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22 de março de 2010

A Era do Rádio de Woody Allen



A "Era do Rádio" é puramente nostalgia. O longa dirigido por Woody Allen no final dos anos 80 é um grande "álbum de recordações" para aquelas pessoas que viveram nos anos 40, onde o rádio tinha um papel fundamental na vida das pessoas. O filme narra a história de uma família numerosa, no qual todos eles possuem um programa de rádio favorito. E por isso, o aparelho ficava ligado durante todo o dia.

Tinham programas para todos os gostos: para os românticos, os amantes do esporte, o programa do ventríloquo , um outro no qual se discutia problemas familiares e o "Café da Manhã com Irene e Roger". Como diz o narrador - que é o próprio Allen - a dona de casa está na cozinha lavando louça enquanto escuta as celebridades tomando um "café da manhã" sofisticado, num hotel elegante. O narrador diz: ' Eram dois mundos: os que estavam na rádio, e os que escutavam o rádio".

O rádio tinha um impacto muito grande na vida das famílias daquele tempo - fique atento á cena daquela famosa transmissão de invasão marciana contada pelo Orson Welles . Os hábitos e a cultura daquela sociedade estavam diretamente ligados ao aparelho , ou melhor, ao que ele transmitia. Como é mostrado no filme, as famílias da época tinham o costume de se reunirem na sala. Ligavam o rádio e ficavam ouvindo-o - alguns dançavam jazz - enquanto conversavam sobre coisas inúteis, como por exemplo, a vida dos vizinhos.
Vale destacar que o papel do rádio nos anos 40, tinha a mesma função que a televisão apresenta atualmente. O papel de fazer o ouvinte sonhar em ser um artista, uma celebridade, de frequentar restaurantes badalados e charmosos repleto de artistas do cinema e do rádio.


O filme Era do Rádio (Radio Days) é um filme enriquecedor, repleto de histórias muito engraçadas. Explora com fidelidade os bastidores do rádio daquela época, o seu funcionamento, como eram realizados os jingles, sem esquecer de citar a orquestra, que tinha uma função muito importante para os programas ao vivo. É impressionante pensar que milhares de pessoas adoravam participar no auditório dos programas de rádio, mesmo eles sabendo que não seriam vistos - imagina o impacto que causou na sociedade a chegada da televisão.

Como já disse no início, é um filme nostálgico, nossos avôs e avós com certeza devem adorar o filme. Mas para nós jovens, o longa funciona para refletir sobre as mudanças profundas ocorridas na sociedade, principalmente em relação ao âmbito familiar. Vendo o filme, é inevitável perceber o quanto estamos diferentes e que reunir a família num mesmo lugar - nem que seja para falar mal da vida alheia - é mais difícil do que se pensa.

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