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23 de outubro de 2016

Black Mirror – O futuro é hoje e ele é perturbador



Uma moça vai num estabelecimento e pede um café e biscoitos. Ela nem está com fome, o pedido feito serve mais para postar a foto do “lanche” na sua rede social e conseguir alguns “likes”, a atenção de seus “seguidores”. Ah, e aquele momento entre a postagem e a primeira “curtida” hein, é angustiante, não é mesmo? Quem nunca fez isso? Eu já fiz. Me arrependo? Não. Me considero frívolo, por isso? Não. Apenas há momentos.

A descrição do fato acima faz parte do nosso cotidiano, mas eu me refiro a uma das cenas do primeiro episódio da nova temporada de Black Mirror (2011 - ?). O que leva à questão: Fiquei assustado ao me identificar com uma situação vista em uma série? Sim, com certeza, e devemos. Motivar esse tipo de reflexão é justamente o grande trunfo dessa série inglesa, que estreou a terceira temporada nesta semana, na Netflix.

O homem e a sua dependência crescente da tecnologia sempre foi o cerne de Black Mirror, seriado que estreou em 2011, e do qual eu já tinha feito um post anos atrás, clique aqui. Os novos seis episódios de Black Mirror tratam do mesmo tema, e continuam sombrios, cínicos, incômodos e trágicos, e o pior, as histórias apresentam um universo muito próximo da nossa realidade e isso é assustador.

9 de outubro de 2016

O Lar das Crianças Peculiares


No início da nova obra de Tim Burton, O Lar das Crianças Peculiares (Miss Peregrines home for peculiar children, 2016), há uma cena em que o protagonista percorre pelas ruas escuras de um subúrbio, que logo nos remete ao cenário de Edward, Mãos de Tesoura, representando um bom indício do que vem a seguir, correto? Não. Infelizmente, o filme é menos burtoniano do que se esperava, é mais uma aventura infantil/juvenil de super-herói previsível, cujo roteiro segue à risca a cartilha de filmes do gênero.

Tim Burton parecia o sujeito perfeito para transpor o material literário de Ransom Riggs para o cinema, a história de tom macabro sobre crianças marginalizadas com poderes extraordinários, parece mesmo uma obra com a qual ele se envolveria, mas O lar das crianças peculiares não tem a bizarrice típica do cineasta,  é divertida e infantil – isso fica claro na sequência de luta entre esqueletos e os monstros Etéreos –, Burton dá o seu “toque” apenas em momentos pontuais.


2 de outubro de 2016

Destino Especial


Apontado por mim, nesse post, como um dos filmes de ficção científica mais promissores do ano, Destino Especial (Midnight Special, 2016) superou as minhas expectativas, e melhor ainda, a obra scifi mostra a faceta spielberguiana de Jeff Nichols, cineasta de marca autoral e responsável pelo desconcertante O Abrigo.

Michael Shannon (sempre ótimo em cena) encabeça o elenco e interpreta Roy, pai de um garoto com poderes extraordinários e que tenta, a todo custo e com um amor e dedicação incondicional, proteger o seu filho. Com uma força sobrenatural capaz de derrubar satélites da atmosfera da Terra, Altom (Jaeden Lieberher) é visto pelo governo americano como uma arma, já para um grupo de religiosos, ele é um salvador. Para fugir de toda essa gente, Roy, com a ajuda do amigo Lucas (Joel Edgerton), parte numa jornada repleta de desafios e descobertas.

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