A experiência
Antes de falar do episódio, tenho que comentar a experiência incrível de ver Doctor Who no telão gigante do cinema. Há alguns anos eu nunca
imaginaria que veria um episódio especial da série no cinema, em
3D, e junto com centenas de fãs pra lá de entusiasmados. Jovens, filhos, pais,
avôs e avós, lotaram a sala do cineplex. Foi
bonito de ver. Não há jeito melhor de comemorar os 50 anos deste clássico da TV do que acompanhado de gente que gosta tanto da série quanto você. Foi uma
decisão acertada da BBC lançar The Day of The Doctor também nos cinemas, especialmente no Brasil.
Eu, particularmente, não sabia que
Doctor Who tinha tantos fãs aqui no Brasil, ingenuidade minha, suponho também que
a BBC America também não tinha ideia da imensa demanda que estava por vir quando anunciou o evento. De
início, apenas poucas salas de cinemas exibiriam o especial, mas com a
impressionante campanha dos fãs nas redes sociais e os pedidos para expandir o
número de cinemas para outros estados, ficou claro que o seriado tem um público
fiel, relevante e muito animado.
De dentro da sala do Cinemark do
Shopping Mueller, aqui em Curitiba, a empolgação e as reações do público –
aplausos, risadas e sonoros e constantes “ooooohh” a cada aparição de um personagem
– fizeram deste evento uma experiência única, divertida e inesquecível. E
aquela sensação de que Doctor Who é uma série para poucos brasileiros – nunca conheci
ninguém que ao menos ouvisse falar do programa, triste, eu sei – foi desconstruída
para sempre, agora sei que esta maravilha da TV britânica tem muitos admiradores aqui no país. Isso me deixa contente.
O “filme”
Cuidado, possíveis spoilers!
Luzes apagadas. Os trailers ficaram para trás. Chegou a hora. Depois
de uma apresentação hilária do Sr. Strax explicando as regras de conduta no
cinema, é a vez do 11º e 12º Doctor, Matt Smith e David Tennant
respectivamente, entrarem em cena para divertir um pouquinho mais a platéia.
Memorável. E o episódio especial nem tinha começado ainda.
Com o roteiro de Steven Moffat e
direção de Nick Hurran, The Day of the
Doctor é nada mais que um episódio que homenageia a própria série, uma
viagem saudosista, divertida e repleta de momentos emocionantes. A trama envolve linhas temporais distintas. Há
a ação ambientada em 2013, quando algo misterioso invade uma galeria, a trama
envolvendo a destruição do planeta natal do Doctor, Gallifrey, e por terceiro,
tem o mistério envolto da Rainha Elizabeth I. Em cada
linha do tempo, há um Doctor, e para resolver esses problemas em tempos e espaços
diferentes e que envolvem o passado do Lorde do Tempo, será preciso a soma das forças de três Doctors.
John Hurt, participação mais que especial
Inegavelmente, a maior força do
episódio está na interação entre o 11º Doctor, o 12º Doctor e o Doctor de John
Hurt. Tão diferentes e ao mesmo tempo
tão semelhantes, Matt Smith, David Tennant - o meu
DW favorito - e John Hurt juntos em cena
é um deleite, os diálogos entre eles soam tão naturais e em perfeita sincronia, transbordam
sarcasmos e piadinhas inteligentes.
Billie Piper também retorna à
série. Não como Rose Tyler, mas como Bad Wolf, cujos diálogos se restringe apenas ao DW de John Hurt. Vou confessar,
senti falta da jovem interagindo com o seu amigo David Tennant, certamente
seria um reencontro do tipo difícil de expressar apenas com palavras.
DW: Reencontro de gerações
The Day of the Doctor é surpreendente, um presente aos fãs, um
episódio cheio de momentos icônicos como as três Tardis enfileiradas, o
bate-papo singelo entre 11º Doctor e Tom Baker, o 4º Doctor, ou mais para o
final, a cena que apresenta todos os Doctors juntos em um plano geral. Não há como
sair do cinema apreciando ainda mais esta série magnífica - de uma longevidade
invejável - e que continua fazendo jus a tudo que ela representa para a ficção
científica, para a cultura pop, para a história.
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