Há quase três anos o Superman
ganhou um filme correspondente à sua grandeza, O Homem de Aço, na época, dividiu a crítica, mas Zack Snyder sabiamente preocupou-se mais com os fãs, pois
sabia exatamente o que nós - fãs - e o
super-herói precisavam: de um recomeço grandioso e espetacular - em todos os sentidos - nas telonas, principalmente após o
decepcionante Superman – O Retorno.
Março de 2016, é o momento de
conferirmos a nova e ousada aposta da Warner e da DC Comics para tentar obter
uma parte de um mercado hoje dominado por Vingadores e cia e estabelecer uma
franquia duradoura e lucrativa. Batman Vs Superman: A Origem da Justiça (Batman
Vs Superman: Dawn of Justice, 2016) estreia com essa responsabilidade imensa e com
Snyder novamente no comando, ditando o tom sombrio e grandiloquente com o qual
já estamos acostumados e vimos em suas melhores obras como Watchmen e Sucker Punch.
Batman Vs Superman: A Origem da Justiça estreou dividindo (de novo) a crítica
especializada, mas público e críticos geralmente discordam quanto a produções
do gênero – Homem de Ferro 3 é uma bomba,
mas muita gente adorou aquilo - então, é importante destacar que Snyder entrega
uma obra que vai agradar aos fãs dos super-heróis e desagradar a quem está
acostumado com as cores, o bom humor e as tramas-família bobas dos filmes da
Marvel. Aliás, um dos grandes acertos dos filmes do Universo DC é adotar o
estilo dark da trilogia Cavaleiro das
Trevas, de Christopher Nolan.
O longa inicia desde os
acontecimentos apoteóticos de O Homem de
Aço, nasce ali a fúria de Batman contra o falso deus. De forma não muito
aprofundada, acompanhamos os dilemas dos dois super-heróis, Bruce Wayne (Ben Affleck)
tentando lidar com seus traumas e Superman/Clark Kent (Henry Cavill) lidando
com seus dilemas morais e a necessidade de ser aceito pelas pessoas. Enquanto
isso, Lex Luthor (Jesse Eisenberg, competente, mas caricato) trama discretamente
um duelo entre o homem de aço e o vigilante de Gotham.
Sem os excessos e as cenas
contemplativas de O Homem de Aço, Batman Vs Superman é um filme denso,
incômodo e tem uma trama enxuta - até demais - , embora tenha 153 minutos, não percebemos esse tempo passar, pois a
trama avança a passos largos, com cortes secos, o que me deixou confuso em
alguns momentos e a impressão de que o filme foi terminado às pressas, talvez a
versão de 3 horas de duração, que será lançada em Blu-Ray, faça dissipar-se
essa impressão.
Quanto ao elenco, Ben Affleck dá
um tapa na cara de quem criticou a escolha dele para interpretar o Batman, que
aqui está mais furioso, inconformado e intenso. A sua versão é muito distinta
daquela de Christian Bale e tão boa quanto. Outro destaque é Gal Gadot, que apesar de
aparecer como Mulher-Maravilha apenas no último ato, rouba a cena, nos deixa maravilhados
e pedindo bis.
Já o duelo entre Superman e
Batman é o verdadeiro ápice da obra de Snyder, eletrizante, nervosa e grandiosa
no melhor estilo ditado pelo cineasta. Entre acertos e tropeços – o clímax
irreal demais não me agradou muito –, Batman
Vs Superman passa no teste não apenas por ser uma obra de entretenimento
puro, mas por apresentar simplesmente dois dos super-heróis mais icônicos e
festejados da cultura pop juntos em ação, e só isso já me deixou muito feliz.
NOTA: 9,0
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