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7 de dezembro de 2015

Corrente do Mal






Está ficando repetitivo e soando meio ignorante dizer que os filmes de suspense e terror são todos “mais do mesmo” e previsíveis, comentários que surgem sempre quando aparece alguma obra do gênero que se sobressai pela sua originalidade - eu mesmo já disse algo assim. Mas tenho constatado também que, em se tratando desse estilo de filme, a criatividade está nas produções de baixo orçamento, que dificilmente chegam aos cinemas brasileiros e muita gente não vê. The Babadook e Garota Sombria Caminha Pela Noite, por exemplo, são algumas das obras mais originais e impressionantes que apareceram recentemente. O elogiado Corrente do Mal (It Follows, 2014), felizmente, também é uma grata surpresa e mais uma confirmação de que este gênero não está restrito a remakes e sequências vazias com intenções puramente comerciais.


Escrito e dirigido pelo novato David Robert Mitchell, Corrente do Mal tem uma premissa um pouco absurda, à primeira vista, não parece um filme para ser levado a sério, mas engana-se quem pensar assim, o longa possui muitas qualidades que o distanciam dessas produções ordinárias de terror/suspense que infestam os cinemas dos shoppings. Sobre a trama, bem, basicamente é sobre uma garota que, após transar com um garoto, começa a ser perseguida por “estranhos”, e para se livrar dessa maldição, ela tem que fazer sexo com alguém e passar o mal para ele. 
 
Com uma história dessas, Mitchell poderia facilmente fazer um filme corriqueiro sustentado por sequências com muito sexo e banhos de sangue, no entanto, quase não há sangue na tela, e o elenco jovem não está ali apenas para preencher o espaço em cena à espera de uma morte brutal e sanguinolenta. Outro ponto positivo do filme é que a entidade que persegue Jay (Maika Monroe, ótima), assume a forma de pessoas diferentes, deixando o espectador aflito pela próxima representação do mal.



A trilha sonora envolvente, sinistra e oitentista - referência aos filmes de suspense dos anos 70 e 80 – e o cenário desolado potencializa a sensação de desconforto e medo, já os planos abertos,  nos deixam angustiados à procura de fantasmas por todo o quadrado da tela. Todos esses pontos que mencionei faz desse suspense uma obra que foge do “convencional”, e só por isso, tem o seu valor. 

NOTA: 7,5

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