Cake: Uma Razão Para
Viver (2015) ou o
filme em que Jennifer Aniston nos apresentou a melhor performance de sua
carreira e mesmo assim foi esnobada pelo Oscar este ano, tem justamente aí o
seu principal atrativo, é uma grande chance de contemplarmos uma atuação
honesta da atriz, que há tanto tempo luta para se livrar de Rachel, a icônica personagem de Friends. Sinceramente,
a incursão de Aniston em centenas de comédias nos últimos anos não contribuiu muito
para este “expurgo” rachelniano tão
desejado, até agora.
O filme é dirigido pelo desconhecido Daniel Barnz e relata a
história de Claire (Aniston), uma mulher depressiva, ranzinza e que sofre de
dores no corpo decorrentes de uma recente tragédia. Acompanhada pela empregada
Silvana (Adriana Barraza), com quem tem os melhores diálogos do longa, Claire
transita em um mundo doloroso cujo sofrimento em grande parte é imposto por ela mesma, vive seus dias desprezíveis
entre o vício em remédios e álcool e a fascinação com o suicídio de uma colega
da terapia.
Melhor atuação dramática da atriz em anos
Cake é um típico filme de superação, o subtítulo em português
já nos diz isso e você já imagina que há um momento em que a protagonista encontrará
a sua razão de viver. Ela encontra, de fato, e isto acontece numa cena muito
bem pensada dentro do carro em momentos derradeiros da produção.
Jennifer Aniston nos presenteia com uma atuação arrebatadora,
de total entrega, sem maquiagem e com marcas no rosto, ou seja, feia e envelhecida, a loira tem momentos marcantes no filme, o que já é motivo suficiente para vê-lo. Infelizmente,
o brilho da atriz não impede que Cake: Uma Razão Para Viver seja nada além de uma
obra irregular, com momentos mal explicados e outros desnecessários. Sam
Worthington (Avatar) e Anna Kendrick (A Escolha Perfeita) também estão no
elenco.
Aniston leva bolo para Sam Worthington
Aprender a suportar a dor e o sofrimento, por mais profundo que
eles sejam e saber o momento de seguir em frente e não sucumbir às escolhas covardes
como o suicídio é uma das questões que o filme nos convida a refletir.
Quanto à Jennifer Aniston, devo lembrá-los que
este não é o primeiro papel dramático da atriz. Em 2002, ela estrelou, ao lado
de Jake Gyllenhaal, o melancólico Por Um Sentido na Vida, no qual vive
novamente uma mulher sem “razão de viver”. A produção é bem superior a Cake e
Aniston já havia demonstrado na época a sua desenvoltura para personagens densos
e complexos.
NOTA: 6,5
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