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6 de novembro de 2016

Doutor Estranho



O universo Marvel acaba de ser expandido no cinema com a chegada de Doutor Estranho (Doctor Strange, 2016), dirigido por Scott Derrickson, vindo de filmes de terror como O Exorcismo de Emily Rose e A Entidade. A julgar pelo universo místico do super-herói e as influências em nível hard de A Origem, vistas em trailers (na sala de cinema, ressalto), esperava que este fosse o “divisor de águas” dentre os filmes da Marvel, mas não é, Doutor Estranho diferencia-se estilisticamente de outros exemplares do gênero, porém o visual arrojado e de “encher os olhos” esbarra na estrutura acomodada presente nas histórias de origem de super-heróis.

O início impressiona. De cara, ficamos encantados e pasmos com as cidades que se dobram. Mas logo, o filme segue a “fórmula Marvel” – fase de descontentamento do protagonista, chance de redenção, fase de treinamento, conflito, (re)início de um nova vida – que já conhecemos demasiadamente, tornando, muitas vezes, a história aborrecida. 


Benedict Cumberbatch (Sherlock), sempre maravilhoso em cena, vive um neurocirurgião de renome e arrogante que vai do auge do sucesso à decadência após sofrer um acidente. Depois de encontrar os magos Mordo (Chiwetel Ejiofor) e a Anciã (Tilda Swinton) e conhecer o mundo das artes místicas, Strange inicia a sua jornada de autoconhecimento, redenção, ao mesmo tempo, tem que lidar com a descoberta de poderes que interferem no tempo e no espaço e com as ameaças (óbvias) do vilão Kaecilius (Madds Mikkelsen).


A trajetória bastante previsível do protagonista e de outros personagens só não tem um peso maior no “conjunto da obra” graças a seus intérpretes, Cumberbatch, por exemplo, mostra porque é um do atores mais requisitados do momento, emendando um filme no outro, mesmo vivendo um ser narcisista, é impossível não compreendê-lo ou não rir de suas piadas; Swinton e Rachel McAdams também mostram competência em cena, embora esta última, como interesse romântico de Strange, tenha sido mal aproveitada. Já Mikkelsen, vive um vilão unidimensional, risível e de fácil esquecimento, o que não se pode dizer da Capa (interpretando ela mesma), que rouba a cena até do seu dono.

Doutor Estranho acerta mesmo no visual psicodélico, colorido e tecnicamente impecável, nos efeitos vertiginosos das cidades se dobrando, não sei você, mas nas cenas de luta, eu estava olhando para o entorno, vendo as paisagens se modificando, e não para os golpes e socos. A cena final, aquela do rewind, também é um dos grandes momentos da produção. Ainda que não seja perfeito, Doutor Estranho é um bom filme, tem um super-herói e um universo riquíssimos, que podem ser explorados mais densamente nas continuações. Espero. Clique AQUI e veja o trailer.

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