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26 de março de 2013

Danny Boyle - Uma boa história é o que importa



Na próxima semana tem filme novo do Danny Boyle estreando nos cinemas, Em Transe (sua estreia foi adiada para o mês de maio, infelizmente) e pelo trailer insano -  assista aqui -  parece que o cineasta retornou aos filmes de ação violentos e psicológicos, estilo que o tornou famoso no início dos anos 90 com Cova Rasa e Trainspotting. Para celebrar a  volta de um dos diretores mais inventivos e baratos da atualidade - seus filmes são geralmente de baixo orçamento e quase sempre acabam se tornando grandes bilheterias - selecionei os melhores trabalhos do britânico, que também são meus favoritos, longas indispensáveis para qualquer um que aprecie esta maravilha da sétima arte. Nos comentários abaixo você também vai conhecer as principais características do cineasta.


1- Quem Quer Ser um Milionário? (Slumdog Millionaire, 2008)Este foi o filme pelo qual mais torci no Oscar daquele ano, torci como um louco para que  este longa vencesse o maior número de estatuetas possíveis. Esta linda e problemática história de amor entre Jamal e Latika cativou o mundo, o público e a crítica de forma inesperada. Com canções indianas e hits mais contemporâneos como a ótima Paper Planes da M.I.A, uma edição frenética caprichadíssima e personagens simpáticos, este romance abocanhou nada mais nada menos que OITO Oscars, incluindo Melhor Filme e Melhor Diretor. Merecidíssimo.  Nada mal para um filme rodado em Mumbai, sem atores conhecidos e hits indianos. Este é Danny nos surpreendendo.


2- Extermínio (28 Days Later, 2002) – Se os zumbis hoje em dia então em alta na cultura pop saiba que o cineasta britânico tem sua parcela de responsabilidade nisso. Com Extermínio, ele revitalizou o gênero que parecia estar limitado aos anos 80. Cillian Murphy acorda em um hospital vazio, ele não se lembra de nada, então ele sai e encontra a cidade, Londres, suja e abandonada. Parece sim o piloto de The Walking Dead, mas é também o início deste suspense sanguinolento e psicológico com zumbis de olhos vermelhos e que correm bastante. Extermínio prova mais uma vez o quão o diretor preza uma boa história, ele faz questão de que uma trama original e impressionante seja o principal elemento de suas obras, uma qualidade inquestionável de Boyle que admiro muito. A sequência desse filme, apesar de ser muito boa, não foi dirigida por Danny, ele apenas produziu.


3- Cova Rasa (Shalow Grave, 1994) Com muita criatividade e pouco dinheiro no bolso Boyle realizou este que é o seu primeiro filme, um suspense inteligente e que parece nunca envelhecer. Protagonizado por um Ewan McGregor cabeludo, Christopher Eccleston (antes de ser o Doctor Who) e Kerry Fox (Who?), Cova Rasa é sobre esses três amigos que estão à procura de alguém para dividir o apartamento.  A relação de amizade entre eles muda radicalmente após um inesperado e trágico acontecimento. Violento, seco, com diálogos afiados e engraçados, uma edição inquieta e muita música eletrônica faz deste cult um dos filmes mais divertidos dos anos 90 e um dos melhores do cineasta. Destaque para o final surpreendente. Este é uma daquelas produções que merecia - e  ainda merece  -  mais atenção do público e da mídia.


4- Trainspotting – Sem Limites (1996) - Uma viagem alucinante ao mundo áspero e perturbador das drogas. Este thriller impactante revelou ao mundo o ator Ewan McGregor e o próprio Boyle. A história é sobre um grupo de viciados em heroína que precisam roubar para  manter o vício. Trainspotting tem cenas antológicas, como a entrada do protagonista numa privada imunda e as cenas  surreais com um bebê nem um pouco agradável.  Assim como em Cova Rasa, aqui há também cenas fortes, diálogos rápidos, a câmera nervosa,  e claro, aquela trilha sonora poderosa marcada por hits eletrônicos. A intensa Born Slippy, do grupo Underworld, virou hit na época. Ouve aqui! Danny Boyle revelou recentemente que o filme terá uma sequência em 2016, uma notícia maravilhosa para os fãs hein!


127 Horas e Sunshine – Alerta Solar também são outros bons filmes de Danny Boyle e merecem também a sua atenção, mas passem longe de A Praia, o tropeço da carreira do diretor. Quanto à comédia Por Uma Vida Menos Ordinária e o fofo (e religioso) Caiu do Céu, não representam o melhor de sua filmografia, mas divertem.




17 de março de 2013

5 Filmes Para se Deprimir



Alguns filmes são carregados demais, tristes, impactantes e seus criadores não fazem nenhuma questão de um final feliz. Tais filmes têm um sentido para serem assim, alguns têm o papel de retratar o ser humano de forma verdadeira, explorando ao máximo suas falhas, outras obras exploram a vida como ela é, dura, sofrida, sem maquiagem. Em resumo, são produções que têm o grande poder de nos incomodar, nos incitam a refletir sobre a nossa existência,  comportamento e atitudes. Agora, vamos à lista.


Dançando no Escuro (Dancer in the Dark, 2000) – O diretor dinamarquês Lars Von Trier é sádico, quem conhece suas obras sabe disso, mas em Dançando no Escuro ele se supera. O cineasta castiga, e como castiga, sem piedade alguma a sua protagonista Selma. Protagonizada pela cantora Bjork, Selma é uma imigrante checa que reside nos EUA, ela trabalha dia e noite, mesmo com a visão um pouco debilitada para tentar pagar uma operação para o seu filho. Fascinada por musicais, Selma cria em sua cabeça um mundo onde ela canta, dança e sapateia, uma maneira de ela fugir de sua realidade cruel e tão injusta. Como se já não bastasse a sofrida vida que a personagem tem, o diretor utiliza-se de câmera na mão e cores pálidas para tornar tudo mais aflitivo e carregado, a “pancada” nos minutos derradeiros do filme, emociona e incomoda.


Amor (Amour, 2012) - O filme que ganhou o Oscar de Melhor Filme Estrangeiro este ano é um das obras mais tristes que vi recentemente. Uns dizem que é sobre o amor, outros falam que o drama de Michael Haneke é sobre o fim da vida. Eu digo que é sobre os dois. Bom, se você não viu, o enredo é este: a rotina de um casal de idosos muda quando Anne, vivida por Emmanuelle Riva, sofre um derrame e fica com metade do corpo paralisado. A condição de Anne vai ficando pior a cada dia, enquanto seu marido faz de tudo para amenizar a dor e o sofrimento dele e de sua esposa. No fim, o amor pela sua esposa fala mais alto e resulta em um dos finais mais perturbadores do cinema. Amor é frio e forte demais, é um daqueles filmes que fará você refletir bastante sobre a sua vida e o fim dela. Após ver Amor, temo cada vez mais a terceira idade.


Não me Abandone Jamais (Never Let me Go, 2010) - O título por si só já me deprime. Protagonizado por um trio de jovens atores talentosos, Kiera Knightley, Carey Mulligan e Andrew Garfield, o longa mistura drama e romance com toques de ficção científica. Num futuro não identificado, os três amigos possuem uma única razão na vida: doar seus órgãos. Eles são clones, não tem muita expectativa de vida. Mark Romanek desvia de questões éticas e foca no triângulo amoroso dos personagens. As atuações são arrebatadoras, a trilha sonora serena e a fotografia em tom pastel apenas potencializam a melancolia que permeia por todo o filme. Prepare o lenço, Não me Abandone Jamais é profundo, impactante e nos deixa paralisado, imerso em nossos próprios pensamentos e reflexões acerca da vida. 


As Virgens Suicidas (The Virgin Suicides, 1999) – Elas são lindas, jovens, loiras, provocantes e suicidas. Em seu primeiro filme, Sofia Coppola conta uma história trágica com delicadeza e introspecção. Ambientado nos anos 70, cinco irmãs chamam a atenção dos meninos do bairro pela beleza. Na maioria das vezes elas são vistas de longe pelos garotos, pois as irmãs mal podem sair de casa, vítimas dos pais super opressores, vividos por James Woods e Kathleen Turner. O sistema repressor cada vez mais intenso dos pais, que impedem as filhas de levarem uma vida normal, faz com que as irmãs planejem um meio radical de conseguir a liberdade: o suicídio. As Virgens Suicidas é um título forte, mas a cineasta conduz tudo com muita sensibilidade, mesmo assim, não nos priva da tristeza e do impacto quando as virgens perpetram o esperado ato.


Casa de Areia e Névoa (House of Sand and Fog, 2003) – A disputa por uma casa toma proporções épicas e trágicas neste excelente drama protagonizado pela linda Jennifer Connelly. Kathy (Connelly) é uma mulher em depressão após a morte do marido, completamente afogada em bebidas e na dor, perde a casa por impostos que ela deveria ter pago. Ela então vai morar em seu carro. Quando tem a chance de reaver a casa, ela já está sendo ocupada por uma família iraniana. Ben Kingsley interpreta Massoud, aquele que vai fazer de tudo para permanecer na casa, enquanto Kathy lutará para recuperá-la. Nessa guerra, todos são vilões e mocinhos, aqui todos têm suas razões. É impossível torcer apenas para um dos lados. Interpretações marcantes e um roteiro imprevisível e surpreendente, Casa de Areia e Névoa nos mostra até onde o ser humano pode ir para conseguir o que quer.


Outros filmes "deprimentes" e dramaticamente pesados merecem menção honrosa: O Menino do Pijama Listrado, Melancolia, Namorados para Sempre, 21 gramas, Biutiful.

9 de março de 2013

A Escolha Perfeita




A Escolha Perfeita (The Pitch Perfect, 2012) é uma celebração pop descarada e deliciosa. O filme não tem um roteiro original, tudo é muito previsível e parece um episódio estendido de Glee, mas a produção ganha força nas peculiaridades de cada personagem e nas ótimas versões acapella de hits como Don´t Stop the Music (Rihanna), Since U Been Gone (Kelly  Clarkson), The Sign (Ace of Base), Titanium (David Guetta)  e muitas outras. Em resumo, é um filme para quem gosta de música (pop), remixes, mash-ups e tudo que envolve este universo.

Anna Kendrick, da saga Cre... , quer dizer, de bons filmes como Amor sem Escalas e 50%, vive a protagonista Beca, uma aspirante a produtora musical (me identifiquei muito com ela, seus mash-ups são sensacionais), porém, um pouco deslocada e sem muitos amigos.  Sua rotina muda quando ela inventa de cantar no banheiro e seu talento é descoberto. Ela vai parar no coral Bellas de Barden e junto com as outras meninas entram numa competição de corais no melhor estilo Glee.

Rebel Wilson, grande destaque cômico do filme.

A diversidade no coral feminino é a maior atração do filme, tem a ninfomaníaca, uma lésbica assanhada, a chata líder do coral (Anna Camp, que interpretou outra bitch em True Blood), e a super espontânea, sem vergonha e hilária Fat Amy (Rebel Wilson, de Missão Madrinha de Casamento). 

Kendrick tem carisma demais - canta bem hein! - e segura bem o filme como protagonista, mas é Fat Amy a grande surpresa de A Escolha Perfeita. Seus comentários bem humorados e críticos, a cômica cena da dança da sereia e do recrutamento,  enfim,  quando ela está em cena é hora de dar risadas. Por mim, a personagem ganharia um filme só seu, a boa notícia é que na sequência do filme, há rumores sobre isso, Fat Amy  deve ofuscar mais ainda todo o elenco. Antes do filme estrear, Rebel Wilson vai apresentar o MTV Movie Awards no dia 14 de abril. Ninguém vai perder né? 

Hora de cantar!

A Escolha Perfeita pode parecer bobo e ter uma história rasa, mas é entretenimento puro e descompromissado. A produção não celebra a cultura pop apenas no mundo musical, o cinema oitentista também ganha uma singela homenagem. O clássico Clube dos Cinco tem uma contribuição muito importante no enredo do musical. O longa de John Hughes também foi citado na comédia A Mentira, estrelado por Emma Stone, e eu acho essas referências e a exposição de antigos filmes em produções recentes muito positiva, incentiva os jovens de hoje a buscar e conhecer o cinema teen dos anos 80 e aprimorar o seu conhecimento sobre a sétima arte.


Fat Amy ensina uma nova dança para você, clica aqui e aprenda!




5 de março de 2013

Black Mirror - Uma série impactante


Série explora o nosso vício desmedido pelas novas tecnologias e 
as suas consequências



Black Mirror é chocante, ácida, agressiva, um "soco no estômago". A série britânica estreou na TV no final de 2011, e sim, demorei muito tempo para encontrar essa pérola televisiva.  A segunda temporada só estreou no mês passado, lá na Inglaterra, mas não vi ainda, então vou me ater à primeira.

Black Mirror é uma série do canal Channel 4 e contém três episódios por temporada, cada episódio apresenta uma história diferente e novos personagens. Apesar de ter histórias independentes, os episódios tratam de uma mesma temática, a grande influência das novas tecnologias e das redes sociais no nosso dia a dia.

Todos adoram ver a desgraça alheia.

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