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26 de março de 2010

O Livro de Eli



Já perceberam que Hollywood adoram destruir o planeta? Com certeza sim. E como tem outros tantos filmes retratando a "vida" num mundo pós - apocalíptico? Bom, a lista é longa: Independence Day, Mad Max, Eu Sou a Lenda, Wall-E, A Estrada e outros tantos. Pois é, a idéia de como o mundo vai acabar ou em como seria a vida após uma tragédia global é algo que fascina, e muito os responsáveis pelos "espetáculos" que vemos na salas escuras do cinema. O Livro de Eli, estrelado por Denzel Washington, é mais uma produção que mostra a humanidade - ou o que resta dela - num mundo devastado por uma catástrofe - algo não explícito nesse filme.

Em O Livro de Eli (The Book of Eli, 2010), dirigido pelos irmãos Hughes ( responsáveis pelo ótimo Do Inferno), o mundo é acinzentado, feio, seco, a grande maioria das pessoas são analfabetas, sujas, não conhecem várias tecnologias existentes hoje, como o Ipod. Ou seja, a civilização regrediu centenas de anos. Voltou aos tempos onde quem tem a informação tem poder.


Carnegie, vivido pelo ótimo Gary Oldman, é a única esperança de uma pequena cidade, no qual é o prefeito. Não porque houve uma eleição, mas porque ele tinha informações essenciais para a sobrevivência da raça humana. Apenas ele sabia o lugar onde existia água, algo precioso naquelas circunstâncias. Mas para ele dominar o lugar e por seqüência o mundo , ele está obcecado em encontrar um livro. Não é um livro qualquer, é a Bíblia. Ele acredita que os escritos da Bíblia tem poder suficiente para seus desejos ambiciosos, como ter a humanidade a seus pés. Mas esse livro sagrado é raro. Mas como já diz o título do filme, Eli possui o livro. E o xerife fará de tudo para pegá-lo.


Eli em uma das melhores cenas do filme.

Parece um pouco simples a trama, mas não se engane. Não é mais um filme de "gato e rato". O longa induz ao espectador a se fazer várias perguntas e tem conteúdo suficiente para criar discussões em grupo por várias horas. Outro ponto alto, são as cenas de luta impressionantes, e muito bem coreografadas, Eli deixa o Neo de Matrix no chão. O final surpreendente e anti-holywoodiano são outros bons motivos que diferencia este filme daqueles outros citados lá no início, e o torna único e obrigatório para qualquer pessoa, independente da religião.

22 de março de 2010

A Era do Rádio de Woody Allen



A "Era do Rádio" é puramente nostalgia. O longa dirigido por Woody Allen no final dos anos 80 é um grande "álbum de recordações" para aquelas pessoas que viveram nos anos 40, onde o rádio tinha um papel fundamental na vida das pessoas. O filme narra a história de uma família numerosa, no qual todos eles possuem um programa de rádio favorito. E por isso, o aparelho ficava ligado durante todo o dia.

Tinham programas para todos os gostos: para os românticos, os amantes do esporte, o programa do ventríloquo , um outro no qual se discutia problemas familiares e o "Café da Manhã com Irene e Roger". Como diz o narrador - que é o próprio Allen - a dona de casa está na cozinha lavando louça enquanto escuta as celebridades tomando um "café da manhã" sofisticado, num hotel elegante. O narrador diz: ' Eram dois mundos: os que estavam na rádio, e os que escutavam o rádio".

O rádio tinha um impacto muito grande na vida das famílias daquele tempo - fique atento á cena daquela famosa transmissão de invasão marciana contada pelo Orson Welles . Os hábitos e a cultura daquela sociedade estavam diretamente ligados ao aparelho , ou melhor, ao que ele transmitia. Como é mostrado no filme, as famílias da época tinham o costume de se reunirem na sala. Ligavam o rádio e ficavam ouvindo-o - alguns dançavam jazz - enquanto conversavam sobre coisas inúteis, como por exemplo, a vida dos vizinhos.
Vale destacar que o papel do rádio nos anos 40, tinha a mesma função que a televisão apresenta atualmente. O papel de fazer o ouvinte sonhar em ser um artista, uma celebridade, de frequentar restaurantes badalados e charmosos repleto de artistas do cinema e do rádio.


O filme Era do Rádio (Radio Days) é um filme enriquecedor, repleto de histórias muito engraçadas. Explora com fidelidade os bastidores do rádio daquela época, o seu funcionamento, como eram realizados os jingles, sem esquecer de citar a orquestra, que tinha uma função muito importante para os programas ao vivo. É impressionante pensar que milhares de pessoas adoravam participar no auditório dos programas de rádio, mesmo eles sabendo que não seriam vistos - imagina o impacto que causou na sociedade a chegada da televisão.

Como já disse no início, é um filme nostálgico, nossos avôs e avós com certeza devem adorar o filme. Mas para nós jovens, o longa funciona para refletir sobre as mudanças profundas ocorridas na sociedade, principalmente em relação ao âmbito familiar. Vendo o filme, é inevitável perceber o quanto estamos diferentes e que reunir a família num mesmo lugar - nem que seja para falar mal da vida alheia - é mais difícil do que se pensa.

7 de março de 2010

Megan Fox é um belo demônio!


Ah se todos os demônios tivessem a beleza e a sensualidade de Megan Fox, o inferno seria um lugar bastante requisitado! Deixando o humor negro de lado, Fox interpreta Jennifer, ela é uma diabinha linda, sexy e carnívora no filme teen de terror Garota Infernal (Jennifer´s Body, 2009).

Jennifer e sua melhor amiga Needy (Amanda Seyfried de Mamma Mia!) vão a um showzinho de uma banda de rock emo no barzinho da cidade. Lá, a garota fica hipnotizada pelo vocalista da banda, vivido por Adam Brody (o Seth do seriado The O.C. mostrando seu lado “vilão”). O bar começa a pegar fogo, todos começam a sair desesperados do lugar enquanto Jennifer não consegue nem piscar os olhos. 

Needy salva sua amiga e a leva para fora. O vocalista convida a morena para um passeio, contrariando a sua amiga ela entra na van e desaparece com os garotos da banda. Horas depois, Jenny aparece na casa de sua amiga coberta de sangue e com uma fome feroz. Pois é, Jennifer está mudada. E ocorreu algumas mudanças também com o seu cardápio. Seu prato favorito agora são os...garotos. Essa nova dieta faz muito bem ao seu humor, ao seu corpo, ao seu cabelo e a deixa mais bela e sexy que nunca.



Garota Infernal é bom, tem cenas picantes entre as amigas (sim, é isso mesmo que você está pensando), não assusta ninguém e é previsivel até a medula. Mas três coisas o difere de outras produções do gênero: O roteiro. Os diálogos inteligentes, recheado de humor negro e referências ao mundo pop, criado por Diablo Cody, aquela que ganhou Oscar de Melhor Roteiro Original por Juno. Segundo, a trilha sonora bem moderna e atual, com hits de Little Boots, Panic at the Disco entre outros. E por fim, a própria Megan Fox. É o filme inteiro ela fazendo caras e bocas e insinuações bem diabólicas! Vai dizer que quando você foi assistir ao primeiro Transformers, saiu do cinema falando das batalhas espetaculares dos robôs!? Aposto que muita gente - principalmente a ala masculina - saiu falando ou pensando “Uau, quem é aquela morena? Você viu?”.


Falando em mulheres que esbanjam sensualidade na telona – e também fora dela - resolvi selecionar outras mulheres que já tiveram performances bem sensuais no cinema. Cardíacos se contenham, abaixo segue o top 5:

1 - Megan Fox - Transformers 1 e 2, Garota Infernal. - A morena rouba a cena de qualquer um. Até dos Megatrons!

2 - Scarlett Johansson - Match Point. Neste filmaço de Woody Allen, Scarlett e seu (charmoso) companheiro de cena Jonathan Rhys Meyers formam o casal mais “quente” do cinema.

3 - Jenniffer Lopez - Irresistivel Paixão. Lopez interpreta uma policial apaixonada por um ex detento, personagem de George Clooney. Ambos sentem uma atração tão forte que até o telespectador sente a tensão.

4 - Angelina Jolie - Sr. e Sra Smith. Ok, Jolie é sexy até limpando os dejetos de seus filhos, mas esse filme é todo seu, é como se ela fizesse uma propaganda dela mesma, haha.

5 - Jessica Alba - Sin City. Num filme com tanta violência, ver o personagem de Jessica, uma stripper, fazendo seu trabalho, é muito prazeroso e não é loucura pensarmos que ela deve estar na carreira errada.

3 de março de 2010

A Criada - Uma pequena pérola chilena




O Chile está em todos os noticiários. É uma pena que o motivo dessa notoriedade seja por fatos tão infelizes - refiro-me ao terremoto que atingiu o país - mas esse post é sobre algo bom e que pouquíssimas pessoas devem conhecer: o cinema chileno. 

Sim, eles têm sua própria indústria cinematográfica e acreditem, são filmes de qualidade, alguns até melhores que muitos filmes brasileiros. Como por exemplo, o premiado  A Criada (La Nana) - indicado ao Globo de Ouro este ano por Melhor Filme Estrangeiroe vencedor do Prêmio do Júri no Festival de Sundance. É sobre esse drama, feito de modo tão modesto, mas que conquistou tantos frutos nas principais premiações, que vou escrever.

Ao olhar para o cartaz da película e relacionarmos o título La Nana (em português, Nana significa empregada, aquela que trabalha o dia inteiro e dorme na casa do patrão), com a "cara feia" da protagonista na imagem, é inevitável não tirarmos conclusões precipitadas, como "ah, deve ser um filme no qual a empregada faz coisas malvadas com a família". Está errado quem pensar assim. 

O diretor Sebastián Silva sabia que um roteiro desse tipo poderia cair em várias armadilhas, mas ele foi inteligente e se livrou do "óbvio", resultando em um filme original, inquieto, imprevisível, nada de tragédia e o mais importante: prende a atenção do início ao fim. E grande parte da responsabilidade por esse último quesito, se deve pelo desempenho impressionante de Catalina Saavedra - ganhadora como melhor atriz no Festival de Sundance - que interpreta a Raquel, a empregada. 


Raquel é uma caipira da roça (como diz o Lucas, um dos filhos da patroa), está sempre de cara fechada, é de poucas palavras, ciumenta, não tem identidade própria, não tem amigos, é a única das seis irmãs que não tem família, vive em função da família no qual há vinte anos é empregada. Devido a um problema de saúde que a obriga ficar de cama por alguns dias, o seu maior e inevitável medo se materializa: é contratada uma ajudante para lhe ajudar ou como ela teme, tomar o seu lugar. 

La nana começa a tomar algumas "providências" - as melhores cenas do longa - para espantar as suas ajudantes, como por exemplo, tranca a porta da frente todas as vezes que as companheiras saem e liga o aspirador logo em seguida para fingir que não está escutando os gritos "Raquel, abra a porta".

É impossível simpatizar com a personagem no início, mas logo mudamos de opinião e percebemos que ela somente precisa de atenção e de alguém que ignore seu jeito de ser e a leve para descobrir um mundo imenso que existe por detrás das portas da bela casa de onde vive.

Assim como o brasileiro, o povo chileno não confia muito no cinema nacional, mas La Nana conseguiu a aprovação do público e encantou pessoas de várias idades. É um daqueles filmes agradáveis, fácil de gostar. 
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