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10 de janeiro de 2014

Spring Breakers: Garotas Perigosas



Muitos biquínis, seios e bundas carnudas em câmera lenta, badalação, drogas e uma “homenagem” inusitada à Britney Spears define o drama Spring Breakers: Garotas Perigosas (2013).

O filme explora o fascínio pela criminalidade e a busca de identidade de quatro jovens garotas, interpretadas por rostinhos conhecidos como Vanessa Hudgens e Selena Gomez, outros não tanto como Ashley Benson e Rachel Korine.  O roteiro é um fiapo: cansadas da vida sem graça que levam, as amigas vão passar as férias em uma cidade ensolarada onde as festas não acabam nunca, roupas são dispensáveis e as drogas e o álcool rola descontroladamente.

Harmony Korine (escritor dos polêmicos Kids e Ken Park) sabia da simplicidade da trama e em razão disso tratou de “enfeitar” a sua obra ao máximo, agregando à narrativa um estilo e elementos visuais que impressionam e faz de Spring Breakers muito mais que um filme protagonizado por ex-musas teen da Disney.



Alguns dos pontos fortes do longa são a edição inquieta e desordenada capaz de imergir o espectador numa jornada cheia de cores fortes e contrastes, música eletrônica, corpos desnudos e pegação e torna tudo mais interessante do que realmente é, a trilha sonora ininterrupta e as narrações em off são outros acertos, tais elementos, em alguns momentos, são responsáveis pelo tom dramático da fita garantindo ainda mais a linguagem distinta, ousada e autoral pretendida pelo cineasta.


As meninas estão ótimas em suas performances, mas é James Franco quem surpreende vivendo Alien, um rapper/gangster/tatuado/fã de Britney Spears. Irreconhecível no personagem, Franco acerta no tom, ora é um criminoso perigoso deslumbrado com suas armas e o poder, ora é um homem sensível que canta Everytime, canção chorosa da Brit, no piano. É sério, a cena é memorável, nunca achei que uma sequência um pouco violenta e garotas armadas dançando fosse combinar com a música da estrela pop, o resultado é bizarro e hilário.

Spring Breakers não se preocupa em levantar dilemas morais, dizer quem é bonzinho ou quem é mau, muito menos discutir a atração dos jovens pela vida desregrada, o que importa mesmo é a diversão e a possibilidade de sair do casulo apático de onde se vive e conhecer um mundo cheio de sensações, emoções e cores vibrantes.


NOTA: 8,0

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