O cineasta Jason Reitman é conhecido por tratar em seus
filmes temas pertinentes e muito comum entre nós, como o vício do cigarro no
ótimo Obrigado Por Fumar, a gravidez
na adolescência em Juno e a questão
do desemprego em Amor Sem Escalas,
com George Clooney. A internet e a sua influência nas relações humanas é o mote
de seu trabalho mais recente: Homens, Mulheres e Filhos (Men, Women and
Children, 2014).
A produção elabora um retrato de uma sociedade conectada,
mais despreocupada com o mundo real e cada vez mais sujeita às neuroses típicas
da contemporaneidade e que são impulsionadas pela internet.
Homens, Mulheres e
Filhos aborda esse
mundo através de várias histórias paralelas e personagens múltiplos levemente interligados. Jennifer
Garner (De Repente 30) vive a mãe hipercontroladora, vigia o computador e o
celular da filha Brandy (Kaitlyn Dever) diariamente. Don (Adam Sandler) e sua mulher estão passando por uma crise
no casamento e ambos buscam parceiros em sites de relacionamentos, enquanto isso,
o filho é um viciado em pornografia. Judy Greer interpreta a mãe que
exagera na exposição de sua filha na internet e Ansel Elgort (A Culpa é das
Estrelas) é o garoto com crise existencial que troca o futebol na "VR" (vida
real) pelo videogame com os amigos virtuais.
A mãe vigilante na sua inspeção diária
Jason Reitman fala aqui sobre uma compilação de questões do mundo
atual (privacidade, pornografia, vícios onlines) e situações que, de alguma
maneira, já testemunhamos ou vivemos. O desfecho das histórias e as consequências que os
personagens sofrem podem parecer trágicos, mas nunca soam longe da realidade,
pode acontecer com você ou qualquer um, e
talvez por isso, o filme seja didático demais, mas sem apelar para o
dramalhão.
Entre as tantas e boas
tramas de Homens, Mulheres e Filhos, destacam-se
a comovente história do romance entre a filha da mãe neurótica e o viciado em
videogame (Elgort) e aquela sobre a crise sexual do casal encenados por Sandler e
Rosemarie DeWitt.
Sandler se aventura em sites adultos
Falando em Adam Sandler, acredite se quiser, o ator entrega
uma atuação elogiável e que há anos não víamos - se é que alguma vez já vimos. Sandler se dá muito bem em
papéis dramáticos ( assista Afinado no Amor ou Embriagado de Amor), quando raramente ele decide sair da zona de conforto e
deixar de lado as caretas das comédias sofríveis - que ultimamente não estão
fazendo bem nem para ele mesmo.
Homens, Mulheres e
Filhos é um bom
filme, deveria ter mais ritmo, mas é honesto e sensível, nos faz repensar o
mundo de hoje e refletir sobre como a internet “reconfigurou” o nosso estilo de vida e as
formas de se relacionar com o outro. Confira AQUI o trailer do drama.
NOTA: 7,0
Esqueceu de citar Reine Sobre Mim! Bruno Paes.
ResponderExcluirNão é um dos melhores filmes, por isso nem citei, não esqueci não.
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