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30 de julho de 2013

Sharknado - O filme tosco do ano



Um tornado de tubarões famintos causa horror e destruição na cidade de Los Angeles (!!!). Sim, esta é a absurda trama de Sharknado (2013), filme exibido este mês no canal Syfy e que teve bastante repercussão nas redes sociais na semana de sua estreia. Bom, com a falta de criatividade pairando sobre Hollywood que vem se mantendo praticamente de remakes, adaptações e sequências, dentro desse contexto, Sharknado merece até créditos por apresentar uma premissa original, ainda que imensamente bizarra e cômica.

O trash movie do ano foi produzido pela Asylum, estúdio responsável por produções de baixo orçamento, dessas que geralmente vão direto para as prateleiras das locadoras ou passam apenas na TV. É do estúdio também o sucesso Mega-Shark Vs Giant Octopus, filme B lançado em 2009. Pois é gente, perceberam como eles adoram tubarões. 

O que me admira é que os responsáveis por estas produções B na Asylum aceitam qualquer ideia que chegue aos seus ouvidos, seja ela a mais estapafúrdia.  A coragem e a ousadia desses produtores de tornar “real” qualquer ideia tosca e ilógica - o próximo “grande” lançamento do estúdio é Ghost Shark, sobre um tubarão fantasma (!!!) - é realmente admirável. Quem ganha com essas loucuras sem limites é o estúdio - que vem faturando muito alto com suas produções duvidosas – e claro, o público-alvo, acredite, longas do gênero possuem um imenso mercado consumidor dentro e fora dos EUA.

Cena mais WTF do filme. Você imagina o que vai acontecer né...

O filme? Ah, é uma tosqueira sem tamanho, uma sequência mal executada de situações absurdas, porém, hilárias e para não se levar muito a sério, não seja muito exigente. Suponho que se você vai alugar Sharknado, considerando a sinopse e a capa visualmente poluída, o intuito é se divertir e dar risadas, caso contrário, tenho muita pena de você se esperou algo hollywoodiano.

Bom, eu vi Sharknado e me diverti com os tubarões saindo de canais de esgoto, caindo do céu, invadindo casas, com a roda gigante assassina, mas fiquei tão chocado com a parte técnica e outros elementos que não posso deixar de falar aqui. Pra começar, duas sub-celebridades, Tara Reid (American Pie) e Ian Ziering (da longínqua série Barrados no Baile) são as protagonistas do filme e junto com todo o elenco, desfilam diálogos sofríveis durante todo o tempo – “Por que construíram uma casa de repouso perto do aeroporto? Porque eles não escutam bem” (!!!).  As cenas que mostra a cidade chuvosa e ventos fortes parece que foram cedidas pelo departamento de arquivo de algum canal de TV, evidenciando uma discrepância entre estas cenas e aquelas em que se vê o elenco.

Ian e Tara: Barrados por tubarões voadores.

Quanto aos efeitos especiais, bem, eles são precários (óbvio) e incômodos. Me incomodei mesmo com o mau uso do chroma key e a descontinuidade em alguma cenas. Gente, até Power Rangers tem efeitos melhores, orçamento baixo não é desculpa. Ah, sobre isso, os produtores revelaram ultimamente algo muito engraçado e um tanto inusitado, disseram que há uma versão do filme sem os efeitos especiais (!!!). Uau! Deve ser imperdível!

Ignorando estes detalhes tão irrelevantes, Sharknado diverte e faz jus à categoria de filmes B ao qual faz parte. A aventura fez tanto sucesso que vai ganhar uma sequência já no ano que vem.  Vale ressaltar, Sharknado atraiu a atenção não só por sua tosqueira abismal, mas por unir dois elementos da natureza que possuem um grande poder de atração ante as pessoas, tubarões e tornados. E adivinha só, já percorrem na internet cartazes de possíveis sequências do filme unindo tubarões com outras forças da natureza, Sharkalanche (um avalanche de tubarões) e Sharkcano (um vulcão cheio de ... você sabe), ideia interessante essa (rsrs). É criatividade demais né meu povo....

(!!!)

26 de julho de 2013

A Espinha do Diabo


O cineasta Guillermo del Toro adora colocar adoráveis crianças sensíveis, doces e aparentemente inocentes em cenários sombrios, violentos e assustadores. Penso até que ele deve ter sofrido algum trauma na infância. Verdade ou não, seus supostos traumas foram elementos cruciais para o desenvolvimento de seus melhores filmes até hoje, o premiado O Labirinto do Fauno (2006) e o pouco conhecido A Espinha do Diabo (El Espinazo del Diablo, 2001). O interessante é que ambos foram rodados na Espanha, são as obras-primas do diretor, na minha opinião. Hellboy I e II também são excelentes produções e parece que o seu último filme, Círculo de Fogo (Pacific Rim), tem tudo para ser um dos melhores do ano (surte com o trailer). Enquanto Círculo de Fogo não chega nos cinemas, conheça um pouco de A Espinha do Diabo, que segundo o próprio realizador, é o primeiro bom filme de sua carreira.

O menino que assombra...

A Espinha do Diabo é um drama. Não, é um suspense. Ou seria um filme de fantasia com toques de drama e paranormalidade? Na verdade, o longa espanhol é uma fusão de todos esses gêneros. Em relação à trama, não é aconselhável dar muitos detalhes, mas o que você, leitor, precisa saber é: Em tempos de guerra, na Espanha, Carlos, um menino de 11 anos é deixado por seu tutor num orfanato para meninos, localizado no meio do nada, em um deserto. Lá, o garoto começa a ouvir sussurros e começa a ser assombrado pelo fantasma de outro garoto. Na instituição, também vive a diretora Carmem, o professor Casares, a jovem Conchita e o ambicioso Jacinto, personagem que será o pivô de muitas reviravoltas na trama e protagonista das cenas mais tensas e angustiantes do filme.

... e Carlos, o garoto que é assombrado.

Outra coisa que você precisa saber. Não se amedronte pelo título do filme e nem espere por carnificina e demônios chifrudos. A Espinha do Diabo conta uma bela e comovente história de sobrevivência, é verdade que assusta em alguns momentos, no entanto, a película é capaz de nos causar sentimentos diversos, raiva, medo, alegria, tristeza e uma ligeira simpatia por todos os personagens mirins,  incluso o fantasminha que assombra o orfanato.

Infelizmente é um daqueles filmes que poucos conhecem, é raro de se encontrar nas lojas, e acredite, até na web é difícil achá-lo. É Del Toro em sua melhor forma, usando os artifícios que são a sua marca registrada: cenários sombrios, clima de fantasia ou horror conectado a um mundo cruel e realista, e claro, as crianças indefesas, mas que no mundo deltoriano, são crianças que apesar dos muitos infortúnios que a vida lhes obriga a passar, carregam consigo uma esperança imensa e um forte desejo de seguir em frente.

Veja o trailer:


21 de julho de 2013

The Fall

A série mostra o lado familiar de um serial killer



Uma onda de seriados retratando serial killers vêm surgindo na TV este ano, The Following, Bates Motel e Hannibal são alguns exemplares bem sucedidos que vem agradando tanto a crítica quanto o público em geral. Quando se pensa que o tema “busca por um assassino em série” parece esgotado, eis que surge uma série norte-irlandesa capaz de desviar de clichês do gênero, inovar na abordagem narrativa e no retrato do assassino. Eu falo da série The Fall, exibida pelo canal britânico BBC2 e já disponível no Netflix. O programa, sucesso de audiência, foi renovado para a segunda temporada e tem como protagonista ninguém menos que a eterna musa nerd Gillian Anderson, a agente Dana Scully de Arquivo X.

Paul: Pai durante o dia, assassino de noite.

O que chama mais a atenção em The Fall é que sabemos desde o primeiro episódio quem é o serial killer, conhecemos a sua rotina, a sua esposa e os seus filhos. Paul Spector (interpretado com destreza assustadora por Jamie Dornan, o Xerife da série Once Upon a Time) é à primeira vista um cara normal, tem família e trabalha ajudando pessoas em luto. É homem de família de dia, assassino durante a noite. Com a desculpa que dá para a mulher de que é voluntário numa instituição, Paul sai à noite para cometer seus crimes. Para facilitar a vida do rapaz, a esposa trabalha como enfermeira no período noturno. Paul observa suas vítimas por dias, são mulheres morenas e bem sucedidas. Numa determinada noite, ele entra na casa da vítima escolhida e as esganam até a morte. Como troféu, Paul sempre leva algo íntimo da garota assassinada para a sua casa e o guarda no sótão justo no quarto de sua doce filha de oito anos. 

Mostrar o lado “normal” de um serial killer - quando ele não está matando -  é uma das qualidades do programa. Paul é um personagem complexo e tão imprevisível que dá gosto acompanhar. A sua frieza vai além da “cena do crime”, sua relação com os filhos e a esposa não é das mais acaloradas, mas ele as ama mais que tudo.

Anderson como a esperta e fria Detetive Gibson.

The Fall aborda os crimes por três perspectivas, a do assassino, o da família das vítimas e o da polícia, representado aqui pela Detetive Stella Gibson, a sempre exuberante e competente Gillian Anderson. Gibson chega para ajudar na investigação de um crime avulso, mas logo percebe que os crimes pertencem a uma mesma pessoa, e daí começa a caça ao serial killer. Gibson é outra atração à parte no seriado, é uma mulher fria, inteligente, sensual, aparentemente calma, não fala mais que o necessário, mas quando o faz, é desconcertante.

Some a frieza dos dois protagonistas com o ambiente pobre, sem cor e violento da cidade de Belfast - Irlanda do Norte -  no qual a história se passa e The Fall nos causa uma sensação incômoda e perturbadora.  Não espere uma narrativa típica das séries americanas, não há “correria” aqui, a narrativa avança lentamente e a série prefere prezar por momentos de suspense e tensão e se preocupa mais em desenvolver psicologicamente suas personagens.


The Fall tem apenas cinco episódios de aproximadamente uma hora na primeira temporada. Fica a dica para quem busca algo diferente e de qualidade na TV.  Assista o trailer.




16 de julho de 2013

Homem de Aço renasce em filme grandioso!



O visionário Zack Snyder toma atitudes corajosas para (re)contar a história do super-herói mais famoso do mundo e surpreende. Super-homem finalmente ganhou um longa-metragem correspondente à sua grandeza, O Homem de Aço (Man of Steel, 2013) é frenético, intenso, exagerado - no bom sentido - e a ação é desenfreada e quase ininterrupta, um presente para os fãs que reclamaram da falta de cenas de lutas e batalhas épicas no filme anterior, Superman - O Retorno.  Snyder não poupou nas cenas de ação, e ele ainda queria mais. O cineasta revelou que na tela, está apenas a metade do que ele e sua equipe tinham preparado.

Kal-El tenta parecer um ser "normal".

O diretor sabia o grande desafio que tinha em suas mãos quando aceitou comandar esse reboot, os últimos filmes do super-herói não agradaram muito os fãs. Snyder compreendeu que era necessário dar um novo fôlego ao homem de aço e para isso, era preciso excluir alguns elementos do universo do herói incansavelmente explorado nos longas anteriores, como a escolha de Lex Luthor como vilão, a Kryptonita, e até a clássica, mas cansativa, trilha de John Williams. Para mim, Snyder foi feliz ao tomar estas decisões.  Outro grande acerto de O Homem de Aço é a narrativa não-linear, flashbacks apresentando a infância e a adolescência de Clark Kent contornam todo o filme, funcionando como momentos de calmaria entre o barulho das cenas de ação.

Amy Adams como Lois Lane.

O elenco da super-produção também foi muito bem escolhido. Foi muito bom ver Russell Crowe, como Jor-El, lutando com vontade como há tempos não se via, desde Gladiador? Lois Lane ganhou uma intérprete que esbanja carisma, Amy Adams deu a sua própria versão da repórter, mais guerreira, corajosa e mais forte que as versões anteriores.  Kevin Costner e Diane Lane, que vivem os pais adotivos de Clark, Jonathan e Martha Kent, também estão ótimos em seus personagens. São eles responsáveis pelos momentos mais emotivos do longa. Michael Shannon faz de General Zod, o vilão mais temível de todos os filmes do super-herói, e por fim, Henry Cavill, o intérprete de Kal-El/Clark Kent, impressiona, embora absurdamente musculoso, o ator mostra que não integrou a série The Tudors à toa por 4 anos, e faz um herói cheio de sentimentos e em busca das respostas certas para a sua existência na Terra.  

Quem disse que Superman não pede carona.

Zack Snyder, ao lado do produtor Christopher Nolan, responsável por dar um certo ar de realismo na trama, criaram um reboot que também fez questão de humanizar o super-herói, fato que fica evidenciado nos momentos de “andarilho” de Clark, nas cenas que refletem a preocupação com seus dilemas morais e na belíssima sequência em que veste pela primeira vez o uniforme. Ah, sem falar na singela cena em que Clark entra na igreja para pedir conselho ao padre. O diretor estava sim, preocupado com o cara por trás do mito, e não só com as cenas de ação espetaculares e bem comandadas. (Michael Bay deveria pegar umas dicas com Zack de como filmar sequências de ação sem cansar o espectador).

Zack Snyder e Henry Cavill. 

O Homem de Aço é um dos melhores filmes do ano e do super-herói com certeza. Assim como o S que estampa o peito do uniforme do herói difunde a esperança em um mundo não muito justo, também tenho esperança de que a sequência dessa aventura aconteça muito em breve, aqui neste mundo real.



9 de julho de 2013

Homens de Aço

Superman -  O Filme  x  Superman - O Retorno



Superman - O Filme (Superman - The Movie, 1978) primeiro longa-metragem que levou o icônico super-herói dos quadrinhos para as telonas permanece atemporal mesmo 35 anos depois de sua estreia. Comandado por Richard Donner, diretor de longas inesquecíveis como Radio Flyer e Os Goonies, a produção tem como maior trunfo o ator Christopher Reeve, em uma atuação perfeita e inigualável como o atrapalhado Clark Kent e o Superman. O jovem astro e na época desconhecido, ofuscou grandes monstros do cinema como Marlon Brando e Gene Hackman.

Lois "voa" com o super-homem.

A adaptação tem uma estrutura narrativa bem redondinha e abrangente, começa com os pais do homem de aço em Krypton, depois vemos a adolescência do Clark e depois segue com o protagonista já como o repórter do Planeta Diário e suas aventuras pela cidade com a capa vermelha. O diretor ainda fez questão de apresentar, mesmo que por pouco tempo, personagens importantes que fazem parte do universo do super-herói, como Lana Lang e o General Zod.




Gene Hackman está muito à vontade na pele do vilão Lex Luthor, mais bem humorado e menos ameaçador. Lois Lane, é vivida por Margot Kidder. A personagem causa simpatia imediata com o espectador. A cena em que ela entrevista o super-herói na sacada do prédio é engraçadíssima.  Superman - O Filme retrata bem a origem do homem de aço, é uma aventura leve, divertida, cujo único defeito fica por conta dos longos monólogos de Jor-El, interpretado por Brando.  Por fim, um filme obrigatório.

Melhor momento: Uma desajeitada Lois Lane entrevista o Superman.





Lançado em 2006, Superman - O Retorno (Superman Returns) dividiu a crítica especializada, os fãs reclamaram da falta de cenas de ação e de lutas épicas, refletindo na bilheteria mundial que não impressionou a Warner.  Dirigido por Bryan Singer (X-Men), a nova aventura tem muito do primeiro filme, Superman (1978), alguns diálogos do longa original são reproduzidos novamente pelo novo herói agora encarnado por Brandon Routh e até as falas de Marlon Brando  - e  até o próprio  ator -  marcam presença na continuação.


Singer fez uma “homenagem” à produção dos anos 70, mas não agradou a todos. Os fãs têm razão,  o cineasta preferiu seguir a linha “drama familiar” e focar mais na complexa relação entre Superman e Lois Lane. Ao invés de combates grandiosos entre herói e vilão - no caso, o Lex Luthor - o filme, em sua última meia hora exagera na carga dramática e o diretor quase mata o super-herói, não uma, mas duas vezes em menos de 15 minutos.  Tanta vulnerabilidade não foi aprovada pelos fãs e público em geral.

Bryan Singer dá umas dicas para os atores.

Quanto aos atores, Brandon Routh se saiu bem, emprestou charme e simpatia ao Clark Kent/Superman, já a versão de Lex Luthor do Kevin Spacey, deixou a desejar, demonstrou-se caricata e me fez sentir falta do Lex bem humorado  de Gene Hackman.  Já Kate Bosworth, apesar da boa atuação, fez a Lois Lane mais chata de todas as versões existentes, seja da TV ou do cinema. Apesar dos tropeços, eu gosto de Superman - O Retorno,  é um bom filme, tecnicamente impecável, dirigido com competência e zelo por Singer, e claro, a fita também tem lá seus momentos marcantes.

Melhor momento: A sequência da queda do avião. Fantástica.

4 de julho de 2013

Smallville e o jovem Homem de Aço



Para comemorar a chegada do aguardado O Homem de Aço, a versão mais moderna e realista  do super-herói comandada por Zack Snider (300, Watchmen) e com Henry Cavill (da ótima série The Tudors, e do sucesso Imortais) vestindo a  capa vermelha, resolvi homenagear a série de TV que contribuiu muito para evitar que o super-herói caísse no esquecimento na década de 2000,  já que as tentativas cinematográficas de levar o herói às telonas naquele tempo se tornaram um pouco "infrutíferas" para o personagem da DC Comics, sim, me refiro ao filme Superman - O Retorno.



A série, bom, você já sabe, é Smallville (2001-2011).  Bem escrita e muito bem produzida por Alfred Gough e Miles Millar, o seriado contou os dramas, as aventuras e desventuras do super-herói na adolescência. Smallville durou 10 anos, 10 temporadas e teve mais de 200 episódios, que com certeza fez parte da rotina  de muita gente por aí,  eu por exemplo, que assistia sagradamente à série no SBT todo os domingos. Tom Welling mostrou ser bom ator e carisma de sobra ao viver o protagonista Clark Kent na série, os coadjuvantes eram uma atração à parte,  a repórter atrevida Chloe (Allison Mack) - a minha preferida -, a doce Lana Lang (Kristin Kreuk), a descolada e engraçada Lois Lane (Erica Durance) e claro, o excelente Michael Rosenbaum, que deu vida ao ambíguo e complexo personagem de Lex Luthor. Listei os episódios e as cenas mais marcantes da série, é claro que em dez anos muita coisa ficou de fora, mas resolvi me apegar aos momentos ainda vívidos na minha mente e outros que de alguma forma são particularmente especiais.



      1- O “S” no peito/Clark salva Lex (1x1 Pilot) – O primeiro episódio de Smallville tem tantos momentos memoráveis que foi tarefa dificílima escolher somente um ou dois. Há a eletrizante e bem produzida chuva de meteoros e a bela cena em  que  o menino Clark encontra Martha e Jonathan Kent pela primeira vez no milharal. Mas dois grandes momentos se destacam, como a sequência em que Lex atropela Clark e o nosso jovem herói o salva da morte, começando aí uma relação de amizade estranha permeada com uma eterna desconfiança entre os personagens. Para mim, a relação entre o protagonista e o antagonista sempre foi uma das estruturas narrativas mais bem trabalhadas e interessantes na série. Outro momento clássico é quando Clark aparece com o “S” no peito amarrado num tronco no meio do milharal, fruto de uma brincadeira dos colegas do colégio. Para quem sempre foi fã do super-herói, foi um acontecimento simbólico, significava a primeira vez que o “S” era visto em seu peito, exprimia o “nascer” de um símbolo do grande herói que o mundo logo conheceria.



    2- Clark tem sua identidade revelada (1x09): No episódio Rogue, Smallville presenteia os fãs com outra cena impressionante, Clark Kent para um ônibus desgovernado no centro de Metrópolis. Se o próprio Clark não tinha ideia do potencial de seu poder e se impressionou com o estrago que causou no ônibus, imagina nós, espectadores. Não só por isso Rogue é um excelente episódio da primeira temporada, pela primeira vez os super poderes do rapaz são descobertos. O grande feito de Clark na cidade é visto por um policial corrupto que começa a chantageá-lo e obrigando-o a cometer delitos, colocando em risco a sua identidade e toda a sua família. Phelan, o policial, é o cara sortudo, descobriu o segredo de Clark sem querer, algo que Lex Luthor mataria - e matou - qualquer um por essa informação.



       3-  O irmão adotivo de Clark (1x16): Em Stray, décimo sexto episódio de Smallville, a Família Kent ganha um novo membro, Ryan, um menino com a habilidade de ler pensamentos. Fugindo do padrasto que usa os poderes especiais do garoto para cometer roubos, Ryan acaba encontrando com Martha por acaso, ela o leva para casa e rapidamente o menino cria fortes vínculos com Clark e toda a família. O episódio é uma delícia de se ver, os segredos que Ryan revela dos amigos de Clark gera momentos hilários e inquietantes na série, é um episódio que fala sobre família, amor fraterno, segredos e mostra como a vida de Clark seria diferente, e bem mais fácil, se ele tivesse um irmão para compartilhar seus sentimentos e segredos. Difícil é não conter as lágrimas, uma que seja, quando o garoto se despede de Clark, com a linda canção Superman, do grupo Five For Fighting de fundo (ouça aqui!), este momento me marcou muito. Gostaria de destacar, a trilha sonora da série é fantástica, atemporal e sempre oportuna, uma das qualidades do programa.



     4- Clark entra no tornado para salvar Lana (1x21): Tempest é um episódio inesquecível, intenso, decisivo, fortes emoções e Remy Zero tocando no baile de formatura.  Remy Zero? Não sabe? Ah, é a banda que canta a música de abertura da série, “Somebody saaaaave me...”. Enquanto Jonathan, pai de Clark, tenta proteger o segredo de seu filho de um jornalista inescrupuloso, Clark deixa a querida Chloe sozinha no baile para salvar Lana que está sendo sugada por um tornado assustador. Sem pestanejar, Clark entra no tornado e... continua na próxima temporada. Um dos melhores e mais angustiantes season finales da TV, sem dúvida. Veja AQUI a cena do Remy Zero cantando no baile.



    5- O encontro com Christopher Reeve (2x17): Um dos momentos mais emblemáticos da segunda temporada de Smallville foi a ilustre participação do super-homem mais famoso do cinema, Christopher Reeve. Convenhamos ninguém melhor que o eterno Superman – do filme de Richard Donner, de 1978 - para trazer ao Clark notícias de Krypton e dizer que o seu verdadeiro nome é Kal-el. Durante as filmagens de Rosetta, nome do episódio, a produção se deslocou de Vancouver até Nova York para gravar com o ator, todo esse esforço foi para que Reeve poupasse forças, em razão de seu estado de saúde. Tetraplégico desde 1995, Christopher morreu em 2004, quase dois anos depois de sua primeira aparição em Smallville. Os fãs da série e do super-herói o agradecem.


      
        6- A morte de Jonathan Kent (5x12): Certamente um dos melhores e mais bem realizados episódios de Smallville. Intitulado Reckoning, este foi o 100º episódio da série, repleto de reviravoltas, viagem no tempo e com You´re Beautiful de James Blunt tocando a todo instante. Finalmente Clark contou sobre suas raízes kryptonianas ao seu grande amor, Lana, e a pediu em casamento, porém, nada sai como ele havia imaginado. E tem mais, Clark - e nós também - sofre com uma grande perda, o pai, Jonathan Kent. A última cena do episódio, onde todos estão no velório em uma paisagem no qual o preto das vestimentas em razão do luto se contrasta com o branco dos flocos da neve, é uma das sequências mais bonitas e emocionantes do programa. Palmas para a produção e direção de arte.



   7- Lex mata o pai (7x16): No episódio Descent, Lex Luthor se transforma finalmente na verdadeira definição do mal. Lex sempre foi o personagem mais intrigante da série, Michael Rosenbaum fez um  trabalho surreal com o personagem, os diálogos e as cenas com o seu “amigo” e inimigo, Clark Kent, repleta de cinismo, falsidade e ambiguidade, na maioria das vezes, eram os melhores momentos do seriado. Lex foi escalando a montanha para o lado sombrio desde o início da série, chegando ao ápice da maldade na sétima temporada, mais especificamente, quando empurra o seu pai Lionel Luthor de um prédio. Lex está totalmente sedento por poder e controle, mas  psicologicamente descontrolado e profundamente infeliz. E nesse episódio, damos um ”adeus” definitivo ao careca/playboy/milionário e “gente boa”, na medida do possível, que ele tentou ser nas primeiras temporadas.


Para finalizar a homenagem, a cena mais aguardada por todos os fãs de Smallville, a imagem abaixo dispensa texto né!

Cena final do último episódio da série.
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