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26 de dezembro de 2010

O MELHOR DO CINEMA EM 2010

O ano praticamente já acabou, mas as famosas listas dos melhoes e piores do ano apenas começaram. Todas as publicações relacionadas ao tema fazem suas listas. É algo comum, e muito prazeroso também. Aqui no blog não é diferente. A seguir, os filmes que conquistaram essa pessoa que vos escreve.

Scott Pilgrim Contra o mundo - Um dos melhores filmes de 2010 foi um fracasso nas bilheterias, mas e daí? Scott Pilgrim é superior a muitos blockbusters que levaram milhões aos cinemas neste ano, como o fraco Alice, do Tim Burton. A adaptação dos quadrinhos de Brian Lee O´malley sobre um garoto que para ficar com sua amada Ramona Flowers precisa enfrentar os seus sete ex namorados malignos , nas mãos do diretor Edgar Wright tornou-se uma aventura deliciosa, frenética, hilária, nostálgica, inovadora e nerd.



A Origem – Inteligente, engenhoso, impressionante e com um elenco invejável liderado por Leonardo Di Caprio. Christopher Nolan nos brindou com uma produção que deixou muita gente de boca aberta, tanto pelos efeitos especiais quanto pelo roteiro intrigante.


KICK-ASS – Quebrando Tudo – Mais uma excelente adaptação dos quadrinhos e que mereceria mais atenção do público. A película violenta, com cenas de ação empolgantes e com um tom politicamente incorreto conta as desventuras de um estudante nerd Dave (Aaron Johnson) que decide se tornar um super-herói, denominado Kick-ass. As cenas com a Hit Girl são as melhores do filme, e ela já é uma das personagens mais marcantes da galeria de Hollywood.



Ilha do Medo - Di Caprio (ele de novo!!) protagoniza esse suspense psicológico de Martin Scorsese, que foi bem recebido pela crítica e pelo público. Perturbador e extraordinário, é um daqueles filmes que merece ser visto mais de uma vez, e assim captar todos os detalhes não percebidos na primeira vez.





Tropa de Elite 2 – Capitão Nascimento voltou e ele agora não está mais no BOPE , mas na Secretaria de Segurança do Rio. Seu alvo: o sistema político brasileiro. O longa surpreendeu por ser superior ao primeiro, apresentou um roteiro mais denso e um amadurecimento dos personagens. Outra surpresa foi o fato do filme passar dos 12 milhões de espectadores, se tornando o filme nacional mais visto da história.



Amor sem escalas – Apesar de ser um filme de 2009, estreou por aqui apenas no começo desse ano. A comédia-drama protagonizada por George Clooney, um homem solitário que viaja o país demitindo pessoas é cativante e muito bem contada. Destaque para Vera Farmiga e Anna Kendrick em atuações inspiradas, como as mulheres que surgem na vida de Ryan (Clooney).




Atração Perigosa – O segundo filme de Ben Affleck como diretor foi um sucesso de público e crítica. Elevou a carreira de Ben que agora é visto como um talentoso e promissor diretor. O filme conta a história de um ladrão de bancos que se apaixona por uma refém, trazendo conseqüências inimagináveis a ele e ao seu grupo de assaltantes. Um romance recheado com boas cenas de ação com um elenco estelar e que prende atenção do começo ao fim.





Antes que o mundo acabe – Longa gaúcho que quase ninguém viu, mas deveria ver. Entre os tantos filmes nacionais bons sobre a temática juvenil que estrearam esse ano, este merece destaque. Daniel (Pedro Tergolina) tem 15 anos e está vivendo um turbilhão de sentimentos dúbios típicos da idade. Inocente e divertido, o filme ainda nos faz sentir saudades de nossa adolescência, quando achávamos que éramos incompreendidos e pensávamos que o mundo todo estava contra nós.




A rede social – David Fincher não faz filmes ruins. No seu último trabalho, em que narra os bastidores da criação do Facebook, ele conseguiu fazer uma obra que é o retrato da nova geração jovem e ainda tem grandes chances de sair com vários Oscars ano que vem. O filme é tenso, divertido, diálogos inteligentes e grandes atuações de Jesse Eisenberg, como o criador da rede social Mark Zuckerberg, e do seu amigo brasileiro interpretado pelo futuro Homem-Aranha , Andrew Garfield.




Enterrado Vivo – O “independente” do ano. Ryan Reynolds em atuação brilhante nesse longa sobre um caminhoneiro que é enterrado vivo. Ele contracena apenas com o isqueiro e o telefone, que também funcionam como as únicas fontes de luz do filme. O diretor espanhol Rodrigo Cortés conseguiu a façanha de contar a história de um homem dentro de uma caixa em 1 hora e meia de filme sem torná-lo tedioso, e realizou uma obra incômoda e surpreendente.



Até 2011, com bons filmes e seriados!!!

16 de dezembro de 2010

ENTERRADO VIVO: Um pequeno grande filme!

Depois dos créditos iniciais a la Hitchcock, vem o escuro e o silêncio. Logo apenas se ouve a respiração de alguém. São segundos de agonia e que apenas diminui quando Paul Conroy (Ryan Reynolds) acende o isqueiro e percebemos, junto com ele, que está preso num caixão. A sensação de angústia é incômoda, claustrofóbica e constante durante todos os 95 minutos de Enterrado Vivo (Buried, 2010), filme independente espanhol dirigido por Rodrigo Cortés, seu longa de estréia como diretor.

Paul é um caminhoneiro americano que está a trabalho no Iraque e que após uma emboscada é enterrado vivo por terroristas. Com apenas um isqueiro e um celular Paul tenta manter-se vivo e sã. É através das conversas dele pelo celular que temos conhecimento de sua história. É também a partir do telefone, que lhe chega o desespero, o medo de morrer, mas também a esperança, sentimento com o qual ele - e todos nós – se apega a cada toque emitido pelo aparelho. Assim como Paul, somos levados a ter esperança até nas situações mais críticas e mais pessimistas. Se ele morre ou não, bom, terão que assistir.

"Me tirem daqui! Não estou mais com a Scarlet!"

Se você pensa que um filme ambientado totalmente dentro de uma caixa de madeira, com pouca luz, e com apenas um personagem - o isqueiro e o celular são praticamente coadjuvantes – são ingredientes que podem tornar um longa chato e entediante, engana-se. Aí entra o grande mérito do diretor Rodrigo, que conseguiu atribuir ao longa originalidade, imprevisibilidade, agilidade no enredo, situações inimagináveis, doses cavalares de tensão e tortura psicológica, e ainda arrumou espaço para uma crítica ao governo americano.



Reynolds - que dizem os tablóides, agora é ex de Scarlet Johansson - é outro fator importantíssimo para a construção da atmosfera do filme. Sua atuação é surpreendente, principalmente se ressaltarmos que ele não contracena com ninguém, além dele mesmo, apenas com a voz do outro lado do telefone. Seu personagem apresenta sentimentos díspares como esperança, raiva, medo, dor e alívio de uma forma tão real, que é impossível ficar alheio á sua situação.


Enterrado Vivo é um pequeno grande filme, um candidato a cult, surpreendente, corajoso e barato. Uma prova de que não é necessário milhões de dólares para realizar um boa fita de entretenimento, apenas uma boa idéia na cabeça.

5 de dezembro de 2010

AS MELHORES SÉRIES DE 2010

Zumbis, losers adolescentes, vampiros, serial killer e viciados integram os melhores programas da TV


O ano de 2011 está batendo na porta, 2010 está aprontando as malas para se despedir. Mas como é de praxe, uma retrospectiva do ano antes do seu “adeus” é inevitável. Então esse post será concentrado nos seriados, ao menos, naqueles que assisti, são poucos, mas sem dúvida são o que há de melhor na TV na atualidade.



Lost: Não há como começar a falar sobre as séries de 2010 sem mencionar Lost, que chegou ao fim no mês de maio e deixou órfãos milhares de fãs e outros tantos revoltados com o final polêmico e nada mirabolante, como esperavam a maioria dos que acompanhavam o programa. Críticas a parte, Lost foi uma série inovadora em muitos aspectos e repletos de personagens marcantes e icônicos que nunca serão esquecidos. Até o “Previously in Lost”, a chamadinha no começo de cada episódio, tenho saudades. Embora alguns produtores queiram desesperadamente fazer uma série que consiga igual repercussão, até agora só houve fracassos. Como Flash Forward, considerado o “novo Lost” na época de seu lançamento, teve apenas uma temporada e foi cancelado. Esse ano, a aposta da vez é The Event. Esse aqui é uma mistura de Lost – claro - com The 4400 e V - The Visitors. Começou bem, mas “perdeu a mão” lá pelo oitavo episódio. Bom, é cedo para falar algo, não é ruim, é melhor que Flash Forward, vicia, mas nem chega perto do show criado por J. J. Abrams.




Fringe: A melhor série de ficção científica do momento e que infelizmente está prestes a ser cancelada. Justo quando a série se encontra em seu melhor momento, ela corre o risco de cancelamento. É a série de investigação de casos paranormais e bizarros mais semelhante a Arquivo X exibida atualmente, e que depois de duas temporadas conseguiu criar a sua própria mitologia e assim conquistar muitos fãs no último ano. Seria uma pena o seu término precoce e uma grande perda para os adeptos do sci-fi – incluso eu.


True Blood: é uma das melhores séries do momento. Esse ano surpreendentemente a terceira temporada - trash - foi bem superior às outras temporadas. O seriado de vampiros sexys da HBO abusou da violência, das cenas de nudez e sexo. A inclusão de lobisomens na mitologia da série, e um monte de novos personagens contribuiu para uma trama mais frenética, enxuta, imprevisível, cheio de reviravoltas. A ousadia e a trasheira deu certo. A série foi renovada para a quarta temporada.






Breaking Bad: Intrigante, inteligente, com uma história inusitada e com teor forte. Professor de química descobre ter câncer e resolve fazer e vender metanfetaminas, para deixar um dinheirinho para a família quando ele “evoluir pro óbito”. Este ano os dois protagonistas principais da série Bryan Cranston (o professor Walter) e Aaron Paul (Jesse, o garoto da rua cheio de gírias que lhe ajuda na fabricação de meta) ganharam o Emmy Awards nas categorias de Melhor ator e Ator Coadjuvante respectivamente, bem merecidos. Ainda não vi a terceira temporada. Mas pretendo vê-la antes da quarta começar, em fevereiro de 2011.



Dexter: Uma das melhores séries da atualidade. OK, eu já falei isso, mas a verdade é que todas essas séries que estão aqui merecem serem designadas assim. Depois de um final bombástico na temporada anterior. O serial killer mais querido da TV retorna nesta quinta temporada - viúvo, com três crianças para cuidar, a polícia na sua cola e com uma sede imensa de matar - em uma nova trama surpreendente e que certamente será superior às outras temporadas. Ser sempre melhor que a temporada anterior é a principal característica de Dexter. Alguém discorda?




The Walking Dead: A única série boa estreante do ano. Mesmo com apenas seis episódios, a série de zumbis num mundo apocalíptico é uma grata surpresa. Xerife acorda num hospital e descobre que na sua cidade todos estão mortos. Ou melhor, quase mortos. A história do episódio inicial é clichê, mas o desenrolar da trama, o cenário apocalíptico, a tensão constante, e a maquiagem dos zumbis – acredite, são os zumbis mais assustadores que você já viu - fazem de The Walking Dead a série mais aterrorizante da TV. Os zumbis voltarão em 2011 com 12 episódios na sua segunda temporada. Vida longa aos mortos-vivos.






Glee: O seriado mais divertido do momento e o mais "leve" dentre os citados aqui. Viciante, irônico, obrigatório e repleto de boas músicas. Melhor que isso? Não tem. A segunda temporada apresentou personagens novos, participações especiais – Gwyneth Paltrow se deu bem na cantoria hein? - episódios temáticos , como a homenagem ao filme musical setentista The Rocky Horror Picture Show e claro, a abordagem de temas sérios como o bullying e o preconceito com os gays foram o foco de grande parte dos episódios. E as músicas? Ah, a seleção de músicas deste início de temporada está como sempre diversificada, canções novas e antigas, de todos os gêneros se integram às histórias, dando ao show um frescor e uma originalidade que esperemos que acompanhe Glee por muito, muito tempo.


29 de novembro de 2010

É NASCIMENTO O HERÓI NACIONAL DO SÉCULO 21?

O filme materializa na telona o desejo de muitos brasileiros: ver um policial lutando contra o sistema. O que já é motivo suficiente para ir ao cinema!




Tropa de Elite 2 é um fenômeno. Ninguém estava esperando o sucesso estrondoso do filme, nem o diretor José Padilha. Tropa ficou sete semanas na liderança dos filmes mais vistos no Brasil , e se os bruxinhos da J. K. Rowling não aportasse nos cinemas na terceira semana de novembro ainda permaneceria por mais algumas. O blockbuster brasileiro estrelado por Wagner Moura está quase superando o filme Dona Flor e seus dois maridos que levou 10,7 milhões de pessoas às salas de cinemas no longínquo ano de 1976. Até agora, o público do filme de Padilha é de 10,1 milhões de espectadores. É o filme mais visto do ano no país. Nem a pirataria pode interferir na carreira do filme nos cinemas que, certamente, deve ultrapassar o longa da Dona Flor.

Tudo bem, Tropa de Elite 2 é um sucesso. Em termos narrativos e técnicos, é superior ao primeiro. Mas a que se deve todo esse êxito? O que está atraindo o público às salas escuras?

Segundo a revista Veja, grande parte dessa aclamação do público vem de um desejo comum dos brasileiros de poder caminhar pelas ruas das cidades sem sofrer algum tipo de violência e que essa garantia seja gerida por uma polícia honesta, incorruptível. Assim, Coronel Nascimento é tido como um tipo de justiceiro ideal, aqueles que todos querem ver atuando em sua comunidade. Um herói nacional. “Como o Estado falha na segurança, nós, que somos vítimas, temos a tendência de buscar soluções personalizadas, individuais. Nascimento dá vazão a essa ânsia por soluções imediatas. Ele é um justiceiro do século XXI brasileiro”, disse Padilha à revista.

“Para o estudante de psicologia César Gomes, 26 anos, o sucesso do filme é porque o público veem na figura do Nascimento, um herói, que não existe na realidade. “É ele versus o sistema”, afirma. “No primeiro filme, Nascimento não é vilão, nem herói. No segundo, ele já é visto como herói, porque não temos no Brasil, um herói que represente o país, como existe o Capitão América, ou o Superman, nos Estados Unidos” argumenta César.

Denise Alcântara discorda dessa atribuição de “herói” ao protagonista do longa. A universitária que cursa Relações Públicas, diz que o Nascimento é um idiota. Ela justifica: Ele já matou tanta gente e nunca pensou por um segundo porque ele estava matando? Não acredito naquela idéia de que o ser humano é ruim por natureza, acho que as pessoas se transformam de acordo com o ambiente em que vivem. No primeiro filme ele era apenas mais um que matava as pessoas, agora é um idiota consciente, porque agora ele sabe o porquê ele matava as pessoas do morro”, diz Denise. Ela achou o filme interessante, porque mostrou uma realidade pouco conhecida pela maioria das pessoas. “Não foi um filme de luta, violento, como o primeiro em que mostrava que "bandido tinha que morrer". No segundo filme foi apresentado um lado mais social”, conclui.

“Gostei do filme, provoca uma reflexão sobre a nossa condição política, mas o final é fictício”, relata César. “Ninguém vai ao Congresso denunciar os corruptos, criar uma CPI. Isso não acontece”, complementa o universitário se referindo á cena em que Nascimento vai ao Congresso e denuncia diretamente os deputados corruptos presentes ali causando o maior alvoroço no local, enquanto os acusados “berram” desesperadamente alegando serem falácias as acusações do coronel. Certamente essa cena pode parecer utópica na vida real, mas é um episódio que, graças ao diretor, materializou o desejo de muitos brasileiros de verem algum dia tal cena em algum telejornal.

O surpreendente sucesso do filme pode ser justificado por duas razões. Em primeiro lugar, o público brasileiro foi às salas pensando que iria ver mais pancadaria, outra fita de entretenimento, porém não absorvendo nada da mensagem transmitida. Em segundo, os mais de dez milhões de pagantes querem deixar um aviso de que há uma vontade do brasileiro de conhecer mais a fundo a realidade política da nação onde vive, além obviamente, da possibilidade – ainda que fictícia – de ver um policial honesto lutando sozinho contra um sistema falho e fazedores de corruptos.


Os universitários Denise e César tem opiniões contrárias sobre a absorção – ou não – das questões sociais abordadas no filme pelo espectador. Enquanto o primeiro diz que sim, a mensagem é dada ao espectador de forma bem mastigada propositadamente, para as pessoas perceberem o que está se falando na tela. O estudante de psicologia diz que não, a maioria dos espectadores não compreendem a mensagem que o filme transmite, concentram-se apenas na parte superficial, saem do cinema e logo esquecem o que foi visto e dito.

Para José Padilha, diretor dos dois Tropas, o fato do segundo filme ter passado dos dez milhões de espectadores indica que o público está interessado em pensar a realidade através do cinema político e que este tipo de cinema pode, sim, ser popular. “Para mim, esta é uma fonte de motivação. Me estimula a pensar em novos filmes, e a continuar o trabalho de roteirista e diretor que sempre quis fazer”, afirmou o diretor à revista Exame. Bom, se Padilha pensar em fechar uma trilogia para a saga do Cel. Nascimento, já teremos o nosso próprio “Bourne” a brasileira, ou o nosso “Dirty Harry” brazuca. O nosso próprio (anti) herói de ação nacional, ainda que seja apenas nas telonas.

14 de novembro de 2010

Ben Affleck - A reviravolta de um ator

Ben Affleck mostra suas armas e se consagra como diretor 
com o thriller Atração Perigosa

A crítica especializada adora “malhar” a atuação do Ben Affleck seja lá qual for o filme. Parece até um complô coletivo da imprensa. Tudo bem, ele pode parecer inexpressivo em alguns filmes, mas ele é um bom e eficiente ator, e ainda tem carisma. Mas felizmente, Ben é mais talentoso em outras funções. Se ele deixa a desejar na frente das câmeras, é atrás delas que tem maior êxito, sendo roteirista e diretor.
Em 2007, o garoto que há mais dez anos ganhou o Oscar de Melhor Roteiro com o seu amigo Matt Damon por Gênio Indomável, lançou o seu primeiro filme como diretor: Medo da Verdade. O longa foi elogiado pela crítica – é verdade, o filme é surpreendente - e deu ao ator a chance e a confiança de se aventurar novamente na direção.

Este ano Affleck lançou seu segundo filme, Atração Perigosa (The Town, 2010), e o sucesso de público e – de novo - da crítica mundial atribuiu muito mais que notoriedade e uma mudança na visão da imprensa, que até agora, enxergavam Affleck apenas como um ator mediano e ex-marido de Jennifer Lopez. Ben é visto agora como um ator que deu uma virada na carreira, um diretor competente e que ainda tem muito a revelar. 
Ambientado na cidade de Boston - lugar perfeito para a história, Atração Perigosa (que tradução hein....) é um drama policial envolvente, cenas de ação empolgantes, um elenco de primeira e interpretações marcantes. Affleck interpreta MacRay que se envolve com Claire (Rebecca Hall, encantadora), a gerente de banco que ele fez de refém no dia do roubo. MacRay e seus amigos – assaltantes - descobrem que ela mora na vizinhança e que a qualquer momento ela pode reconhecê-los. Assim, MacRay aceita vigiar a garota para checar se ela ajudará a Polícia. Logo, o assaltante se envolve com a ex-refém tornando a história interessante, instigante e sedutora.

Elenco bonito na estreia do filme.

Jon Hamm (o Don Draper da cultuada série Mad Men) interpreta o chefe da polícia que caça a gangue de assaltantes, a Gossip Girl Serena, Blake Lively (mostrando que além de linda, tem talento) é a antiga namorada de MacRay,e finalizando o super elenco, Jeremy Renner (Guerra ao Terror) interpreta o amigo explosivo e também participante do grupo de assaltantes.

Gossip Girl encontra um Mad Man!

Sabe aquele ditado que diz, "ninguém é bom em tudo"? Talvez isso se aplique ao Ben Affleck, ele é bom ator, mas é ótimo diretor. Ou talvez seja só a mídia criticando alguém, afinal, ela precisa criticar alguém, e infelizmente o escolhido foi o Ben, mas ele mostrou um “algo a mais” que muitos não contavam: talento na direção. Enfim, longa vida à carreira de Affleck como ator, roteirista e principalmente como diretor. Esse garoto vai longe....

1 de novembro de 2010

Scott Pilgrim é diversão pura!

Colorido, frenético, engraçado e  com muito rock n´roll:




Um dos filmes mais divertido do ano, da década. E uma das melhores adaptações de quadrinhos já realizadas. Bom, a lista de elogios ao novo filme de Edgar Wright é infinita. Sabe a qual filme me refiro? Acredito que não - motivos que eu explicarei adiante. Falo da produção Scott Pilgrim contra o mundo (Scott Pilgrim vs. The world, 2010) adaptação dos quadrinhos de Bryan Lee O´Malley.


Barulhento, colorido, frenético, engraçado e fantástico. Esses adjetivos cabem perfeitamente ao novo longa do diretor Edgar Wright, o mesmo dos ótimos - e hilários - Todo Mundo Quase Morto e Chumbo Grosso. A história do filme é inusitada: o adolescente roqueiro Scott Pilgrim se apaixona por Ramona Flowers, (Mary Elizabeth Winstead, atriz ainda desconhecida cuja carreira está prestes a decolar) uma Mari Moon versão gringa que pinta o cabelo a cada 15 dias. Mas se ele quiser ficar com a garota, terá que enfrentar seus sete ex - namorados malignos e super poderosos.


Pilgrim e seu amor de cabelo rosa!

Michael Cera (o garoto bobinho que engravidou a Juno, em Juno) interpreta o personagem-título. Seu personagem aqui ainda tem aquele jeito bobo, o que já garante risadas espontâneas. Mas Pilgrim tem algo a mais: luta como ninguém. A “noiva” de Kill Bill certamente deve concordar com essa afirmação. As cenas de luta com os seus rivais são as partes mais empolgantes e surreais do filme. Cera mostrou uma habilidade nas cenas de luta impressionante.

As cenas de luta são todas estilizadas no melhor estilo de videogames antigos, como o Street Fight. Um prato cheio pra quem curte games. As inserções gráficas inseridas na tela ao longo do filme, como “rrrrrrrrrrr” (telefone tocando), e as expressões de videogame como “K.O.” e a pontuação do Pilgrim a cada luta vencida, as cenas barulhentas da banda do Scott, a Sex Bob Omb, e os cortes rápidos das cenas apenas credita o longo como um dos mais alucinados e empolgantes da temporada.

Chris Evans como o ex maligno n° 2!

Mas nem tudo é uma maravilha. O filme fracassou nas bilheterias americanas e a Paramount resolveu lançá-lo nos cinemas brasileiros apenas no fim de novembro, mais de três meses após a estréia nos EUA. Os fãs ficaram irados e fizeram uma campanha via Twitter pedindo a antecipação do filme. A campanha surtiu efeito e a distribuidora decidiu lançá-lo em outubro. Primeiro no Festival de Cinema do Rio de Janeiro realizado no começo de outubro e depois nas demais salas do Brasil. A estréia estava marcada para o dia 29 de novembro. Foi adiada novamente, para a semana seguinte. Detalhe: existem uma – talvez duas, mas é dificil – cópia do filme para o Brasil inteiro. Ou seja, Scott Pilgrim estreará em São Paulo e só irá às outras cidades depois que sair de cartaz na cidade (iiiih, esperem sentados).
Brandon Routh é o ex n° 3: sua participação é hilária!

É aceitável que a distribuidora não queira lançar um filme que foi fracasso lá fora em grande escala e cujo público-alvo é um pouco restrito. Mas porque não lançá-lo imediatamente em DVD? Com essa medida, os fãs ficariam felizes, ao invés de agoniados esperando a boa vontade – e indecisão - da distribuidora em lançar o filme e ela ainda lucrava com a venda de DVD´s. Sem mencionar que diminuiria a quantidade de downloads do filme. Resta aguardar para saber se a novela vai continuar.

Enfim, está se tornando muito comum excelentes adaptações de quadrinhos não repetirem o sucesso nos cinemas. Kick-Ass - Quebrando Tudo também é considerado um dos melhores filmes do ano, porém não faturou muito nas bilheterias, mas ao menos chegou aos cinemas brasileiros.
Michael Cera e o Scott Pilgrim, desenhado!

Scott Pilgrim Contra o mundo é o filme que merece ser visto na telona e com som Dolby Surround. Mas parece que muita gente não terá essa chance e lhes restará assisti-lo na telinha do computador. Mas não importa. O importante é vê-lo e fazer parte de uma experiência única e mais louca do que você imagina.
E ai? quer curtir um pouco o som da banda do Pilgrim: O Sex Bob Omb? Escuta aí:

8 de outubro de 2010

Tropa de Elite 2 - O inimigo agora é outro

Cap. Nascimento, o nosso anti-herói, está de volta! 
E os políticos que se cuidem!


Por mim eu trancava eles aí dentro, jogava a chave fora e deixava eles se foder sozinho”. Esta é a voz do nosso anti-herói brasileiro, Capitã. Nascimento - que agora é Tenente-Coronel do BOPE - sobre o conflito entre os bandidos no presídio Bangu 1. São os primeiros minutos de Tropa De Elite 2 (2010) – depois dos créditos iniciais embalados por aquela música horrenda do Tihuana.


Nesta sequência, o alvo do Coronel Nascimento (Wagner Moura arrebenta, em todos os sentidos), que agora ocupa o cargo de subsecretário de segurança do Rio de Janeiro, são os políticos e os corruptos. Quer dizer, os políticos corruptos. Com esse poder nas mãos, Nascimento consegue dar um jeito na bandidagem, no tráfico carioca. Mas ele descobre que aqueles traficantezinhos do morro não são nada comparados a um esquema que envolve políticos e policiais, que se beneficiam da ausência dos traficantes para ganhar poder e mais dinheiro e claro, votos, pois é ano de eleições e todos querem “mostrar serviço” à população e à imprensa.



O personagem de Nascimento está mais maduro, complexo, humano. Sua vida anda complicada também. Além de lidar com esse novo trabalho – ele quer foder com o sistema – tem que lidar com o filho que lhe ignora e com Fraga (Iradhir Santos) um ativista dos direitos humanos, casado com sua ex, e que não gosta nada dos métodos violentos e não convencionais do BOPE.

O diretor José Padilha consegue algo quase impossível: superar o primeiro filme. Nesta segunda parte, ainda tem alguns elementos presentes no original: a violência, o realismo, a crítica social, a polêmica, a tensão quase ininterrupta e a tal sacola de plástico sendo usada para embalar cabeças. Mas é inegável notar o amadurecimento dos personagens principais, a trama bem desenvolvida e mais complexa. Ainda é visível perceber em cada frame, os motivos que levaram Padilha a realizar esta sequência, a vontade de querer ver - e mostrar - o Cap. Nascimento combatendo esses novos inimigos que – a meu ver – são muitos piores que o traficante da esquina.



Deputado corrupto: igual a muitos reeleitos este ano!

Padilha conseguiu fazer de Tropa de Elite 2 um produto de entretenimento com conteúdo, queria também que o espectador saísse do cinema levando consigo uma reflexão sobre a condição política atual do Brasil e seus representantes cada vez mais inaptos e analfabetos. E se Padilha quiser realizar uma trilogia, o Brasil agradece. Teremos o nosso Bourne à brasileira.

19 de setembro de 2010

Antes que o Mundo Acabe

Um retrato delicado e nostálgico da adolescência!


O cinema nacional descobriu – finalmente - que a temática juvenil pode render ótimas produções , além de direcionar os filmes brasileiros para um caminho que não seja a mesmice – favela/sertão nordestino – tão incansavelmente retratada nos longas brasileiros ultimamente. Os três filmes lançados este ano que falam sobre adolescentes e jovens foram muito bem recebidos pela crítica especializada. Aqui estão eles: As Melhores Coisas do Mundo, Os Famosos Duendes da Morte e Antes que o Mundo acabe. Não vi os dois primeiros, mas o terceiro já é um dos melhores filmes do ano.


Realizado pela Casa de Cinema de Porto Alegre, produtora que nos brindou com outros bons filmes como Meu tio Matou um Cara , Saneamento Básico - O Filme, entre outros, Antes que o Mundo Acabe é mais um maravilhoso filme a figurar na lista dessa produtora gaúcha.

Ana Luiza Azevedo é estreante na direção, e de cara logrou fazer uma obra simples, delicada e honesta. Daniel (Pedro Tergolina), um adolescente de 15 anos é o protagonista do filme. Daniel tem variações de humor constante. Seu humor piora quando é abandonada pela namorada Mim (Bianca Menti). E piora mais quando descobre que seu melhor amigo Lucas (Eduardo Cardoso) está gostando da garota e vice-versa. E para agravar mais a vida do garoto, recebe a carta do seu pai, um fotógrafo que está na Tailândia, e que ele nunca o conheceu.

Daniel: problemas sem solução!


É o fim do mundo para Daniel, ou pelo menos, ele pensa assim. O garoto, se sentindo rejeitado e incompreendido por todos, começa a viver uma confusão interna e cheios de sentimentos dúbios. Não entende o comportamento de Mim, sua ex-namorada. Não sabe se ela gosta dele ou de seu amigo Lucas. Ele não sabe agir diante dela e nem de seu amigo. Às vezes, Daniel rasga a foto de seu amigo, mas em outra hora percebe que a amizade de Lucas é mais importante que qualquer conflito existente.


Daniel está em busca de uma identidade, normal na vida de qualquer adolescente. Ele começa a receber fotos da Tailândia de seu pai, e aos poucos ele vai rompendo a distância existente entre eles, e começa a conhecê-lo de verdade e aprende que o mundo é bem maior e complexo do que ele imagina.
Mim e seu amigo!
Frustrações com amigos e garotas, ataques de fúria, arrependimentos, sentimentos confusos e de deslocamento são abordados em Antes que o Mundo Acabe, sempre de uma maneira leve , carinhosa e verdadeira. Às vezes o espectador tem raiva de Daniel e torce pelo seu amigo Lucas, ás vezes acontece o contrário ou torcemos pelo protagonista e xingamos a namorada dele. A vida é assim, não existem pessoas completamente boazinhas ou más, mas circunstâncias que nos levam a atitudes vergonhosas e desagradáveis.

Esse retrato fiel da adolescência - é inevitável sentir saudades de nossa adolescência - é um dos maiores trunfos do longa. Um roteiro que evita o clichê, uma trilha sonora bacana, atores competentes – destaque para Pedro, o protagonista – e os recursos gráficos que ajudam a potencializar os dramas do garoto, faz dessa produção uma dos melhores filmes nacionais da década e que nos faz ter orgulho do nosso cinema novamente. Assista, Antes que o Mundo acabe.
Mim canta "beat acelerado" para seus amigos ! Veja aí:

6 de setembro de 2010

A Vida em Preto e Branco


O que você faria se tivesse acesso a um controle remoto mágico que o fizesse entrar na TV? Ou melhor, te transformasse num personagem daquele seriado que tanto ama?

Com certeza iríamos fazer muitas mudanças na história original, iríamos colocar em prática tudo aquilo que falamos e opinamos quando estamos sendo telespectador de um programa.

Bom, isso é o que fazem os protagonistas do simpático filme A Vida em Preto e Branco (1998). Aqui, os irmãos David (um Tobey Maguire pré-Homem Aranha) e Jennifer (Reese Whiterspoon, pré-Legalmente Loira) são transportados para um seriado de TV em preto e branco, passado nos anos 50 chamado Pleasantville – nome original do filme.
David e Jennifer logo se tornam os personagens Bud e Mary Sue respectivamente. E não demoram muito para eles alterarem o universo da série. A cidade de Pleasantville é perfeita, todos são excessivamente felizes, não há sexo e nada de sentimentos negativos ou qualquer tipo de acidente, seja ele provocado pela natureza ou não. Para se ter uma ideia, nesta cidade, o principal - e único - trabalho dos bombeiros é salvar os pobres gatinhos presos nas árvores.

Mary-Sue vai ser aquela que vai “corromper” as pessoas e infringir as leis da decência comum na cidade. É ela que vai dar uma cor – literalmente e metaforicamente – na vida cinza e preto e branco dos cidadãos de Pleasantville. Tudo começa quando ela leva seu namoradinho (um Paul Walker magricela e pré-Velozes e Furiosos) para a Alameda dos Amantes, lugar aonde os jovens vão para conversar, pegar nas mãos e....só. 

Bom, isso acontecia até a Mary-Sue fazer com que seu namorado sinta emoções e sensações nunca antes conhecidas. Logo, todos os jovens estão experimentando formas de prazer e descobrindo suas potencialidades. Mas a cada quebra na conduta dos moradores, o universo – as pessoas e seu comportamento, a cidade – do seriado começa a ser alterado e colorido.




A inocência, a felicidade, e a vida perfeita livre de qualquer problema dos cidadãos de Pleasantville começam a ser substituídos por violência, repressão, e despertando a ira dos mais conservadores. Logo, os “coloridos” são repreendidos pelos “cinzas” por aderirem à liberdade individual, por suprirem seus desejos sexuais e saírem de suas zonas de conforto.


A Vida em Preto e Branco, filme de Gary Ross, pode ser de doze anos atrás, mas os temas discutidos aqui nunca ficarão “velhos”. E esse filme trata de questões como acesso à cultura, igualdade, censura, liberdade de expressão sempre de uma maneira engraçada, leve e original. 

A direção de arte é magnífica – as cenas que mesclam cenários pretos em branco com objetos coloridos são quase uma obra de arte – e os atores dão um show. Além de Whiterspoon e Maguire, Joan Allen, William H Macy e Jeff Daniels se destacam em seus personagens. Uma agradável película que merece ser vista inúmeras vezes.

22 de agosto de 2010

A elegante MAD MEN


Nesse post vou falar sobre uma série que eu nunca havia pensado em escrever algo sobre ela aqui no meu blog. Estou me referindo á premiadíssima série MAD MEN. Sim, ela papa prêmios em qualquer premiação, Globo de Ouro, Emmy - o Oscar da TV, e este ano o seriado possui nada mais, nada menos que 17 indicações. Dificilmente irá perdê-los. Mad Men está na sua quarta temporada nos EUA, mas irei me limitar a comentar sobre a primeira temporada, porque eu acabei de ver recentemente.

O fato da crítica falar tanto e sempre de modo positivo sobre a série me despertou a curiosidade. Então resolvi assisti-la. Vou confessar que não foi fácil gostar de Mad Men de imediato. Vi o primeiro episódio e esqueci. Nada acontece no primeiro capítulo. Algumas semanas depois tentei novamente e decidi ver toda a temporada, independente se eu gostasse ou não. Bom, foram necessários cinco episódios para me viciar. É muito não é? Pra mim é muita coisa. Nesse caso, persistência e uma paixão imensa por seriados foram fundamentais para eu seguir em frente.

A pergunta que não quer calar: Quem é Don Draper?


Bom, vou falar um pouco sobre o seriado mais elegante da TV. Mad Men explora o mundo dos publicitários numa Nova York dos anos 60. Don Draper (Jon Hamm, brilhante) é o responsável pelas grandes idéias numa agência de publicidade, mas também é um homem misterioso – esse é um dos aspectos que mais me chama a atenção na série. Ele é casado com a linda e loira Beth, uma ex-modelo reprimida sexualmente e com sutis ataques de loucura.


É muito interessante conhecer ou pelo menos ter alguma idéia, de como era a sociedade naquele período. Os homens fumam - é muita fumaça, sério, eles fumam em qualquer lugar - e bebem demasiado, as mulheres quando não ficam em casa cuidando do lar, se tornam objetos fáceis de desejos dos homens nos locais de trabalho. A infidelidade – todos os personagens masculinos traem suas esposas - o consumismo, o feminismo, o momento político Nixon versus Kennedy , e outros temas justificam todo o alarde da imprensa sobre o show.

A ala feminina: Beth, a sexy Joan e a Peggy!


Don Draper chama a atenção pelo seu charme e pelo seu comportamento enigmático, mas é sua secretária Peggy Olson ((Elisabeth Moss numa atuação excelente) que rouba a cena durante toda a temporada. Seu personagem causa inveja em todos da agência, porque ela passa a colaborar com as peças publicitárias, deixando de ser assistente e sendo a primeira mulher a alcançar tal proeza. É ela também, a responsável pelo “momento bombástico” no fim da primeira temporada.


Bom, como o seriado se passa nos anos 60, é obvio que a reconstituição de época é impecável, o figurino, os objetos em cena, os cenários. Vale destacar também, as cenas em que eles estão elaborando uma campanha publicitária para alguma empresa. Esses são os melhores momentos dos episódios. São momentos muito interessantes e nostálgicos, pois alguns produtos nem existem mais - como um aparelho de slides da Kodak - esse eu nem sabia que existia .
Os "publicitários" que fumam mais que trabalham...


Mad Men ás vezes vale como uma aula de história contemporânea, é intrigante, inteligente, original, portanto tem um ritmo lento, o enredo demora a se desenvolver, e ás vezes se torna cansativo, e por isso deve despertar mais o interesse do público adulto, mas já é um programa obrigatório para qualquer aluno de comunicação, principalmente para alunos de publicidade.
Agora assistirei as temporadas seguintes. Sem pressa.

8 de agosto de 2010

A Origem: Original e engenhoso!


O filme mais esperado do ano estreou nos cinemas brasileiros. Sucesso de crítica e público A Origem (Inception), o novo filme-cabeça do Christopher Nolan está fazendo todo mundo olhar mais atenciosamente para os seus sonhos - pelo menos comigo isso está acontecendo.

Quem conhece o diretor, sabe que ele não gosta de fazer filmes fáceis. Seus trabalhos sempre apresentam um aspecto psicológico e uma narrativa não muito convencional, ou seja, ele adora enganar o espectador. Ele já fez isso em Amnésia, Insônia, O Grande Truque e no aclamado O Cavaleiro das Trevas. No seu novo filme, ele apenas eleva ao último patamar alguns elementos mostrados nos filmes anteriores e vai além. 

Dicaprio escuta e aprende com o gênio Sr. Nolan

A Origem é um perfeito exemplo de um entretenimento com cérebro. Não acho relevante contar o enredo do filme, pois acredito que quanto menos souber da história, melhor e maior o impacto. Talvez algumas pessoas saiam tontas do cinema devido à complexidade da trama, mas acredite, não é nada incompreensível. É só não piscar os olhos. Tem se falado que muita gente está vendo o filme mais de uma vez, não acho que é pelo intrincado enredo, mas um pretexto para entrar novamente no mundo fantástico dos sonhos criado pelo Sr. Nolan.

Por que eu tenho que ver A Origem?
1 – O elenco é fabuloso. Ellen Page (a nossa eterna Juno), Joseph Gordon-Levitt (o rejeitado de 500 Dias com Ela), a encantadora Marion Cotillard (a Edith Piaf), Ken Watanabe (de O Ultimo Samurai, Cartas de Iwo Jima), Cillian Murphy (o queridinho do diretor, o espantalho dos filmes do Batman), Michael Caine (o Alfred né...), Tom Hardy (guarde bem esse nome) e claro, Leonardo Dicaprio que convenhamos, 2010 é o ano dele, com dois filmaços lançados este ano – o outro é A Ilha do Medo – Dicaprio é uma estrela em crescente ascensão, talentosíssimo , dono de uma maturidade - em termos profissionais -que nada lembra o garotinho de Titanic.

E aí? o que vocês sonharam?
2- É uma obra completamente extraída da mente de Nolan. Você se lembra de um sucesso de bilheteria recente que não seja uma sequência, uma adaptação dos quadrinhos, ou de um livro, de um desenho, de seriados e até de brinquedos? Pois é, mentes criativas são raridades em Hollywood. Bem, ainda temos Christopher Nolan, ele ainda pode nos proporcionar histórias inteligentes, criativas e originais no cinema.


3- Como já foi dito, o enredo não é fácil de compreender nos primeiros momentos da fita, mas aos poucos vamos sendo seduzidos e levados para a mente e o subconsciente dos personagens. Quem quer saber de trama quando somos apresentados ao mundo “sonhado” e vemos cidades inteiras se dobrando como se fossem de papel? Ver A Origem é no mínimo uma experiência surreal, única.

Não é estranho se muita gente está vendo o filme uma, duas, três vezes. É normal sim. É normal sair do cinema com a sensação que acabou de acordar de um sonho alucinante. Um belo sonho com direito a uma direção de arte e efeitos especiais primorosos e uma poderosa trilha sonora que não vai sair da sua cabeça, Booooooooommm, Boooooooommmm.....

29 de julho de 2010

Os melhores filmes-cabeça de todos os tempos




"Han?", "O quê?". Essas expressões geralmente seguidas de um "Não entendi!" são bem comuns de ouvir quando assistimos a um filme complexo, cujo roteiro não faz a mínima questão para que você o compreenda de imediato.


Refiro-me às produções "cerebrais", às quais o espectador geralmente reage de duas maneiras: fica frustrado, morrendo de raiva porque não entendeu o filme, pois estava esperando algo mais "simples"; ou o espectador sai do cinema tão extasiado pela experiência única proporcionada pela película – porque foi forçado a trabalhar a massa cinzenta – que ele vai querer ver o filme novamente, pois embora ele tenha entendido o enredo, assistir a uma segunda vez fará com que note coisas que na primeira vez, não estavam tão visíveis. 

Então, confira os melhores filmes-cabeça, até agora.



O Predestinado (Predestination, 2014) – Quem veio primeiro o ovo ou a galinha? Essa questão paradoxal se encaixa bem na trama dessa ficção científica engenhosa e que vai "explodir" a sua cabeça. Ethan Hawke vive um agente que viaja no tempo para evitar desastres e  tentar capturar um terrorista. É isso. Quanto menos você souber, melhor. É um filme tão inteligente e tão desafiador à nossa mente que é impossível vê-lo apenas uma vez. 



A Origem (Inception, 2010) - Esta obra de Christopher Nolan fez todo mundo ficar um pouco mais atento aos seus sonhos. A Origem é um perfeito e bem-sucedido exemplo de entretenimento com cérebro. Com um elenco estelar, a história é daquela que você está proibido de piscar os olhos, ou vai complicar pro seu lado. Nolan também é o cara do outro filme-cabeça que vem a seguir.



Amnésia (Memento, 2000) - Homem procura o assassino de sua mulher, mas tem um pequeno problema: ele sofre de amnésia recente. E para não esquecer de certos fatos, ele tatua o seu corpo com informações que podem lhe ajudar a resolver o caso. A história é simples, mas a não linearidade, ou seja, a narrativa contada de trás para frente, dá nó na cabeça. É literalmente um quebra-cabeça. 


Following (1998) - Este é o primeiro quebra-cabeça de Christopher Nolan, uma espécie de "rascunho" daquele que viria a se tornar o seu primeiro sucesso, o filme Amnésia. Following é um delicioso quebra-cabeça cujas peças são jogadas na cara do espectador aleatoriamente. E elas somente se encaixam no último minuto da fita.




Donnie Darko (2001) - Um cult dirigido por Richard Kelly e que revelou o astro Jake Gyllenhaal. Jake interpreta Donnie, um adolescente problemático que tem seu quarto destruído por uma turbina de avião - sim, é isso mesmo. Depois desse episódio, ele começa a ser perseguido por um coelho feio - e nada legal - que o incita a cometer pequenos crimes, para piorar, o coelho fala que o mundo vai acabar em 30 dias. Trilha sonora dos anos 80, viagem no tempo, fim do mundo e realidade alternativa se mesclam e o resultado é perturbador e emocionante. O ponto forte de DD é permitir ao espectador múltiplas interpretações. 


Matrix (1999) - O filme que redefiniu o modo de fazer cinema é uma grande fita de entretenimento, cenas de lutas inesquecíveis - as coreografias de luta se tornaram mais copiada que as da Lady Gaga - e de visual arrebatador. Mas o que é a Matrix? Aposto que até hoje existem pessoas que não sabem responder a essa pergunta. Bom, nem eu sei, mas o Morpheus responde: "Matrix é o mundo que acredita ser real para que não perceba a verdade". Entendeu? Questionamentos sobre o que é real e o que é imaginário, discussões filosóficas, elementos religiosos e científicos, homens como softwares, são apenas algumas questões exploradas na ficção, o que causa um grande emaranhado em qualquer mente humana, cujo anseio se restrinja apenas em ver o Neo e o Agente Smith lutando.



Brazil - O filme (1985) - Um dos melhores trabalhos de Terry Gilliam. A história se passa num futuro onde a burocracia é assustadora e o terrorismo está presente em cada esquina. Sam Lowry (Jonathan Pryce) é um funcionário público que encontra na vida real a mulher que permeia seus loucos sonhos. Mas tem um pequeno problema: ela é uma terrorista. Como quase todo filme de Gilliam, cenas bizarras e alucinantes e situações fora do real, aqui não faltam. Um joia do cinema com um final no estilo "What The Fuck?".



Cidade das Sombras (Dark City, 1998) - Assim como Brazil, este é mais uma pérola esquecida do grande público, mas que não interfere na sua originalidade. Alex Proyas - diretor de O Corvo - realizou um trabalho fantástico, sombrio, intrigante. Numa cidade onde é sempre noite, um homem é perseguido por seres estranhíssimos, altos, brancos e carecas. Nesta cidade, quando o relógio aponta meia noite, o tempo para e a estrutura urbana é alterada. Este longa interessantíssimo ainda nos permite fazer análises sobre o comportamento humano e a manipulação coletiva. Esta obra saiu recentemente em Blu-Ray, vale muito a pena tê-lo na sua estante. Imperdível. (post atualizado em 19 de novembro de 2012).



Quero ser John Malkovich (1999) - O filme é sobre Craig, um cara (John Cusack) que encontra no seu escritório, uma porta que o leva à mente de John Malkovich, representado pelo próprio ator. Craig junto com sua esposa - uma Cameron Diaz horrorosa - começam a cobrar dinheiro para levar as pessoas para dentro da mente do ator, assim elas podem ter seus "15 minutos" de fama. Uma história surreal, bizarra e bastante criativa, conduzida com perfeição pelo louco Spike Jonze.


Conhece outro filme cerebral? Então indica aí!

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