Páginas

7 de fevereiro de 2016

O Regresso





O aclamado filme do diretor Alejandro González Iñárritu, O Regresso (The Revenant, 2016), pode ser descrito como uma experiência brutal e espetacular ao mesmo tempo, em razão da parte técnica impecável.


Se o visual arrebatador nos deixa maravilhado com a supremacia da natureza – exemplificado aqui por meio dos planos em que as árvores aparecem de baixo pra cima, tornando-as gigantes enquanto o homem é reduzido a um ser irrelevante –, por outro lado, a via-crúcis do protagonista nos tira o fôlego, é agonizante acompanhar a jornada de Hugh Glass (Leonardo DiCaprio) enfrentando a fúria da natureza e homens inescrupulosos. 



O Regresso tem uma história simples, basicamente é sobre um caçador de peles (Glass) que após ser atacado por um urso – numa sequência aterrorizante – é abandonado por seus companheiros de expedição em uma paisagem inóspita. Mas a força da produção está, além da fotografia e cenários estonteantes, na atuação inigualável de DiCaprio, que fala pouco, mas diz muito através de seus movimentos corporais e expressão facial.  


DiCaprio apresenta uma performance irretocável, é verdade, mas o trabalho de Tom Hardy –  presente em outro filme bastante festejado em 2015, Mad Max – como antagonista também é digno de reconhecimento, não há como o espectador ficar indiferente com esse personagem odioso.



O trabalho de Iñárritu obviamente beira a perfeição, e O Regresso confirma sua obsessão em filmar longas sequências sem cortes, a sanguinária batalha entre os indígenas e os caçadores de peles no início é um dos pontos altos do longa, tudo acontece de forma fluida, é uma coreografia minuciosamente ensaiada e de encher os olhos. E eu adoro que o cineasta goste de planos longos, espero que continue utilizando essa técnica em suas próximas obras-primas. 


NOTA: 9,5
  

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...