranston) com
a verdadeira procedência de um acidente numa usina nuclear onde trabalhava anos
atrás no Japão, leva-o a descobrir o que já temia, o “acidente” que vitimou a sua
esposa não foi de ordem natural, mas sim, causado por um enorme animal furioso e sedento
por energia nuclear.
Aaron Taylor vai à luta contra o Gojira
O Gojira demora mais de uma hora
para surgir na tela completamente, até esse momento, Edwards nos brinda com
cenas lindíssimas no qual a criatura se revela aos poucos, seja através de
névoa, fumaça ou reflexos. Mas quando
ele aparece, o impacto e o assombro é inevitável. Godzilla é uma obra notável por inúmeros
motivos, muitos deles nem todos perceberão, como o uso da cor vermelha na maioria
das cenas numa referência à mitologia japonesa, por isso o estilo do monstro
remete ao estilo da criatura clássica japonesa, a sequência em que soldados
soltam de paraquedas com a fumaça vermelha colorindo o céu e prestes a cair na
cidade devastada é de arrepiar e arrebatadora, a fotografia sombria, a trilha
nervosa e o cenário desolador das cidades por onde os bichos passam - e que
lembra muito a ambientação do famoso filme independente do diretor, Monstros
(2010) - são outros acertos a destacar.
Edwards se preocupou
bastante com as aparições do monstro gigante e com as batalhas entre as
criaturas, sempre buscando ângulos e formas diferentes de mostrá-las, a única
intenção aqui é a de maravilhar o espectador até o último minuto da fita. Ah,
isso o diretor conseguiu louros, sai do cinema maravilhado com o Godzilla, tal
deslumbramento não foi apenas pelo monstro em si, mas por todo o visual
caprichado da produção e a composição das belas cenas de suspense.
Esse dá medo!
Só por deixar Nova York de fora da
destruição, o filme já merece ser visto, Honolulu e Las Vegas são as cidades-alvos
da vez. Ainda bem. Outra boa ideia do roteiro é que Godzilla não é exatamente o
vilão da história, torci por ele em alguns momentos, ele está ali apenas
buscando a sua presa, não para destruir pontes e prédios, o estrago feito é
apenas consequência do seu tamanho colossal.
Círculo de Fogo foi o melhor
filme catástrofe no ano passado, em 2014, Godzilla ganha esse título honrosamente,
se o público comparecer às salas de cinema -
ou seja, se for um sucesso
provavelmente Hollywood não fará outro reboot em alguns anos - certamente essa obra tem tudo para ser o melhor filme do lagarto gigante já feito, mas algo é certo, é anos-luz
superior ao longa do Emmerich.
NOTA: 9,0
Nenhum comentário:
Postar um comentário