Este ano o gênero terror vem
ganhando exemplares surpreendentes com produções independentes de qualidade e que fogem de clichês,
principal mal desse tipo de filme. Depois do sinistro e belo A Bruxa, outra produção a se destacar no
cenário é o austríaco Boa Noite, Mamãe (Ich
Seh Ich Seh, 2014), uma história inspiradora e edificante sobre a maternidade,
só que não.
Falando sério. Boa Noite, Mamãe é um pesadelo em forma
de filme. Na trama, dois garotos gêmeos residem em uma casa isolada numa zona
rural e desconfiam que a mulher rígida que está ali no mesmo teto que eles, com
o rosto coberto por bandagens devido a um acidente, não é a sua mãe. Os
diretores Severin Fiala e
Veronika Franz realizaram uma obra angustiante em
que a dúvida sobre a identidade da mãe permeia todo o filme.
Com clima
de terror sobrenatural na sua primeira metade, Boa Noite, Mamãe muda o tom no segundo ato - engana o espectador - e
torna-se um suspense perverso, sádico a la Funny
Games e com direito a inversões de papéis dos antagonistas. As cenas
contemplativas e as sequências em que os gêmeos brincam e aproveitam a infância
como podem, dão lugar a momentos cheios de tensão e chocantes.
O final tem um
desfecho não muito original, mas completamente adequado à história, ainda
assim, é capaz de surpreender aqueles mais desatentos que não prestaram atenção
nos pormenores do início do filme. Eu quase “matei a charada”, foi por pouco.
Apesar de deixar
muitas pontas soltas, Boa Noite, Mamãe
se sobressai por contar uma história de forma hipnótica e fugir dos clichês do
gênero, resultando em um terror psicológico de primeira linha, original e
imperdível. Confira AQUI o trailer.
NOTA: 8,5
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