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28 de maio de 2016

Love e o cinema sem vergonha






Com o sucesso do post Shame e o cinema sem vergonha, que traz filmes que abordam o sexo de forma escancarada e natural, listei outras obras que celebram/problematizam o que há de melhor na vida, mesmo que muitos, em pleno século 21, teimam em discordar, ao menos de forma pública. 



Love (2015) – O filme de Gaspar Noé que causou polêmica no ano passado pelas cenas tridimensionais de sexo (super) explícito - realmente acho estranho a sociedade se chocar com cenas de sexo, sendo que é algo que “supostamente” faz parte da nossa rotina. A história é sobre a relação conturbada entre o americano Murphy (Karl Glusman) e a francesa Electra (Aomi Muyock), que entre brigas e juras de amor, fazem muito, mas muito sexo – a primeira cena é impressionante. O mais interessante de Love, é que o sexo é apresentado por inúmeras perspectivas (há o sexo mais amável, o selvagem, a dois, a três, em todas as posições e em ambientes diversos), no entanto, devido à longa duração do filme, chega um momento em que não aguentamos mais, nem as cenas picantes, nem as lamentações do protagonista. 



Ninfomaníaca Vol. 1 (2013)  Essa obra sexual de Lars Von Trier é bem menos subversiva e chocante do que aparenta ser – tendo como parâmetro, é claro, o perturbador Anticristo, do mesmo diretor. O Vol. 1 pode ser considerado como um romance, com mais cenas de sexo do que os filmes convencionais, é verdade, pois a protagonista Joe acredita que o amor é um empecilho para as relações sexuais. Nessa primeira parte, é narrada a jornada triste e constrangedora da protagonista, seus casos sexuais e a busca contínua pela satisfação sexual. As figuras aludidas ao sexo, as cenas despudoradas - não vulgares - de sexo e o elenco bem à vontade, composto por Shia LaBeouf, Charlotte Gainsbourg e Uma Thurman, são os acertos da obra.



Ninfomaníaca Vol. 2 (2014) – Bem inferior ao primeiro capítulo, esse volume destoa muito da primeira parte, tem menos sexo e mais sadomasoquismo. Joe, a protagonista, agora luta contra a degradação física e psicológica e a sociedade, que a julga simplesmente como uma viciada e banaliza a sua condição. Repleto de cenas desconfortáveis – principalmente aquelas em que Jamie Bell surge como uma opção de curar a “doença” de Joe com o “tratamento de nós” – o Vol. 2 pode ser irregular, mas junto com o Vol. 1, constrói uma obra ousada, indiscutivelmente, cujo mérito é provocar a reflexão sobre o sexo, o nosso corpo e a perspectiva da sociedade sobre essa questão. Boatos que há uma versão sem cortes muito mais provocante e picante do que a versão que foi exibida nos cinemas...ui!

22 de maio de 2016

X-Men: Apocalipse




“Ao menos concordamos que o terceiro filme é bem pior”. Quando Jean Grey dispara essa frase eu já suspeitava, a essa altura, que X-Men: Apocalipse (X-Men: Apocalypse, 2016) não seria melhor que o sofrível X-Men: O confronto final. Enganei-me um pouco, essa nova aventura é levemente superior à parte 3 da primeira trilogia, é divertida e tem cenas empolgantes, ainda assim, decepcionante, vazia e confirma a teoria de Jean. 

X-Men: Apocalipse inicia bem, de forma pomposa, no Egito antigo, nos apresentando o vilão Apocalipse (interpretado por Oscar Isaac, debaixo de quilos de maquiagem azul) no ritual de troca de corpo, que é interrompido por um grupo de revoltosos. A sequência é espetacular,  mas de nada adianta agradar os olhos, se não toca o coração, e é justamente essa falta de conexão com os personagens o maior defeito do filme. O roteiro não tem aprofundamento emocional,  não há elementos dramáticos, embora haja uma tentativa de cativar o público na subtrama de Erik/Magneto (Michael Fassbender), essa história, pela rapidez e a falta de densidade com a qual é contada, não nos envolve emocionalmente. Um desperdício, pois Magneto é de longe o personagem mais interessante da saga.

15 de maio de 2016

Hush – A morte ouve




O silêncio pode ser assassino, para a protagonista do suspense Hush – A morte ouve (Hush, 2016), para o espectador, o silêncio que permeia praticamente todo o filme representa uma agonia, uma tortura psicológica. Lançado exclusivamente pela Netflix – já disponível nessa plataforma –, Hush – A morte ouve pode ser considerado um dos melhores filmes de suspense do ano, ao lado de A Bruxa e Boa Noite Mamãe.


Com direção competente de Mike Flanagan (O Espelho), a trama de Hush é bem simplória, cabe em duas linhas: uma escritora surda e muda mora sozinha em uma casa afastada da civilização, sua rotina pacata se transforma em um “filme de terror” quando um mascarado serial killer (John Gallagher Jr.) surge na sua porta.  Apesar da premissa “mascarados invadem casa” ser bem batida – lembra de Os Estranhos? –, essa pequena obra tem seus diferenciais.

1 de maio de 2016

Capitão América: Guerra Civil




Depois do imperfeito e exagerado Vingadores: Era de Ultron, o novo filme dos heróis da Marvel, Capitão América: Guerra Civil (Captain America: Civil War, 2016) estreia com a responsabilidade de manter a qualidade do seu antecessor, Soldado Invernal, e ser melhor que Era de Ultron. Bem, missão cumprida com sucesso. Guerra Civil é sem dúvida um dos melhores do estúdio -  não é o melhor de todos, ainda prefiro Os Vingadores – o mais ousado e, também, o mais sério. E como a comparação com o Batman Vs Superman é inevitável, confesso que mesmo sendo team superman desde sempre,  Guerra Civil é bem mais coeso que o filme da DC, o desenvolvimento equilibrado dos personagens e a narrativa fluida – sem deixar o espectador perdido – são outros fatores que superam o filme de Zack Snyder.


Sem me ater muito à trama, apenas para contextualizar, os eventos de Guerra Civil iniciam após os acontecimentos catastróficos de Era de Ultron. A morte de civis em Sokovia e a batalha em Nova York fazem com que a ONU crie um tratado para supervisionar as ações dos super-heróis. Tony Stark/Homem de Ferro (Robert Downey Jr.) aceita o acordo, mas Steve Rogers/Capitão América (Chris Evans) não aceita ser controlado pelo governo.  Um atentado envolvendo o soldado invernal Bucky, amigo de Rogers, é o estopim para a separação dos vingadores em dois grupos: aqueles a favor do tratado, e os contra o tratado. 

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