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16 de julho de 2015

Homem-Formiga - Fácil de agradar, nova aventura da Marvel surpreende




A Marvel arrisca mais uma vez ao tirar do “sótão” os super-heróis desconhecidos e vem se dando bem ao converter em live-action estes heróis dos quadrinhos. Assim como Guardiões da Galáxia, que ninguém conhecia e agradou a todos, agora é a vez do Homem-Formiga se tornar um herói popular. Sem a grandiosidade e o exagero de Os Vingadores 2 mas com o senso de humor e o clima despretensioso de aventura de Guardiões da Galáxia, Homem-Formiga (Ant-Man, 2015) é mais um acerto do estúdio, e prova que a Marvel conhece muito bem as mentes criativas com quem trabalha e entrega as suas obras e sabe exatamente qual resultado deseja obter com as adaptações.


A trama é simples. Um homem veste um traje que permite diminuir o seu tamanho e ficar tão minúsculo quanto uma formiga. Paul Rudd vive Scott Lang, um habilidoso arrombador de cofres que é escolhido pelo cientista Hank Pym (Michael Douglas) para vestir a roupa e lutar contra o ambicioso Darren Cross (Corey Stoll, da série The Strain) e impedir que ele transforme o mundo em um caos.



A maior novidade de Homem-Formiga são (todas) as cenas do herói no mundo microscópico, a primeira grande – ou seria pequena? - aventura de Scott, por exemplo, aquela que o faz percorrer por diversos ambientes, desde a banheira dentro de casa até o esgoto, é impressionante e gostosa de acompanhar.


Peyton Reed - diretor de comédias como Separados Pelo Casamento e outras bem fraquinhas – comanda pela primeira vez uma superprodução e não decepciona. O cineasta soube dosar momentos cômicos com as cenas de ação complexas – pois o herói muda de tamanho a todo tempo - e bem construídas, sem deixar ninguém tonto ou perdido procurando o herói no meio da movimentação. Homem-Formiga é um filme de origem do herói, por isso, não espante se a ação demorar a surgir, o início é lento mesmo, mas nunca aborrecido, mérito da boa escolha de atores e da direção correta de Reed. 



Paul Rudd, que você já conhece por centenas de comédias como Eu Te Amo, Cara e Ligeiramente Grávidos, tem carisma e destreza o bastante para segurar esta que pode ser uma nova franquia dentro do universo Marvel. Corey Stoll mostra competência como o vilão do filme e Evangeline Lilly - nossa eterna musa de Lost – tem um papel importante e se destaca como Hope, a filha amargurada de Pym, mas leal ao pai. Sua personagem deve entrar mais na ação nos próximos filmes do herói (mal posso esperar). Já Luis (Michael Peña), o amigo de Scott, ficou com o papel do engraçadinho da turma e se sai bem, sem forçar, Luis causa risadas no público com suas histórias difíceis de acompanhar.


 Os dramas paternos de Scott e do personagem de Michel Douglas, faz de Homem-Formiga um filme família  - mas sem ser bobo demais ou subestimar a nossa inteligência como fez Homem de Ferro 3 - a escolha por focar na questão familiar  e menos na ameaça catastrófica em si, evidencia ainda mais essa sábia decisão, pois, não sei você, mas eu ainda estou cansado da megalomania de Era de Ultron. 



Homem-Formiga é eficiente no sentido de apresentar o seu personagem pela primeira vez ao grande público, também tem êxito no desenvolvimento da história e nas pitorescas cenas de ação – quem diria, as formigas em um filme de ação verossímil – e no uso do bom humor por meio dos diálogos e referências pop e das “brincadeiras” dentro do universo minúsculo. Tudo isso torna a aventura uma obra deliciosa de assistir, cuja maior pretensão é a de divertir. Que a Marvel traga à luz mais surpresas do seu “sótão” de heróis desconhecidos.


 NOTA: 8,5

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