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16 de fevereiro de 2010

Monstros invadem os cinemas

Lobisomens, vampiros, zumbis não causam apenas suspiros nas meninas, também provocam sustos e gargalhadas do público. E ainda  tem aqueles que preferem arrancar vísceras e decepar cabeças!


Os "monstros" estão de volta. Definitivamente. Os vampiros já marcaram (com sangue) seu território no cinema (preciso falar?) e na TV (com a ótima True Blood e a fraca The Vampire Diaries). Mas os dentuços agora terão que dividir o "espaço" na telona com outras criaturas bem simpáticas e amigáveis: os mortos-vivos, também conhecidos como zumbis, e o lobisomem. 

Desde que ressuscitaram os vampiros, os estúdios perceberam o quanto eles podem ser lucrativos, Hollywood decidiu "despertar" outras figuras tão antigas quanto aqueles adolescentes pálidos criados por Stephenie Meyer. Sempre deixado em segundo plano em filmes como Van Helsing, Anjos da Noite e Lua Nova, o homem-lobo ganha agora um filme somente seu: O Lobisomem (The Wolfman, 2010). Chega de dividir a cena com vampiros!

No filme de Joe Johnston estrelado por Benício Del Toro, o lobisomem não tem um abdômem sarado, não arranca gritos de histeria da ala feminina. Ele provoca sustos, arranca vísceras e decepa cabeças. Ele também é selvagem, furioso, anda como um homem e corre como um animal.

A história se passa num cenário sombrio, numa mansão iluminada por muitas velas e cercada de muita névoa, elementos que apenas facilitam os sustos e aumentam o suspense. A transformação do homem em lobo é impressionante. Impossível não lembrar do clássico Thriller, clipe de Michael Jackson. O talentoso elenco que conta além de Del Toro, Anthony Hopkins, Emily Blunt e Hugo Weaving, somado com a atmosfera de filme de época (figurinos e cenários de uma Londres do século 19) e as cenas de ação sangrentas e eletrizantes, faz deste longa uma das melhores produções sobre os seres licantropos.
Del Toro, Emily e Hopkins reunidos!


Eles já estão mortos. Mas correm, muito. E correm descontroladamente se perceberem sinal de "carne humana' por perto. Possuem os olhos vermelhos e geralmente tem a boca suja de sangue. Outra coisa: levar um tiro na cabeça é a única coisa capaz de detê-los. Adivinharam? Danny Boyle revitalizou o gênero "filmes-de zumbis" no ano de 2002 com o excelente Extermínio (28 Days Later). Desde lá, frequentemente filmes com estas figuras anti-sociais e enraivecidos têm chegado às salas escuras. 

Mas foi no ano passado que o gênero ganhou uma (outra) inovada e nos apresentou a um zombie movie diferente, uma comédia empolgante e divertida, na qual a maior diversão dos personagens - e porque não a dos telespectadores também - é matar os zumbis de maneiras muito inusitadas. Bem vindo à Zumbilândia (Zombieland, 2009). A comédia de terror se tornou sucesso de crítica e público.

Sem querer contar muito da trama, Tom (Jesse Eisenberg, engraçadíssimo)é um jovem que devido às certas circunstâncias (quase toda a população da Terra transformaram-se em mortos-vivos) se tornou um especialista em matar zumbis. Ele criou dicas valiosas para não levar nenhuma mordida dessas criaturas como: "Tenha cuidado com os banheiros", "Acerte golpe duplo na cabeça", "Sempre olhe no banco de trás do carro". Se eu fosse você memorizava algumas delas, nunca se sabe né! Mas o garoto não é o único ser humano livre da epidemia. Ele ainda se depara com um valentão caçador de zumbis (Woody Harrelson) e mais duas garotas espertas e trapaceiras. O grupo segue para um parque de diversões no qual vão brincar daquilo que mais gostam: matar zumbis. Como diz no cartaz do filme, Zumbilândia é mesmo uma comédia de matar.

Regra nº4: "Não seja um herói".

Vampiros, zumbis, lobisomens sempre estiveram no imaginário coletivo e somente o cinema poderia dar vida a essas criaturas malignas que todos adoram vê-los na telona. Graças á sétima arte, reinvenções ocorreram e fomos apresentados á vampiros vegetarianos jovens e charmosos, zumbis velozes (esqueça os zumbis lentos e com as mãos estiradas para frente como nos filmes de George Romero) e lobisomens com corpinho sarado e sem um pelo sequer. É, eles voltaram definitivamente e estão diferentes. Eles já não assustam tanto como antigamente, eles também nos fazem rir e até causam suspiros nas adolescentes. Quem diria, mas são mudanças aceitáveis e que só facilitam para eternizar tais criaturas na mente coletiva, seja lá como eles se apresentem. O público agradece.

Ficou com vontade de ver essas figuras na telinha? Indicarei alguns dos melhores filmes (recentes) de zumbis e de lobisomens. Confesso que o único filme de lobos que vi, sem vampiros na história, foi o engraçado Um Lobisomem Americano em Paris, mas não custa nada colocar na lista algumas produções bastante cultuadas pela crítica.


Filmes de zumbis que você precisa ver antes de morrer. 
Ou tornar-se um deles!


Extermínio (28 Days Later, 2002) de Danny Boyle.


Madrugada dos Mortos (Dawn of the dead, 2004) de Zack Snyder.

Todo Mundo Quase Morto (Shaun of the Dead, 2004) ótima comédia de Edgar Wright.

[REC] ( Espanha, 2007) de Jaume Balagueró e Paco Plaza.



Filmes de lobisomens



Grito de Horror (The Howling, 1981) de Joe Dante.

Um Lobisomem Americano em Londres (An American Werewolf in London, 1981) de John Landis, o mesmo diretor do clipe Thriller.

Um Lobisomem Americano em Paris ( An American Werewolf in Paris, 1997) de Anthony Waller. Uma paródia do filme de Landis.

Anjos da Noite: Evolução ( Underworld: Evolution, 2006) de Len Wiseman.

10 de fevereiro de 2010

A briga pelo Oscar 2010 em um ano sem novidades


Curiosamente, este ano os dois filmes com maior número de indicações (nove cada um) são longas que possuem disparidades gigantescas. Um deles é sucesso absoluto, já bateu todos os recordes possíveis, inclusive de filme mais visto nos EUA e o de maior bilheteria da história (por enquanto está na casa dos impressionantes 2,2 bilhões no mundo) ultrapassando o antes inalcançável, Titanic. Ou seja, todos estão vendo Avatar de James Cameron. Já o seu concorrente pelas estatuetas douradas, é um filme que praticamente ninguém viu. Pelo menos ainda. É o drama Guerra ao Terror, de Kathryn Bigelow (que acredite, já foi esposa de Cameron) já lançado em DVD aqui no Brasil e lá fora, faturou míseros 16 milhões nas bilheterias, mas por causa das indicações ao Oscar está ganhando uma segunda chance, voltando às salas de cinema.

Avatar pode até (e merece) levar os prêmios técnicos da premiação, mas não o prêmio de "melhor filme" . E digo que o drama denso de guerra também não é bom o suficiente para levar o maior prêmio da noite. Para quem desconhece esse filme, Guerra ao Terror (The Hurt Locker) acompanha o dia a dia de homens que estão no Iraque desempenhando a perigosa e imprevisível função de desarmar bombas. Cenas tensas permeiam todo o filme, é de roer as unhas. Destaque para a complicada relação entres os três personagens principais que precisam conviver com a personalidade forte do protagonista, o impulsivo William James (Jeremy Renner, indicado ao Oscar de melhor ator, ele arrasa realmente), o especialista em desarmar bombas que adora "bancar o Rambo", deixando seus amigos nervosos e com a maior vontade de socar a cara dele. Sim, é um ótimo filme, mas não é filme de Oscar.

Jeremy Renner, interpretação inspirada.

Confesso que o ano está fraquíssimo em relação aos longas indicados. Não tem nenhum em que eu esteja torcendo fervorosamente e nenhuma produção me fez pensar após sair da sala de cinema: "Meu Deus, que maravilha, esse filme tem que levar todos os prêmios". Isso aconteceu ano passado, com o maravilhoso Quem Quer ser um Milionário?. Mas tenho o meu preferido de 2010: Amor Sem Escalas. Sei que dificilmente esse belo longa protagonizado por George Clooney irá levar alguma coisa, mas esse realmente merece ser premiado como Melhor Filme. 

A história sobre um homem solitário que viaja para todos os lugares demitindo pessoas, agradou os críticos e o público. Tem uma direção segura de Jason Reitman, ótimas interpretações de todo o elenco. É um drama leve e inteligente, e ainda apresenta uma abordagem de temas tão oportunos e atuais que incitam o espectador a refletir sobre suas ações. A produção tem todos os requisitos para levar a maior estatueta da noite do dia 7 de março, mas sinceramente penso que não vamos ouvir aquela famosa frase: E o Oscar vai para...Amor Sem Escalas.
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