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4 de setembro de 2016

Hardcore: Missão Extrema


Em tempos em que os filmes de ação se resumem basicamente a filmes de super-heróis e de agentes (Kingsman, Jason Bourne), é reconfortante saber que, fora do mainstream, tem gente no cinema trabalhando para trazer inovação a esse gênero tão subestimado e oferecer ao público uma obra desafiadora, ousada e diferente de qualquer filme de ação que você tenha visto ultimamente, é o caso de Hardcore: Missão Extrema (Hardcore Henry, 2015), do estreante  diretor russo Ilya Naishuller – que também roteirizou o longa – e protagonizado por Sharlto Copley (Distrito 9, Elysium).

Sabe esses vídeos em que uma pessoa com uma câmera GoPro atrelada à cabeça realiza perigosas aventuras de bike ou esportes radicais e nos deixam tontinhos, parece até que estamos ali com ela? Pois então, Hardcore: Missão Extrema utiliza esse recurso de uma maneira bastante eficiente durante todo o filme, colocando o espectador sob a perspectiva do personagem principal Henry.


Na simples trama, Henry é um ciborgue do tipo Robocop, acorda em um laboratório desmemoriado, quando o megalomaníaco Akan (Danila Kozlovsky) invade o lugar e sequestra a sua namorada. Henry, então, parte em uma missão violenta e de ação ininterrupta. Com a ajuda de Jimmy (Copley, que interpreta várias facetas de um mesmo personagem, mostrando o quão versátil é o ator), Henry precisa evitar que Akan use a sua tecnologia para formar o seu exército imbatível.

Com a perspectiva em primeira pessoa, o sci-fi Hardcore: Missão Extrema se assemelha muito com um vídeo game, é como você tivesse realmente jogando, a estrutura do filme também justifica isso, a troca constante de armas pelo protagonista e as muitas mudanças de cenário apenas potencializa essa sensação de “estar jogando um jogo”, e dos mais violentos.



O filme é violentíssimo, uma carnificina a cada sequência de ação, e o diretor parece se divertir muito com as cenas de morte, uma mais inventiva que a outra. Aliás, criatividade muito bem aplicada, que colaborou muito para que o longa não se tornasse cansativo ou repetitivo, devido ao recurso utilizado e às tremedeiras da câmera. A parte técnica é impecável, dos efeitos visuais à maquiagem, incluindo uma trilha sonora vintage/eletrônica deliciosa. Cada cena de ação é sempre mais impressionante que a anterior, colocando o espectador no meio da ação, nos deixando tão atordoado (quase tontos) quanto o protagonista, em momentos extremos de perigo. O fato de a câmera estar ali no meio da ação torna tudo mais surpreendente, evidenciando aí um trabalho primoroso e cauteloso da equipe técnica.

Aliando um pouco do experimental com tecnologia visual, Hardcore: Missão Extrema é uma experiência frenética (e isso é bom), o filme alcança um novo nível dentre os filmes de ação, se a ideia do diretor era colocar o espectador no corpo de Henry e fazê-lo “viver” momentos insanos e perigosos, ele conseguiu isso e muito mais. 

Hardcore: Missão Extrema não chegou aos cinemas nacionais, mas já está disponível na Netflix. Confira o trailer.


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