Em 2005, Kong: o rei dos macacos
voltou aos cinemas em uma aventura grandiosa pelas mãos de Peter Jackson, dois
anos após o fim da trilogia de O Senhor dos Anéis. King Kong é grandioso mesmo,
em vários sentidos, além da duração de mais de 3 horas de filme, a obra tem a magnificência
a qual Jackson impôs em suas obras tolkienianas. Apesar de pouco lembrado hoje
em dia, King Kong continua com sua aura épica, é um drama que explora a fundo
seus personagens, e também uma aventura de tirar o fôlego, com sequências de
ação memoráveis e efeitos visuais estarrecedores, típico de uma obra de Jackson.
Doze anos depois, o macaco mais
emblemático do cinema retorna, imenso, em Kong: A Ilha da Caveira (Kong:
Skull Island, 2017), sem a cara de “clássico” do épico de Jackson, mas ainda assim, é uma empolgante e despretensiosa aventura.
Mesmo com um único filme
(conhecido) no currículo, a comédia indie The Kings of Summer (Os Reis do Verão) , Jordan Vogt-Roberts se sai bem em sua primeira superprodução como
diretor, em termos gerais. Isto é, considerando que o grande público espera ver
o Kong em ação lutando com monstros e humanos em sequências de ação espetaculares,
nesse quesito, Vogt-Roberts acertou em cheio e não decepcionará esse público. As cenas
de ação são engenhosas e intensas, o fetiche pelas cores fortes do cineasta dá um toque
enérgico a elas e, ao contrário da obra de Peter Jackson, o macaco gigante não
demora a aparecer. Os personagens nem colocam os pés na ilha e
Kong já os confronta atacando todos os helicópteros. Esse momento é
sensacional.
Se o público que procura diversão
não decepcionará com Kong: A Ilha da Caveira, os mais críticos poderão reclamar
de alguns fatores que, com razão, tornam este um filme bem inferior a King
Kong. Primeiro, a trilha sonora
setentista é excessiva, segundo, o elenco estelar é subaproveitado, assim como
seus personagens são subdesenvolvidos.
Os “protagonistas” vividos por Tom Hiddleston
e Brie Larson, principalmente, quase não têm texto, fazem mais poses diante da
câmera do que falam, evitando que o espectador tenha qualquer tipo de vínculo
emocional com eles. No entanto, o coadjuvante de John C. Reilly mostra mais empatia
com o seu humor sarcástico. Já o vilãozinho é vivido (infelizmente) por Samuel
L. Jackson, que convenhamos, vive num momento de loop inacabável em sua carreira, fazendo sempre as mesmas
caras e bocas, ao menos, seu papel aqui convence.
Mesmo soando como artificial,
Kong: A Ilha da Caveira tem sim uma mensagem por trás das ações dos personagens.
O personagem de Jackson representa aqui o homem que, por razões equivocadas e
egoístas, sente-se ameaçado pelo desconhecido e por isso deseja destruí-lo. Assim como em Avatar, Kong critica o homem que
quer explorar e destruir um ecossistema em prol de si mesmo, e defende a
diversidade e a preservação do meio ambiente.
Por fim, esse novo filme do rei
dos macacos pode ter suas falhas, mas diverte e cumpre o que promete como
produto de entretenimento, ademais, é bem melhor que 99% dos blockbusters do
ano passado.
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