Podem ficar aliviados, Star Wars –
O Despertar da Força (The Force Awakens, 2015) é um filmaço, um aventura digna
da trilogia clássica iniciada nos anos 70 e infinitamente superior aos
capítulos I,II e III, juntos. J. J. Abrams une o “novo” e o “antigo” –
respeitando a mitologia da série – e deixa os fãs saltitantes de felicidade.
Nunca duvidei da genialidade de
J. J. Abrams, se há alguém que poderia assumir o desafio de comandar uma das
sagas mais famosas e duradouras do cinema, seria ele, não tinha escolha mais
certa, afinal, o cara é nerd assumido - graças a Vader - e “ressuscitou” outra franquia de sucesso:
Star Trek. Sou o maior fã de Abrams, ele
nunca “errou a mão” - ao menos à frente da câmera - , criou três séries sensacionais – Alias, Lost e Fringe – nos
presenteou com o nostálgico Super 8,
produziu o perturbador Cloverfield e claro,
mostrou a Enterprise para uma nova geração e me fez um trekker dos mais
fervorosos.
O Despertar da Força é tudo o que os fãs esperavam desde O Retorno
de Jedi (1983), uma aventura leve e divertida, bem-humorada e com cenas de ação
épicas e que deixa na obscuridade os episódios I, II e III (A Ameaça Fantasma,
O Ataque dos Clones, A Vingança dos Sith, respectivamente), que chegaram à luz
mais por motivos técnicos, na verdade, George Lucas estava mais interessado na
tecnologia que iria utilizar na concepção dos filmes e menos na história em si.
Se os últimos filmes da trilogia
pecavam pela falta de “coração”, Star Wars – O Despertar da Força é uma
montanha-russa de emoções, na qual a história e os personagens são levados a
sério. Um dos maiores acertos do filme é
a dupla de protagonistas e novatos na “saga”, a catadora de lixo Rey (Daisy
Ridley) e o stormtrooper Finn (John Boyega). A química entre eles é
indiscutível, enquanto a heroína apresenta carisma e tem o perfil ideal para
liderar uma saga dessa magnitude, Boyega alterna entre a comicidade e a
dramaticidade nos momentos mais tensos sem esforços.
Já quanto aos personagens antigos,
Han Solo (Harrison Ford, com muito fôlego ainda) e Chewie, levam os fãs à
histeria. É muito bom matar a saudade
dessa dupla, e a interação entre eles e os personagens novos resultam quase
sempre em momentos divertidíssimos. Do lado negro da força, está o atormentado Kylo
Ren (Adam Driver, da série Girls), figura de muita importância na trama mas
pouco desenvolvido, decerto será explorado mais nos próximos capítulos, e o
mais assustador, o General Hux, interpretado com unhas, dentes e olhos
sangrando por Domhnall Gleeson, aquele ruivinho simpático de Questão de Tempo e o jovem programador
do ótimo Ex-Machina.
Com cenas de ação mirabolantes e bem realizadas, efeitos especiais que nunca soam artificiais como em A Ameaça Fantasma, personagens
carismáticos e de fácil apego e uma história que, ora recria momentos da velha
trilogia, ora nos surpreende com instantes de cair o queixo, Star Wars – O Despertar da Força, saudosista, corresponde às expectativas dos fãs e não
fãs fazendo jus aos aplausos e ovações e deixa uma vontade de ver de
novo...por que não?
NOTA: 9,0
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