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23 de novembro de 2014

Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1




Do primeiro filme Jogos Vorazes lançado em 2012 - considerado por mim, na época, uma obra bem realizada, mas com falhas técnicas e um pouco bobo e descaradamente juvenil - para este terceiro capítulo, A Esperança, as diferenças são exorbitantes, em termos narrativos e técnicos.  Assim como a saga de Harry Potter foi se tornando mais sombria e “séria” a cada novo filme, o novo Jogos Vorazes transformou-se em uma obra adulta e corajosa demais para uma adaptação de uma obra adolescente.


Jogos Vorazes: A Esperança - Parte 1 (Hunger Games: Mockingjay – Part 1), segue o tom “maduro” apresentado na parte anterior, Em Chamas, também pincelado pelo visionário diretor Francis Lawrence, responsáveis por ótimos filmes como Constantine, Eu Sou a Lenda e clipes emblemáticos como Bad Romance.  


No terceiro capítulo da franquia, Katniss (Jennifer Lawrence) é convocada a ser a “voz” da revolução. Enquanto tenta saber do paradeiro de Petta (Josh Hutcherson), Katniss se junta a Logan (Liam Hemsworth, com mais destaque na saga) na visita aos Distritos a fim de promover a campanha contra Snow e  o sistema fascista.

  Katniss  e  Gale: pausa na "revolução"


Jogos Vorazes deixa a arena e os jogos perigosos de lado quando uma guerra civil ganha corpo, e como toda guerra, há muitas mortes, sangue, medo, ação e reação. É por tratar de temas tão desconcertantes e complexos como política, manipulação da mídia e fanatismo, que a saga tem conquistado o seu diferencial e sendo uma das mais fantásticas adaptações do gênero juvenil desde Harry Potter. Mesmo sendo para o público teen, tais assuntos são escancarados como devem ser, com veemência e realismo. 


Francis é mestre em construir mundos que estão em decadência e assombrados por pessoas sem esperança, por isso neste contexto, as cenas de ação que envolve o hospital no Distrito 8 e outra no tal Distrito 13, onde Katniss está hospedada, soam mais nervosas e impactantes.



E são nas condições mais adversas e desafiadoras que o ser humano fica mais complexo e interessante. Em Jogos Vorazes: A Esperança – Parte 1, assistimos a uma evolução na relação entre Katniss e Petta e nossa heroína, ainda se ver imersa em diversos dilemas morais, o que a faz se questionar sobre a verdadeira finalidade da revolução e o seu real papel como a porta-voz dos rebeldes.  

 Katniss torna-se a voz da "rebelião" !



Apesar de ter menos ação que nos filmes anteriores, A Esperança nunca fica arrastado, e isto deveria acontecer já que um só livro foi dividido em dois filmes, mas o roteiro é enxuto, sem exageros, e surpreende o espectador com efeitos especiais eficientes e atuações dignas de todo o elenco, destaque para Elizabeth Banks (a engraçada Effie), Julianne Moore (como a misteriosa presidente Alma Coin) e o finado Philip Seymour Hoffman (Plutarch), em um dos últimos papéis de sua vida.


Jogos Vorazes: A Esperança: Parte 1, mesmo sendo um filme sem conclusão, é uma obra arrebatadora. O forte teor moral e psicológico embutido na história, não interfere na verdadeira finalidade do filme, que é a de entreter. Este capítulo desfaz totalmente o pré-conceito que me acometeu quando eu assisti ao primeiro filme, dois anos atrás, de que esta seria mais uma adaptação que ganharia uma versão muito insossa, vazia e boba para as telas, como a saga Crepúsculo.  Enganei-me. 


NOTA: 9,0  



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