Depois do imperfeito e exagerado
Vingadores: Era de Ultron, o novo filme dos heróis da Marvel, Capitão América: Guerra
Civil (Captain America: Civil War, 2016) estreia com a responsabilidade de
manter a qualidade do seu antecessor, Soldado Invernal, e ser melhor que Era de
Ultron. Bem, missão cumprida com sucesso. Guerra Civil é sem dúvida um dos
melhores do estúdio - não é o melhor de todos,
ainda prefiro Os Vingadores – o mais
ousado e, também, o mais sério. E como a comparação com o Batman Vs Superman é inevitável, confesso que mesmo sendo team superman desde sempre, Guerra Civil é bem mais coeso que o filme da
DC, o desenvolvimento equilibrado dos personagens e a narrativa fluida – sem deixar
o espectador perdido – são outros fatores que superam o filme de Zack Snyder.
Sem me ater muito à trama, apenas
para contextualizar, os eventos de Guerra Civil iniciam após os acontecimentos
catastróficos de Era de Ultron. A morte de civis em Sokovia e a batalha em Nova
York fazem com que a ONU crie um tratado para supervisionar as ações dos
super-heróis. Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) aceita o acordo,
mas Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans) não aceita ser controlado pelo
governo. Um atentado envolvendo o soldado
invernal Bucky, amigo de Rogers, é o estopim para a separação dos vingadores em
dois grupos: aqueles a favor do tratado, e os contra o tratado.
O aguardado embate entre o team
Homem de Ferro e o team Capitão América, envolvendo diversos super-heróis, é
impressionante, divertido e empolgante, e mesmo em lados opostos, os heróis ainda tentam cuidar uns dos outros. Mesmo com visíveis falhas nos efeitos
visuais, em alguns momentos, é uma sequência para ficar na memória. Na verdade,
todas as cenas de luta são engenhosíssimas.
A proeza de Joe e Anthony Russo nesse
filme assemelha-se à de Joss Whedon em Os Vingadores, além de desenvolver
tantos personagens de forma equilibrada, trabalhar as motivações dos
protagonistas, os diretores tiveram a difícil missão de incluir novos
personagens à trama, de uma forma satisfatória, com espaço suficiente para
brilharem em cena e sem interferir no ritmo da história.
Enquanto o Pantera Negra
(Chadwick Boseman) mostrou-se um herói promissor no universo cinematográfico da
Marvel, o Homem-Aranha teenager roubou
a cena de seus protagonistas. Confesso, eu
achava desnecessário mais um filme sobre o aracnídeo, mas em minutos, Tom
Holland – que escolha acertada!! - me convenceu do contrário. São poucos os
seus momentos na tela, mas suficiente para nos cativar e nos livrar de mais um
filme de origem do personagem no futuro. Ufa! Os diálogos do garoto com Tony
Stark são hilários, representam alguns poucos momentos de alivio cômico do
filme, na verdade, são apenas nessas cenas que Tony não aparece amargurado, e aqui
percebemos o quão o personagem amadureceu, desde o primeiro Homem de Ferro.
Capitão América: Guerra Civil é mesmo
um filme sério e ganha pontos por arriscar, ao invés do vilão que quer destruir
o mundo, o mais importante são os dilemas morais dos super-heróis e o elemento
humano, e isso é mais evidente no clímax chocante e “contido”, que não significa algo negativo, mas nos dá uma
ideia do tom que ditará os próximos filmes dos vingadores.
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